Por que a Guerra é melhor que a Paz?

Igor Mendonça
O EXPRESSO
Published in
3 min readJun 5, 2016

Deste que me conheço por gente escuto coisas do tipo “a minha busca é pela paz mundial”, “eu luto pela paz”, “precisamos de mais paz no coração” e afins, porém nunca existiu um real questionamento sobre aonde a paz irá nos levar e aonde a guerra pode nos levar.

A guerra é ligada diretamente a coisas negativas em todos os discursos, como sentimentos de tristeza, desesperança, dor, sofrimento, desespero e principalmente o medo. É claro que estes são pontos primordialmente negativos e indesejáveis, mas devemos nos lembrar que tudo possui seu lado positivo, e com a guerra e seu sentimento de medo por ela trazido não é diferente. Já a paz esta sempre atrelada a sentimentos antônimos aos da guerra, estes como a felicidade, alegria, esperança, liberdade, entre diversos outros encarados como positivos. Assim como a guerra tem seu lado positivo, a paz também possui seu lado negativo — hahaha.

Vamos tratar tanto o lado positivo da guerra, quanto o negativo da paz, como consequências indiretas, já que eles só são perceptíveis após uma breve análise e são uma espécie de resposta humana a experiências pelas quais o indivíduo tenha passado.

A paz é monótona e não proporciona tantas experiências — irei aproveitar novamente de outro dito popular — e como sabemos “o que não mata engorda”, vamos encarar este dito como uma analogia, toda experiência nova — deste que não mate — irá tornar o homem mais forte, mais gordo.

Quando o indivíduo não encara o novo, mesmo que este novo lhe pareça negativo, ele não consegue se fortalecer e se tornar uma pessoa mais evoluída. É por isto que as camadas mais pobres da sociedade aguentam o sofrimento de uma crise econômica com mais facilidade e com uma visão otimista — mesmo sendo a classe que mais sofre –, ela já passou por experiências e esta mais forte e preparada para encará-la novamente de frente, sem tremer nem fugir do barco.

Diferentemente da paz, a guerra é um empilhado de experiências em que a cada instante você está presenciando ou realizando algo novo, na maioria das vezes presenciando ou praticando cenas horríveis, mas sempre adquirindo novos conhecimentos, sempre evoluindo, sempre se tornando mais forte de uma maneira que a paz nunca conseguiria tornar-lhe.

Voltaremos para o 2º parágrafo onde citei um sentimento como principal da guerra. Este era o medo, um sentimento que às vezes é deveras negativo para o indivíduo que o sente, pois impede que se tenham novas experiências pela existência do receio, ou seja, impede que o homem se fortaleça e torna-o mais medíocre. Para todos os cantos que olhares em um campo de batalha verás homens com medo — alguns explicitamente com feições medrosas e outros procurando escondê-las –, é durante a guerra que o homem é obrigado a combater este sentimento face-a-face.

Quando o homem supera o sentimento do medo, qualquer barreira torna-se facilmente ultrapassada, pois ele não teme. O que esta em risco torna-se subalterno ao que ele almeja, só ai ele poderá ir aonde quiser. O sofrimento pelo qual ele passou é totalmente recompensado por esta nova qualidade que a guerra lhe trouxe. Agora ele possui totais condições para deixar de ser um ordinário e se tornar uma pessoa extraordinária.

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