'Bienvenue en France': anfitriã busca título inédito

Sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino, a França quer surpreender o mundo

Matheus Rodrigues
O Contra-Ataque
4 min readJun 8, 2019

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Foto: site oficial da Federação Francesa de Futebol

O país-sede da Copa do Mundo busca algo inédito: vencer o campeonato mais importante do futebol mundial. Para isso, a França terá que superar adversários tradicionais e conquistar o apoio da torcida local.

Na história do futebol feminino, a França nunca faturou o caneco. A seleção coleciona o 4º lugar, em 2011. Fora isso, a França conta com títulos de menor expressão — CyprusCup (2012 e 2014) e SheBelivesCup (2017).

A França tem como destaque a zagueira Wendie Renard e a artilheira Eugénie Le Sommer. A defensora, de 28 anos, atua no Lyon e tem mais de 70 jogos com a camisa azul. Já a artilheira Le Sommer, que também atua no Lyon, coleciona impressionantes 116 jogos e 51 gols pela seleção.

E a principal missão de 2019 começou bem: na estreia da Copa, Des Bleues venceram a Coreia do Sul por 4x0, no Parc des Princes, com dois gols justamente de Wendie Renard, um de Eugénie Le Sommer e outro de Amandine Henry.

Wendie Renard atuando no Lyon

A preparação para 2019

A seleção francesa fez uma excelente Copa em 2015, jogando um futebol que dava gosto de assistir, mas acabou cruzando com a forte seleção da Alemanha nas quartas-de-final e foi eliminada antes da hora. Na Euro de 2017, a equipe também caiu cedo, perdendo para a Inglaterra.

Mas jogando em casa, a França ganha um novo estímulo para ir mais longe na competição. Além disso, nos últimos anos o país viu o futebol feminino crescer bastante com a ascensão do PSG como principal rival para fazer frente ao poderoso Lyon (hegemônico na Europa com quatro títulos da Champions League). Com a liga local se fortalecendo, mais e mais talentos têm surgido no país que sediará a Copa sonha com o título inédito.

Para a missão, a França se preparou. A Federação Francesa de Futebol (FFF) investiu alto nas redes sociais para trazer a torcida ao lado e aumentar a festa. Aos fãs e torcedores que queiram personalizar suas redes, a entidade disponibilizou um site com arte, cartazes e filtros.

A FFF também investiu na produção e aprimoramento do aplicativo oficial juntamente com o ampliação da FFF TV, que promete cobrir todos os bastidores da competição.

A lição de comunicação e crescimento do esporte da seleção francesa deve servir de base para outras nos próximos anos.

Corinne Diacre

Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

A ex-jogadora e atual treinadora da França Corinne Diacre busca feito inédito em seu país. No seu histórico, campeoníssima dentro de campo e uma combatente do sexismo fora dos gramados.

Diacre foi, por três temporadas, técnica do time masculino do Clermont Foot — clube que disputa a segunda divisão francesa — antes de assumir a seleção nacional.

A zagueira disputou 121 jogos com a camisa da França e teve uma longa carreira como atleta no Soyaux. Quando pendurou as chuteiras, virou assistente técnica da seleção e, posteriormente, trabalhou no clube em que jogou por mais de uma década — seu único na carreira.

Diacre foi nomeada pela revista France Football como a técnica do ano na segunda divisão em 2015. Ela faz parte do seleto grupo de treinadoras na Copa do Mundo feminina — são nove, de 24 seleções.

Mas nem tudo são flores

A FFF se envolveu em uma polêmica no pré-copa. No fim de maio, a Seleção Feminina foi retirada do CT em que estava para o treinamento da Seleção masculina visando um amistoso. A seleção anfitriã, que estava treinando no tradicional CT de Clairefontaine, foi deslocada para o Domaine de la Voisine, na entrada daquele. A propriedade foi durante longo tempo a instalação da seleção de rúgbi, antes da criação do Centro Nacional de Rúgbi em Essone, em 2002.

Foto: Divulgação/FFF

Como a França vem para a Copa

Foto: Twitter oficial da FFF

As convocadas pela treinadora Corinne Diacre foram:

GOLEIRAS: Sarah Bouhaddi, Solène Durant e Pauline Peyraud Magnin.

DEFENSORAS: Julie Debever, Sakina Karchaoui, Amel Marji, Griedge Mbock Bathy Nka, Ève Périsset, Wendie Renard, Marion Torrent e Ïssatou Tounkara.

MEIAS: Charlotte Bilbaut, Élise Bussaglia, Maéva Clemaron, Onema Grace Geyoro, Amandine Henry e Gaëtane Thiney.

ATACANTES: Viviane Asseyi, Delphine Cascarino, Kadidiatou Diani, Valérie Gauvin, Emelyne Laurent e Eugénie Le Sommer.

Confira os jogos:

  • França 4 x 0 Coréia do Sul — 07/06, às 16h*
  • França x Noruega — 12/06, às 16h
  • Nigéria x França — 17/06, às 16h

*Horário oficial de Brasília.

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Matheus Rodrigues
O Contra-Ataque

jornalista, marxista-leninista, caipira e boêmio mas não necessariamente nessa ordem.