Feliz Aniversário, Linux!

Er Galvao Abbott
O ElePHPant do Chapéu Branco
3 min readAug 25, 2017

Quem me conhece sabe que eu não sou um grande fã do que eu chamo de “tecnologia + auto-ajuda”, coisas do tipo “mudou a minha vida”, “fez de mim uma pessoa diferente”, etc… mas, como toda a regra, esta também tem exceção:

Não é, de forma alguma, exagero da minha parte afirmar que o Linux mudou a minha vida, fez de mim um profissional melhor e até mesmo uma pessoa melhor. Como todo o Brasileiro da minha época fui por muito tempo um usuário de Windows e sim, não apenas era satisfatoriamente feliz como nada me incomodava a respeito deste SO, era “o que tinha”, era “O Sistema Operacional”… até que conheci, com mais intimidade por assim dizer, o Linux.

A primeira distro que usei — confesso que sem muito sucesso — foi o SUSE (versão 7 ou 8, se não me falha a memória). Depois Ubuntu, Debian e finalmente “me aquietei” (por enquanto, anyway) com o Fedora.

Usar Linux significa muita coisa pra mim:

  • Confiança: Como há absoluta transparência, pelo fato de que Linux é Open Source, eu posso confiar que não serei espionado, manipulado ou que meus dados serão utilizados de forma indesejada;
  • Segurança: Acredito não estar sendo injusto quando afirmo que Linux é um SO mais seguro do que as alternativas comerciais. Nunca fui hackeado. Nunca peguei vírus, worm, malware, etc, etc, etc…
  • Estabilidade: A minha máquina não trava. Não dá Tela Azul (ou seja qual for a cor do momento) da Morte e, embora Linux tenha, sim, bugs (qual software não os têm?), se você escolher bem a distro que melhor se adapta as suas necessidades as chances de um bug crítico que impeça você de usufruir do SO são praticamente inexistentes.

Mais do que tudo, entretanto, Linux pra mim significa Liberdade. Ah, Liberdade, palavrinha complicada e que — ironicamente — é a responsável por muitos dos erros que se cometem na Comunidade Open Source… mas sim, o Linux me dá Liberdade:

O meu SO não me dá ordens, ele me faz pedidos. A minha vontade é soberana na minha máquina. Faço o que bem entendo. Se quiser posso até mesmo violar preceitos do prórprio SO (e, claro, arco com as consequências). Meu SO não dita as regras, ele sugere. E eu aceito, se quiser.

Meu SO nunca me encurrala em um canto, me deixando sem opções. Instalar uma nova versão de Linux não exige um upgrade de hardware, não devora memória RAM de forma quase criminalmente irresponsável. Meu SO nunca exige que eu reinicie a máquina, eu faço isso se quiser e quando quiser.

Customizo o meu SO do jeito que eu bem entender. Mudo a cor, mudo o logo, mudo a interface gráfica inteira. Jogo no lixo, refaço, remixo, faço uma zona se eu quiser. Não existem logos obrigatórios, mensagens de copyright ingenuamente estúpidas que estão lá pra ninguém ler.

É por tudo isso (e muito, mas muito mais) que eu não podia deixar esse dia passar em branco.

Feliz Aniversário, Linux. Conheci você quando você era um pirralho de ≃ 8 anos de mercado e hoje você está fazendo 26. Cada vez mais forte, sempre melhor. Continue assim: graças a você faço o meu trabalho do jeito que quero e usufruo de um sentimento que muita gente não conhece ou entende: tranquilidade em relação ao meu Sistema Operacional.

Originally published at Er Galvão Abbott.

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Er Galvao Abbott
O ElePHPant do Chapéu Branco

Brazilian programmer and web app security advisor; Zend Framework Evangelist.