MANIF-ENREDO DE UM CORAÇÃO TROUXA
tu que faz do meu coração escola de samba, aquiete o passo. A avenida é curta e o carnaval já passou. Não acompanhaste a tua ala, ficou — sozinho — bobo da corte. Teu rosto recusa máscara: ornato falso nunca cobriu falsidade.
Rapaz de jeito torto que não aprendeu a amar-mansinho, fuja dessas minhas linhas e do meu caminho. Meu bloco está na rua: “EU-PIERROT-DE-MIM” vai passar:
Na contramão do teu desamor, eu quis armar minha alegoria, porém a bateria de tuas mentiras sempre ecoou mais alto (>><8&¨%57 PEDI PRA PARAR, PARÔ >><8&¨%57)
E eu já estou quase surdo.
Preparem-me agora uma bossa, não tão nova, mas bossa. Porque até meu ritmo desejo mudar.
Lembra quando tu, passarinho, derramaste confetes sobre a minha solidão? Eu acreditei ser parte do teu enredo, todavia a tua comissão de frente colocou em desalinho a minha história. Fui só as cinzas da quarta e quando chegou a quinta-feira, eu não quis ser mais nada.
Tão bem vestido de mestre-sala dançou com minha dor, pregada em vislumbroso estandarte e toda a arquibancada viu. A cuíca não gemeu sozinha.
Solto, meu coração volta hoje para o barracão, sem fantasia, sem adereço, mas livre porque do teu carnaval só restou a sapucaí.
Ano que vem eu sou todo frevo.
Passe longe de Olinda.