O jornalismo precisa de respostas

O Guaxinim
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3 min readJun 22, 2017

É passaralho atrás de passaralho. Devemos escolher entre ficar reclamando a falta de vagas em um mercado já saturado ou achar uma alternativa para tudo o que acontece. É na segundo opção que O Guaxinim quer se encaixar.

Achar um estágio é relativamente fácil. E nem preciso mencionar as dificuldades que um estagiário tem de passar para ouvir um “não vamos te efetivar” no final. Como um todo, a ideia do estágio é ótima. Só que é usada para conseguir mão de obra especializada e barata. Aí vira sacanagem.

A consequência disso é que o formado perde mais espaço. E todo mundo se forma um dia. Com as redações cada vez mais enxutas, o jornalista acaba indo para as assessorias, disputar espaço com publicitários e RPs. E ninguém fica muito feliz.

O Guaxinim não quer reinventar a roda, tampouco o jornalismo. Mas fazendo pequenos ajustes, grandes resultados podem surgir. E o primeiro deles é a implosão do lugar-redação.

Usando as novidades para fazer o velho jornalismo (Agência O Globo)

Por que precisamos de um lugar fixo?

A verdade é que, na era digital, não precisamos dele para muitas funções. Você já deve ter visto por aí aquela imagem que diz que a maior companhia de fotos nem tem uma câmera para vender (Instagram), o maior serviço de corridas particulares não tem um carro (Uber), etc, etc. Se não viu, tá aqui embaixo.

O que realmente importa é o que fica. (Reprodução)

No caso do jornalismo, não ter uma redação é uma maneira muito eficiente de cortar os custos e tornar o trabalho mais pessoal. Muitos profissionais já trabalham dessa maneira, com o freela. E sim, todos adoram um freela, quando conseguem um.

O modelo que O Guaxinim oferece é como uma agência de freelas. Compramos boas pautas que rendem boas histórias e, desta forma, o jornalista não precisa gastar tempo e dinheiro para produzir uma reportagem para só depois tentar vendê-la, pelo preço que for, para não ter prejuízo.

Sem um escritório, relatórios e engarrafamentos desnecessários. E assim O Guaxinim é praticamente onipresente. Basta uma conexão com a internet e uma ideia na cabeça que o jornalista já pode participar da iniciativa.

O Impacto

O que efetivamente acontece para participar do Guaxinim? Bem, comece enviando sua pauta para gente. É só acessar a aba “Publique” ali em cima que tem todas as instruções. As pautas selecionadas recebem a verba pré-combinada e aí a mágica do jornalismo acontece. Bem, não tão mágico, mas acontece. Produção, apuração, entrevistas, redação, revisão, edição, até chegar na tela dos leitores.

A quebra do que é habitual não é sem motivo. Tudo o que distrai do principal (o jornalismo, efetivamente), foi retirado. Inclusive o tempo. As pautas tem até três meses para sair. Ninguém precisa ficar roendo as unhas com o dead line. Afinal, o que é melhor?

A) Uma história bem contada
B) Uma história contada rápida

Aqui no Guaxinim, ficamos com a primeira opção. A linha editorial é essa. O assunto pode ser esporte, cultura, política, culinária, saúde, globalização, economia, etc, etc. O que interessa é que tem algo incrível acontecendo por aí com alguém. E não tem nada mais valioso para o trabalho jornalístico que isso.

E os resultados, mesmo em tão pouco tempo, não poderiam ser melhores.

  • Profissionais mais felizes, fazendo uma pauta que realmente acreditam, no tempo em que tiverem disponível.
  • Histórias de valor, que realmente fazem a diferença na vida de alguém. Seja de maneira direta, como a do seu Helvécio, que graças ao trabalho de Toni Cavalcante conseguiu um lar temporário, quanto a entrevista de Rafaella, por Cris Lemos, que consegue pôr um ponto de vista singular e muitos questionamentos em nossa cabeça.
  • Democratizar o trabalho do jornalista. Já apareceram indicações, estudantes, doutores e professores na área, dos mais diversos locais. O Guaxinim não quer currículos. Quer pautas das melhores histórias.

O bichinho ainda tem um longo caminho pela frente, principalmente quando se trata de público. Mas a ideia já está lançada. Como diz o título, o jornalismo precisa de respostas. E O Guaxinim é uma delas. Espero que gostem ;)

Escrito por Henrique Kanitz, editor do Guaxinim, amante do jornalismo e poeta de horas vagas.

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Contador de histórias e admirador do jornalismo