Reflexo

Se eu posso ver o seu rosto, por que não posso ver o meu?

Paulo Victor Ribeiro
O EXPRESSO
1 min readJun 21, 2016

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Peça pertencente ao projeto “31–10–2015” — RIBEIRO, Paulo

Olho para o espelho e nada vejo. Estranho, pois olho para o lado e você está aqui.

Talvez esta brilhante e maldita invenção humana não reflita o exterior.

Mas você me vê.

Não sente.

A gengiva está dormente, e o resto entorpecido.

Você está vivo para fora;

Você está morto para tudo.

Talvez não agora, mas que diferença isso faz? A hora da derrocada vai chegar.

O sentir é uma invenção.

O saber é absolutamente irrelevante.

O ver, de que adianta?

Afinal, pare para pensar um segundo: você não controla nada;

O mundo é um gameplay.

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Paulo Victor Ribeiro
O EXPRESSO

cachaceiro, debochado e jogador. repórter freelancer de qualquer veículo legal.