Brent Antonson

Independência ou morte?
Parece que escolhemos morte.

André Silva
O Construtor de Fluxos

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O quanto a independência de seu país é independente de você?

Já pensou nisso?

O nosso modo de ver o mundo tem sido habitualmente dependente. Nós nos colocamos, por inúmeras vezes, como dependentes das decisões e dos rumos que as “autoridades políticas” tomam, principalmente nos momentos em que nos deixamos impressionar pelos “buracos no caminho”, de tal modo, que reagimos com pessimismo.

Não é ruim conversar sobre o que se tem de mudar, mas é ruim quando esta perspectiva pessimista se torna a visão predominante e acaba por afastar as pessoas do potencial que todas realmente tem.

Cada um é capaz de desviar dos buracos, como nesta imagem da ponte. Se você precisa atravessar o caminho, você não perde tempo encarando o buraco, reclamando dele, você simplesmente desvia e segue. Assim como os buracos, são as atitudes infelizes dos governantes, e autoridades políticas e de quaisquer outras pessoas que se enquadrem.

Nós podemos desviar dos buracos. É disso que se trata a independência. Mas, sobretudo, independência é uma decisão “pessoa-a-pessoa”, em que cada uma toma por si só.

Podemos ser independentes de nossos governos. A começar se dermos mais importância para o nosso papel político real. Este, que você realiza diariamente na convivência com seus familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, etc. Mas que, é preciso dizer, ainda vai além. Toca a essencialidade de interagirmos e convivermos com o “outro-desconhecido”, com o “outro-imprevisível”, aquele a quem você não conhece, que não faz parte dos seus círculos de amizade, mas que você deve se importar.

Esse poder de ser pessoa é um tipo de poder muito maior que o voto eletivo.

O que vemos, geralmente, é comportamento como o tradicional em copas do mundo. De 4 em 4 anos retiram-se as bandeiras do armário e resgatam alguma coisa da tradição. De 4 em 4 anos vamos às urnas designar um procurador que exerça política para a gente, nessa terceirização do papel político. Por que estabelecer tais limites? Definições?

É importante adquirirmos o hábito de questionar nossos padrões mentais e culturais. Vale, por exemplo, se perguntar: É realmente importante ressaltar separações entre países; fronteiras, bandeiras? E da mesma forma, é realmente necessário “ressaltar” um sistema político formal para reger a nossa vida melhor? Não somos capazes de fazer as coisas acontecerem, apesar das barreiras? Apesar dos obstáculos?

Independência ou morte! Parece que nossa escolha foi morte.

Já é hora de renascer à vida e viver literalmente ela, sem sentir-se preso a sistemas que como acreditam muitos, precisam dar certo.

Não há porque ser dependente do sistema político, econômico, das eleições. Exerçam da melhor maneira esse potencial pessoal de fazer a política, “apesar” do sistema político; não é uma boa? E escrevam, cada um, a sua própria carta de independência com os seus princípios. Nomeie-se governador de si mesmo. Não esperem por mudanças provindas de qualquer sistema, tão pouco do político-eleitoral.

Sejamos nós, cada um de nós, a própria mudança, pela borda do sistema, como a conhecidíssima frase de Gandhi.

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André Silva
O Construtor de Fluxos

Pensador, investigador e “filosofista”. Pesquisa a ciência, a consciência, o espírito, linguagem, cultura, redes, etc. Mestre em C.I. Instagram: @andrefonsis