Uma melhor mobilidade urbana se faz com união
Em discussões sobre transporte público, ciclovias e calçadas, ando me deparando com situações nas quais o usuário de um determinado meio de transporte questiona a importância de outro. São perguntas feitas por todos os tipos de pessoas, que talvez tenham em comum apenas o interesse por uma melhor mobilidade urbana.
Numa metrópole, é virtualmente impossível que todas as pessoas utilizem todos os meios de transporte disponíveis. É intuitivo imaginar que a maioria delas não terá conhecimento sobre milhares de linhas de ônibus ou sobre todo o sistema metroferroviário, é algo natural e compreensível, uma vez que a mobilidade urbana deve fazer parte da dinâmica da cidade sem causar grandes interferências. Exemplo, ir ao cinema motiva uma viagem entre o ponto A e o ponto B, neste cenário, o foco do deslocamento é a sessão de cinema, não o trajeto a ser feito.
Seria tudo maravilhoso, se não estivéssemos falando da Região Metropolitana de São Paulo, um imenso território no qual a mobilidade urbana ainda não parece ter atingido a maturidade. Talvez alguns esforços extras sejam necessários…
O COMMU surge como um coletivo que busca o empoderamento do usuário do transporte coletivo e do transporte não-motorizado (pedestres e ciclistas), o que envolve os seguintes pilares:
- Disseminação de informações que vão além da cobertura dos grandes veículos de mídia;
- Melhor diálogo entre sociedade, poder público e operadores do setor de transportes;
- Ações de fiscalização e cobrança ligadas à mobilidade urbana, que tentem assegurar excelência, dignidade e respeito.
Vamos a mais alguns exemplos, que visam ilustrar o princípio de que, na mobilidade urbana, um modo não necessariamente exclui outro: uma ciclovia não é mais importante do que uma linha de metrô; o pedestre não é superior ao ciclista; uma localidade atendida por trens não precisa abandonar os ônibus; bom transporte coletivo não implica na extinção imediata do automóvel. A finalidade dos exemplos é rejeitar extremismos que podem surgir em discussões.
Uma mobilidade urbana de qualidade surge com sinergia, com intermodalidade (integração entre diferentes meios de transporte), ou seja, existe uma obrigatoriedade em pensar a mobilidade para a cidade e as pessoas que nela vivem. Quanto mais plurais e inteligentes as políticas públicas para a mobilidade forem, mais inclusiva e eficiente a cidade tenderá a ser. Para fazer pressão em prol de políticas tão arrojadas, é preciso empatia e disposição na compreensão de quão diversa a metrópole é.
É chegado o momento de construir uma consciência ampla sobre mobilidade, aberta à troca de experiências. A metrópole de São Paulo também precisa ainda mais de integração, precisa valorizar o pedestre e o ciclista, são ações que vão ao encontro da expansão do Metrô e da CPTM, bem como da expansão do sistema de corredores e faixas exclusivas de ônibus.
Nós habitantes que caminhamos, pedalamos ou embarcamos no transporte coletivo, devemos nos unir, só assim seremos capazes de desfrutar de uma verdadeira rede integrada de transporte.
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por Caio César