Rise: In memoriam

Welbe
O Grotto
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4 min readMay 16, 2018

NBC me devolveu Brooklyn Nine-Nine com uma mão e tirou Rise com a outra.

Então, talvez vocês ja saibam ou talvez nem tenham tomado conhecimento da existência de Rise, mas a NBC anunciou que a primeira temporada é a ultima temporada. Com seus 10 episódios, o ultimo ironicamente intitulado “Opening Night” a série vai sair deixando perguntas sem respostas e um gostinho de que podia ter sido algo muito melhor do que foi.

E antes de qualquer coisa, não, eu não to tentando fazer ninguém assistir. Porra a série foi cancelada vai assistir pra que? Gostar e ficar triste porque não tem mais ou achar uma merda e achar que perdeu o tempo da sua vida? Melhor poupar qualquer tipo de frustração.

Sim é o Ted…

Com Josh Radnor, Auli’i Cravalho, Amy Forsyth,
Ted Sutherland
, Auli’i Cravalho, Shannon Purser e mais uma pancada de gente e uma equipe criativa com Jason Katims de Friday Night Lights e Jeffrey Seller produtor de Hamilton, Rise é um drama musical, ou um drama sobre um musical, ou um drama com um musical sobre um professor que resolver assumir controle do departamento de teatro da escola onde as decisões dele vão começar a afetar e se misturar com a vida de todos os alunos e perturbar a direção da escola.

A comparação com Glee seja inevitável Rise usa do que a antecessora criou mas muda a “vibe”, enquanto Glee é mais cômica, colorida e fora da caixinha Rise se mantem mais séria, dos diálogos, aos números musicais (Que as vezes nem existem) e até nas cores. Se Glee tivesse um filho com This is Us e o padrinho fosse Life is Strange a criança seria Rise.

UUUUUU DRAMA ADOLESCENTE UUUUUU (Sim é a Moana)

Mesmo que a série de nicho, ambiciosa e técnica tenha sido cancelada após seus poucos 10 episódios, ainda assim foi tempo de deixar lições pra aprender. Ainda mostrou que Arte é cortada ou diminuída na primeira expressão de liberdade e que como Spring Awakening (Que é a Peça que serve de pano de fundo pra série) mesmo diz: as coisas não são ok a não ser que estejam escritas da Bíblia deles. Rise conta a história de adolescentes reprimidos em 2018 contando a história de adolescentes reprimidos no final do século 19.

Rise foi sobre a censura, mas era principalmente sobre as relações. Entre garotos trans e garotas grávidas, professores de teatro e estudantes gays, entre o menino sem-teto e a família à qual ele se apegou, filhos perdendo a fé em seus país e encontrando ela em si mesmo, filhos aprendendo o que é se colocar de pé sozinho pela primeira vez, mães que percebem que não ensinaram os filhos a lidar com as coisas e tentando o melhor pra atender pedidos que a maior parte dos adultos ignoram. Foi uma série sobre pessoas, das que tem aos montes por ai, mas uma série musical é melhor do que nenhuma série musical.

Ou talvez eu só tenha realizado o quanto eu me arrependo de não ter me enfiado num teatro quando era mais novo e eu me vendo pra série de adolescente porque a minha foi basicamente inexistente porque meu grupo de amigos com mais de duas pessoas só surgiu quando eu tinha 18 pra 19 anos… WHO KNOWS AM I RIGHT?

Talvez tenha sido esse o problema, Rise tentou demais. Todos as suas histórias não encontravam tempo pra se desenvolver, o que acabou deixando tudo parecer raso, mesmo com as atuações bem descentes do elenco. Faltou tempo. Tempo que não vai acontecer e ninguém nunca vai saber se a série cumpriria o potencial que parecia ter.

Talvez a peça precisasse de mais ensaio.

E sim eu fiz tudo isso pra poder usar aquela ultima frase.

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Welbe
O Grotto

Ninguém mais me aguentava falando das coisas que eu costumo falar, até que me mostraram o Medium pra eu falar sozinho.