A um falta raça, ao outro falta bola

Marcos Satin
O EXPRESSO
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2 min readApr 25, 2016

Fernando Prass na bola. Vanderlei no gol. É a última cobrança do Palmeiras. Ele fez ou não?

Palmeiras e Santos entram em rivalidade similar à de tempos de Ademir e Pelé. Foto: Reprodução/Band

Quando você escolhe a conversão da penalidade, dá o título da Copa do Brasil ao Palmeiras. Se a bola não entrar, dá o sonho ao Santos para seguir no Paulista de 2016. Acaba transitando entre memórias recentes e percebe que o Clássico da Saudade não é mais tão saudosista; é uma rivalidade que se intensifica e que agrada os espectadores. As equipes são equilibradíssimas nas provocações, na cabeça quente, nos ídolos e nos resultados.

Veja só como é o menino futebol; ontem, o Santos humilhava o Palmeiras e em duas lambanças da zaga alvinegra, o Verdão marcou e respirou até os pênaltis. Tal como naquela Copa do Brasil de 2015, em que o Palmeiras não jogou melhor, mas fez seus gols e acabou levando o título. Dessa vez, nas penalidades, o Peixe não falhou e fez a sua missão. A festa na Vila Belmiro foi grande, também marcada como o primeiro clássico paulista com torcida única. Fúnebre derrota para o esporte.

O mérito fica com o Santos nesse jogo, e para mais longe temos a final com o surpreendente Grêmio Osasco, que tem feito bem por sua grande capacidade tática e tem a sorte do derrotado, coisa que conta, principalmente, contra o alvinegro, time pouco preparado psicologicamente, lotado de estrelas marrentas e que pode acabar pipocando quando surgir o momento mais oportuno. É óbvio que Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira têm mais futebol que Alecsandro, Robinho e Gabriel Jesus. Mas e a alma?

Nesse aspecto, o Palmeiras vem ganhando do Santos. Tem mais sangue nas veias, mais capacidade de reação e joga com mais caráter. E se ao alviverde falta ainda técnica, aos praianos falta raça. Isso se demonstra nos resultados das equipes no último ano: são 2 empates, 3 vitórias do Palmeiras e 4 do Santos. Três disputas em pênaltis, duas da praia, uma da capital. É coração contra cabeça, é emoção contra razão. Nenhuma é clara vencedora e, provavelmente, nenhuma será.

O futebol nada moderno de Dorival, a fé de Cuca. O deboche de Ricardo Oliveira, a frieza de Fernando Prass. Rei Pelé. Ademir. Os maiores campeões do Brasil. São 17 títulos nacionais em jogo. Não deveríamos ter deixado esse clássico na saudade e, graças aos Deuses do Futebol, ele voltou.

Tomou distância Prass, bateu e…

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