Antes de This is Us existir a gente não chorava, vazava sem querer.
Cebola da televisão mundial.
POSSÍVEIS SPOILERS DA PRIMEIRA E SEGUNDA TEMPORADA DA SÉRIE EM TOMA CUIDADO NÃO RECLAMA COMIGO DEPOIS NÃO
Desde setembro de 2016 se tornou comum ligar This is Us a choro, em algum momento a série consegue te arrancar nem que seja uma lagrima no cantinho do seu olho, define quem é humano e quem pode ser um alienígena reptilianos treinado pra não demonstrar sentimentos. Criada por Dan Fogelman que escreveu Carros da Pixar e uma das minhas séries favoritas de todos os tempos (Coisa que eu só descobriu fazendo a pesquisa pra escrever esse texto) Galavant, que eu provavelmente em algum momento vou falar sobre.
Aquele primeiro episódio de This is Us mostrando Jack(Milo Ventimiglia) e Rebecca(Mandy Moore) pegos de surpresa pelo parto dos trigêmeos, enquanto em outro lugar Randall(Sterling K. Brown) busca seu pai biológico, Kate(Chrissy Metz) lida com os problemas do seu peso e Kevin(Justin Hartley) se encontra a beira de um colapso nervoso antes de revelar que todas as histórias são na realidade a mesma família em tempos diferentes é provavelmente um dos melhores pilotos dos últimos anos. E consegue isso apostando no simples.
This is Us é mais próximo de um novelão que ja cheguei, com temporadas de 18 episódios um por semana, não introduz 47 núcleos com 15 personagens cada enquanto desenvolve só 2 ou 3. Constrói cada um de forma calma, lida com problemas reais da vida comum, algo que você ja passou ou conhece alguém que passou pelos mesmos problemas, é tão focado na vida que é fácil de se relacionar com qualquer um dos personagens, inclusive a série fez o feito de me fazer gostar de todos os personagens principais sem criar o famoso ranço de nenhum.
Depois dos primeiros 18 episódios, 26 prêmios entre eles: Globo de Ouro e Emmy de Melhor Ator em Série Dramática pro Sterling K. Brown e o Prêmio do Sindicato dos Atores de melhor elenco numa série dramática acompanhada de uma média de 23 litros de choro por semana (Informação não verificada) e renovada pra segunda e terceira temporada a nova queridinha da América do Norte, This is Us se tornou incontestável.
Quando você entrar em um relacionamento pergunte pra pessoa se ela te trocaria por Jack Pearson, se ela falar que não você termina. Não tem o porque investir em algo construído em mentiras.
Fica quase impossível falar de This is Us e não falar sobre o Jack. Sobre o Milo Ventimiglia.
A gente sabe desde cedo que o Jack não sobrevive pra envelhecer ao lado do amor da vida dele, mas só descobrimos o que levou ao fim da vida dele no meio da segunda temporada, num episódio tão importante que até colocaram o super bowl pra passar antes. A gente sabe dos problemas, mas a gente assiste o cara sendo um pai incrível, um marido incrível, um amigo incrível que acaba sendo até triste viver num mundo onde não importa o que você
faça você não vai ser tão bom quanto o Jack é.
E é até por isso que eu resolvi nem falar tanto sobre ele… Todo mundo ja fez…. É QUASE impossível.
Todos os personagens são bem interpretados, não tem uma pessoa no elenco de This is Us que seja só “Ok”, todo mundo entrega 100% de cada personagem independente da idade que ele tenha, mas Mandy Moore, durante o fatídico episódio do super bowl é fora da curva, e se ela não for pelo menos indicada pras categorias de atriz nas premiações do ano que vem algo ta muito errado.
E tem também o Big Three, todos os 9 dos 3. Muitos nomes pra listar inclusive, a narrativa da série divida em diversas linhas temporais é outro motivo dos que torna This is Us tão boa, do que ajuda o novelão a ser mais interessante, você entende os traumas dos personagens enquanto adultos ao mesmo tempo que vê o porque da existência deles enquanto crianças e adolescentes (Inclusive parabéns pra quem fez o casting dessa série porque puta que pariu…)
É claro que não é tudo maravilhas, existem coisas que se tornaram um ciclo. Por mais que justificaveis.
Randall e Beth vão brigar, conversar e arrumar uma solução.
Kate e Toby vão brigar pelo direito de proteger a Kate, até que um cede.
Existem coisas previsíveis, mesmo que da forma mais elegante. Assim como a vida, que imita a arte, que imita a vida, que imita a arte. A série que se segurou por tanto tempo na causa da morte do Jack, agora parte pra explorar o passado dele antes da Rebecca.
A segunda temporada tenha começado lenta, sem repetir o impacto da primeira temporada, This is Us parecia ter perdido o folego, até que 3 episódios focados separadamente em cada um dos filhos Pearson preparou o terreno pra “despedida” do Jack, construiu tudo pra não dar uma morte heroica pro mais carismático dos personagens, o homem que não passava um dia sem ser inspirador, sem planejar algo romântico pra sua esposa, sem fazer questão de mostrar o quanto se importa morreu “do nada” em segundo plano, numa cama de hospital… A vida é injusta pra caralho. Acabou que tive que falar do Jack de qualquer forma… Maldito homão da porra.
Isso que da ir escrevendo sem organizar os pensamentos antes de começar.
Em conclusão, This is Us é uma história muito bem escrita, dirigida, editada e atuada sobre a vida, que tem falhas, mas que sabe muito bem cobrir as rachaduras. Que emociona, diverte e surpreende até os que não são fãs do gênero televisivo dramalhão novelístico (Lê-se ‘Eu’) e te faz criar uma conexão tão grande com seus personagens que você se sente no casamento ou no velório de alguém da sua infância.
Pra terceira temporada é esperar que tudo que o final da segunda mostrou seja incrível, que analisando o histórico, não vai ser difícil não…
Agora um monte de vídeo pra você se apegar ao elenco e ficar ainda mais difícil de não se aguentar, uns tão legendado, uns não tão… É a vida.
