OQHEM? Parte 2 — Faça Conhecimento, não faça “Solução”

Er Galvao Abbott
O ElePHPant do Chapéu Branco
2 min readJan 10, 2017

Qual é a sua profissão? Melhor ainda, vamos perguntar a mesma coisa de outra maneira: O que você faz profissionalmente? Não se engane: são perguntas equivalentes.

As chances são de que você responda “Programador(a)” ou “Desenvolvedor(a)”, certo? Tem certeza de que sua resposta não deveria ser algo como “Especialista em consultar o StackOverflow”? A pergunta não serve pra trollar você, mas pra provocar a reflexão: Quando você soluciona um problema em uma aplicação, você está adquirindo conhecimento? Se não está, caro(a) leitor(a) você está, mais uma vez, errado(a).

Me permita mais uma “alfinetada” antes de conversarmos melhor: Você frequentemente consulta a Documentação Oficial da linguagem/framework/biblioteca/etc… com que trabalha? Se isso tudo está irritando você é porque no fundo você sabe qual é a única resposta certa pra essa pergunta, mas ainda assim…

Faz tempo que nosso mercado vem perdendo uma das melhores características da função de um programador: conhecimento, raciocínio, saber o que, como e por que. Ter total compreensão do problema, aprender a avaliar a melhor solução, compreender a beleza da solução aplicada e poder fechar o ticket com a certeza de um trabalho bem feito. Este, senhoras e senhores, é o núcleo da nossa profissão. Sem isto nada mais somos do que macaquinhos de código.

“Programadores” (aspas pejorativas propositais, disponha) de hoje em dia não compreendem o problema, não sabem o que o causa e não analisam criticamente a solução a ser implementada. Verdadeiros jóqueis do copy-paste, se contentam em fechar um ticket, mesmo sabendo que as chances de que o mesmo se mantenha fechado são mínimas e que provavelmente outro ticket idêntico será criado em pouco tempo. Não adquirem conhecimento, não evoluem como profissionais e no final deste processo horrendo ainda culpam Gerentes, Clientes, Empresários e a Mãe do Guarda.

É claro que os famosos prazos impossíveis, aliados com decisões ruins e manias ainda piores do nosso mercado se somam as causas do problema, mas não se engane: Ao não conversar sobre os problemas que nos afligem, ao aceitar o prazo ridículo, ao evitar “se incomodar” com a parte executiva da empresa você se torna tão responsável pelo problema quanto todo o resto.

Está mais do que na hora do mercado aprender que programar não é costurar retalhos de código-fonte, entender por que o prazo é inviável e porque a solução X não é a melhor para o problema Y. Está mais do que na hora de participarmos do diálogo, de influenciarmos as decisões do produto e portanto da empresa e como consequência do mercado.

Está mais do que na hora de sermos verdadeiros profissionais.

--

--

Er Galvao Abbott
O ElePHPant do Chapéu Branco

Brazilian programmer and web app security advisor; Zend Framework Evangelist.