WEST COOOVIIINAAAAA………CALIFOOORNIAAAAA!!♫!♪♫!1!

Welbe
O Grotto
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4 min readJun 25, 2019

Isso foi só um motivo pra ouvir as musicas das quatro temporadas

Qualquer um que me conhece sabe que eu gosto de musicais. Acho uma forma fácil e divertida de se relacionar com os personagens e não existe nada que não possa ser transformado em música. Porém Crazy Ex-Girlfriend foi diferente, o começo da série não me agradou. A premissa parece ultrapaçada, uma garota bem sucessida um dia cruza com um ex namorado da adolescencia e decide, ali mesmo, que vai largar tudo em Nova York pra se mudar West Covina, Califórnia e buscar o “Verdadeiro amor”.

A verdade é que a série criada por Rachel Bloom e Aline Brosh McKenna e estrelada por Bloom é na realidade sobre desconstruir esses conceitos e conversar sobre assuntos que geralmente não são simples, através da sátira, de um pouco de humor negro e obviamente das músicas.

Sátira aquela que prioriza a intenção acima do conteudo, a intenção de cutucar algo em nome da comédia, e mais que isso, confrontar quem assiste com a verdade, que é desde o começo a intenção.
Humor negro aquele, que por falta de definição melhor faz piada de assunto sério, não pra tirar sarro da situação, mas pra ficar mais fácil de entender.

Logo no numero de abertura (O video de cima) da série Rebecca se convence de que o que ela esta fazendo é correndo atrás da felicidade e amor verdadeiro, mas como da pra perceber logo depois é que na realidade ela ta perseguindo uma ideia de contos de fadas que ela criou, correndo atrás da ideia de que o destino vai agir se ela só acreditar com força suficiente. Durante a música os instintos dela dizem o quanto esse caminho é ridiculo, tudo isso enfatiza o ridiculo do gênero, quando mostra as atitudes da personagem não existe o como defende-la, as atitudes evocam um sentimento de vergonha alheia, ela é tão obsecada pelo plano que criou que não se contenta com nada a não ser dar 100% dela pra causa.

Talvez essa seja a importância das músicas na história. Principalmente as com um clima de conto de fadas/filmes da disney, elas servem pra mostrar o quanto aquilo é fantasioso antes de começar a se contradizer de um jeito que enfatiza a mensagem de todas elas. As músicas destacam o “sentimento principal” do episódio, e música é perfeito pra isso, quando um acorde dessa música toca em episódios futuros o sentimento que ela destaca volta. É sutil, talvez até inconsciente, mas não deixa de ser incrível. Quando os personagens cantam algumas vezes eles podem refletir a percepção que a Rebecca tem do personagem ao ínves de até mesmo o que o próprio personagem é.

Com o passar da temporada, desconstruindo os conceitos de “Crazy” o show atinge a sua forma final. Começa a lidar com problemas psicologicos da sua personagem principal, retrata a vida e as curvas que ela da. Tudo sem perder a essência.

Músicas como I’m The villain, You Stupid Bitch, The Darkness, A Diagnosis e Anti-Depressants Are So Not A Big Deal (Todas ai em cima) são os primeiros exemplos que aparecem na minha cabeça do como o show é inteligente pra lidar com seus assuntos.

Muitas comédias insistem que tudo vai dar certo, que no final tudo vai dar certo, você vai achar amor, você vai encontrar o emprego dos sonhos. Crazy Ex não é assim, em West Covina as coisas podem, talvez, quem sabe, ficar bem mesmo quando não estão bem. A série não corre das verdades dos problemas psicologicos, mesmo com a protagonista tentando, e corta pela raiz qualquer tentativa de glorificar qualquer uma delas.
Crazy Ex-Girlfriend foi uma das séries mais inteligentes que eu tive o prazer de acompanhar, uma jornada de 4 temporadas pra te lembrar que por mais que você fuja ou tente fugir dos seus problemas, eles vão voltar.

Crazy Ex-Girlfriend foi uma série da CW, imensamente elogiada pela critica e tem suas quatro temporadas disponiveis na Netflix nesse exato momento e é definitivamente algo que eu indicaria pra qualquer um com a mente aberta o suficiente pra tentar, é rapida, engraçada, tonta e com músicas íncrivel que vão de “The First Penis I Saw” baseado em Abba até “Settle for Me” baseados nos classícos do cinema antigo, ela talvez exija um pouco mais de atenção do que outras comédias por ter 70% das piadas enfiadas no meio das músicas.

E AGORA SENHORES E SENHORES

O MOTIVO DO QUAL ESSE TEXTO EXISTE: UMA LISTA COMPLETAMENTE DESPENSÁVEL DE MÚSICAS DA SÉRIE QUE EU GOSTO MUITO

Essa versão é do show expecial de encerramento do episódio e eu decidi colocar ela porque é ao vivo e a Donna Lynne Champlin é literalmente um anjo nesta terra condenada que vivemos.

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Welbe
O Grotto

Ninguém mais me aguentava falando das coisas que eu costumo falar, até que me mostraram o Medium pra eu falar sozinho.