O que você precisa saber sobre as eleições Norte-americanas

Arthur Mello
O EXPRESSO
Published in
4 min readMay 26, 2016
“So no one told your life was gonna be this way” — Que fofo, gente!

Mesmo que essa mistura de House Of Cards e Maria do Bairro chamada Brasília não dê sossego a qualquer colunista político, decidi que nessa semana vamos falar dos nossos amigos americanos.

Agora que temos José Serra como Ministro das Relações Exteriores, muito provavelmente ficaremos mais próximos dos americanos do que antes. Logo, temos que prestar atenção em quem eles vão ~eleger~até o final desse ano.

Quem está ganhando?

Trump e Hillary. Basicamente a contagem de delegados para as primárias já está quase acabando e, misturando política e lógica, qualquer um pode ter uma noção de como isso vai acabar. Os delegados Republicanos vão votar para Trump em sua maioria e, os Democratas, vão votar para Hillary.

Quem são eles?

Milionário e herdeiro de seu pai, Fred Trump, Donald seguiu carreira na industria imobiliária americana. Mas provavelmente, você já ouviu falar dele e sabe que ele é um grande egocêntrico, racista, misógino e… líder nas pesquisas. Trump ficou muito famoso pelo Miss Universo e alguns Cassinos que inaugurou, sendo que muitos deles que faliram não muito tempo após a inauguração. A questão politica crucial que envolve o candidato, é que se ele for eleito, qualquer medida que ele tente aprovar — das suas mais famosas, como o muro entre os EUA e México, a deportação em cadeia dos estrangeiros, etc. — será, por motivos óbvios, barrada pelo congresso.

Não vou dedicar muito tempo a ele por hora, a próxima candidata merece mais atenção. Se você quiser se divertir e entender um pouco mais sobre Trump, recomendo que assista a este vídeo (Peço desculpas, não encontrei a versão legendada).

DRUMPF

HILLZ

Hillary Clinton! Essa sim é um figura polêmica dentro do jogo político americano. Os Democratas não são de esquerda, e isso é essencial para a corrida americana. Até porque, no país que faz guerras por democracia, o Partido Comunista Americano está legalmente impedido de se candidatar a presidência. Então Hillary significa para os a parcela mais pobre um “A gente vai até tentar ajudar mas… você meio que continuará atolado”. E para o Wall Street ela funciona como um “Eu não sou babaca como Trump nem um petralha (eles usam esse termo lá também) como o Sanders, e como vocês estão pagando minha campanha vai ficar tudo certo”.

Hillary é tipo uma Dilma, só que com mais experiência politica. Mesmo aqui no Medium, é uma guerra de prós e contras Clinton. Ela dá confiança às minorias e ao mercado financeiro, mas tem um pouco de dificuldade de lidar com a oposição que está ficando cada vez mais agressiva. Eu, particularmente não sei o que pensar, porque ela sempre foi ativa nos movimentos sociais, porém tem mudado muito de opinião de acordo com as pesquisas de aceitação pública.

Pelo que os americanos estão votando?

Eu comecei a escrever esse texto tentando escrever o que são as primarias. Mas como é muito complicado de explicar todo o processo, vamos nos contentar com o básico para o entendimento: os americanos estão votando para quem serão os candidatos de cada partido. No Brasil isso é tudo decidido internamente e com muitos joguinhos de poder, pesquisas e apadrinhamentos. Lá a decisão não depende apenas da vontade do partido.

As primarias dos democratas acabam no dia 14 de Junho e dos republicanos no dia 7 de Junho. Os dois lados ainda não passaram pela California que tem muitos delegados, mas todos especialistas dizem que isso não vai mudar o jogo. Depois disso vira campanha normal como a gente está acostumado até o dia 8 de Novembro, onde o novo presidente será escolhido.

Quais são as últimas?

O jogo deu uma estabilizada com a saída de Ted Cruz da disputa e a aceitação à derrota pelo Bernie Sanders. Porém, o partido republicano recebeu ontem uma petição contra Trump com mais de 400 escritores (incluindo Stephen King) e também uma outra petição da comunidade judaica contra as afirmações antissemitas que o candidato já declarou. Mas na real que isso não vai pará-lo, até porque os próprios republicanos não sabem o que fazer com Donald.

Em suma, eu tinha que escrever esse texto agora enquanto as águas estão calmas, porque de junho a novembro o inferno voltará a terra e qualquer coisa que eu escrevesse ficaria desatualizada.

Enquanto isso acontece vamos todos divulgar apenas o que nos interessa sobre as escutas do Jucá, Renan e Sarney. Voltemos à nossa programação normal.

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