Nosso apoio ao manifesto ‘Ditadura Nunca Mais’

O Contra-Ataque
O Contra-Ataque
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3 min readMar 31, 2019

GOL CONTRA: DITADURA MILITAR IMPÔS DERROTA AO BRASIL

Os coletivos e torcidas antifascistas vêm a público manifestar total repúdio ao incentivo irresponsável do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que as Forças Armadas comemorem o golpe contra a democracia ocorrido em 31 de Março de 1964, no qual foi deposto o legítimo presidente João Goulart.

Hoje, em tempos de pós-verdade, a direita nacional procura difundir uma ficção em torno do período da Ditadura Militar, entre 1964 e 1985.

Afirmam que “salvaram o Brasil do comunismo”, que “só bandidos foram presos”, que a “corrupção foi extinta” e que “houve grande crescimento econômico”.

Na verdade, trata-se de uma coleção de mentiras e falsidades. O governo Goulart não era comunista e apenas propunha tímidas reformas de interesse popular.

Nestes 21 anos de terror de Estado, operários, camponeses, índios, estudantes, professores, advogados, jornalistas, religiosos, entre outros cidadãos corretos e dignos, foram presos e torturados apenas por divergir do regime autoritário.

No total, segundo farta documentação da Comissão da Verdade, 6.591 militares foram presos, torturados ou mortos durante esse período.

Muitas mulheres sofreram durante a repressão, liderada por delinquentes sádicos como Sérgio Paranhos Fleury e Brilhante Ustra, este último ídolo do fascista Jair Bolsonaro.

A cultura do estupro punitivo vigorou em boa parte dos “anos de chumbo”. Muitas dessas companheiras foram torturadas e depois assassinadas.

Hoje, historiadores e jornalistas mostram que também bebês, crianças e adolescentes sofreram nas mãos cruéis dos repressores.

O regime militar foi, sobretudo, corrupto. Os escândalos eram, no entanto, abafados por meio da censura à imprensa. Desviava-se dinheiro em obras faraônicas, como a rodovia Transamazônica.

Os casos Capemi, Lutfalla, Coroa-Brastel, entre outros, mostram que a corrupção era uma marca do regime.

O chamado “Milagre Econômico” foi fugaz e gerou benefício duradouro a poucos privilegiados. Na Ditadura Militar, marcado pelo êxodo rural, o Brasil assistiu à multiplicação de favelas e ao inchaço daquelas já existentes.

Os golpistas de 1964 geraram concentração de renda, atraso tecnológico e uma inflação galopante, que empobreceu os brasileiros.

O esporte serviu para manipular a opinião pública, fenômeno ufanista que ficou claro durante a Copa de 1970, quando o presidente Médici aproveitou a conquista da Seleção Brasileira para calar opositores e reprimir os movimentos pela democracia.

Naquela época, até mesmo a escalação da Seleção Brasileira sofria com as ingerências do governo fardado.

O esporte, como instrumento educativo e de socialização, sofreu tremendamente com o regime infame instituído em 31 de Março. Muitos atletas foram torturados e assassinados, como Helenira Rezende e Carlos Alberto Soares Freitas, do basquete, e os remadores José Huberto Bronca e Eremias Delizoicov. E também caiu na luta o boxeador Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão.

Foram muitos os perseguidos no futebol, como o técnico e jornalista João Saldanha.

Muitos jogadores também sofreram com a repressão, alguns presos, outros sabotados, como Nando, irmão de Zico; Sócrates, Afonsinho, Reinaldo, Tostão e Wladimir.

Foi também durante a Ditadura Militar que se iniciou o processo de criminalização das torcidas de futebol, consideradas como possíveis células subversivas. Naqueles anos, centenas de torcedores foram presos e muitos sofreram com a tortura em delegacias e centros de interrogatórios.

É preciso, portanto, que os brasileiros acordem e resgatem a verdadeira história da Ditadura Militar e se conscientizem dos perigos representados pelo fascismo, um inimigo do esporte das multidões.

No Brasil, o 31 de Março iniciou um 7 a 1 contra a democracia e a civilidade. Que seja lembrado como o início de um período de ignorância e barbárie.

Que possamos recuperar a verdade, instaurar uma cultura de paz e anular este “gol contra” que o fascista Bolsonaro marcou contra todos os brasileiros.

Assinam este manifesto:

ABC F. C. Antifascistas

AnarcomuAmerica

Avaí Antifascista

Azulão Antifascista

Bafomunistas (Comercial-SP Antifascista)

Bancada Alviceleste

Belo Antifa

Botafogo Antifascista

Brigada Marighella

CAP antifa

Coletivo Democracia Corinthiana

Coletivo Democracia SantaCruzense

Coletivo Elis Vive

Coletivo Popular Alvinegro

Coletivo Remo Antifascista

Coral Antifa

Coringão Antifa

Coritiba Antifascista

Esquerda Rubro-Negra

Esquerda Vascaína

Flamengo Antifascista

Flamengo da Gente

Fluminense Antifascista

Frente Esquadrão Popular

Frente Inter Antifascista

Gipão Antifascista

Goytacaz Antifascista

Meca Antifa

MFLP – 54

Movimento Esmeraldino Antifascista

Movimento Grêmio Antifascista

Movimento Popular Coral

Movimento Toda Poderosa Corinthiana

Palmeiras Antifascista

Porcominas

Porcomunas

Portuguesa Antifascista

Resistência Azul Popular

Resistência Tricolor Antifascista

Resistência Tricolor – Fortaleza

Timbu antifa

Torcedores e Torcedoras pela Democracia

Torcida Antifascista Sport

Treze Antifascista

Tribuna 77

Tricolores de Esquerda

Ultras Resistência Coral

Vasco Antifascista

Vozão Antifascista

Xavantes Antifascistas

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