Luis Rubiales recebe afastamento de três anos pela FIFA após agressão sexual
Ex-dirigente importunou a atleta Jenni Hermoso após conquista do título na Copa do Mundo Feminina deste ano na Austrália — e alguns ainda chamam o que aconteceu de beijo
Rubiales, ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), foi finalmente afastado do futebol de maneira mais contundente pelo Comitê Disciplinar da FIFA — com um afastamento de três anos de suas atividades a nível nacional e internacional por ter agredido sexualmente Jenni Hermoso, atacante da seleção espanhola e do time mexicano Pachuca, durante a cerimônia da conquista do título Mundial pela equipe feminina da Espanha em agosto desse ano em Sidney, na Austrália.
E tem gente por aí chamando o que ele fez de “beijo”. Ora, se não foi consentido não é beijo! O beijo pressupõe uma troca de afeto, consentimento, reciprocidade. Se não tem nada disso não é beijo!
As jogadoras espanholas celebravam sua primeira conquista de título mundial quando Jenni foi agarrada e Rubiales lhe tascou um indesejado beijo na boca. Após o ocorrido, as 23 jogadoras finalistas do mundial assinaram embaixo do comunicado de Hermoso em post na rede social X, antigo Twitter, onde disse:
“Quero esclarecer que, como se vê nas imagens, que em nenhum momento consenti no beijo que ele me deu e claro, em nenhum momento procurei exaltar o presidente. Não tolero que minha palavra seja questionada e muito menos que inventem palavras que não disse.”, disse Hermoso.
As campeãs mundiais pediam respostas contundentes dos poderes públicos para que não passem impunes os responsáveis por condutas como a de Rubiales. No dia 26 de agosto, a FIFA anunciou uma primeira suspensão provisoriamente, por um período inicial de 90 dias, fazendo com que Rubiales tivesse que renunciar à contragosto seus cargos de Presidente da RFEF e sua posição na União das Associações Europeias de Futebol (UEFA).
Alexia Putellas, Irene Paredes e Misa Rodríguez compareceram como testemunhas perante o juiz na investigação da denúncia formal feita ao Ministério Público espanhol. Que venham para a seleção espanhola momentos de celebração sem esse constrangimento. Que seja feita a justiça, não só por Jenni, mas por todas as jogadoras que tiveram também seu momento de alegria ofuscado pela nojeira masculina que não consegue se privar de ser o centro das atenções mesmo que da maneira mais inadequada possível.
Mais do que punir os homens, é preciso lembrar de exaltar as mulheres por suas conquistas e deixá-las comemorar em paz.
Mas livrai-nos dos Rubiales, Amém.
