Run: Review.

Marcel Silva Gervásio
The Halo
Published in
3 min readApr 7, 2021

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Chloe é uma adolescente com uma série de condições médicas, por esse e outro motivos ela e mãe vivem isoladas do resto do mundo. Diane é professora e Chloe está na expectativa de entrar para faculdades. As duas são muito unidas e codependentes, mas ao descobrir algo que não deveria a adolescente começa a desconfiar que a mãe esconde segredos sombrios dela.

Depois do sucesso de Buscando, o diretor iniciante Aneesh Changanty tem um novo sucesso nas mãos. Com estreia oficial nos EUA no fim de novembro e sendo distribuído por aqui pela Netflix desde do dia 2 de abril, Run é um caso de sucesso tanto no Hulu, quanto no streaming vermelhinho se mantendo desde então no seu top 10.

Coestrelado por Sarah Paulson e Kiera Allen, a trama explora uma doença que se tornou famosa em Hollywood nos últimos anos após o caso de Gypsy e Dee Dee Blanchard se tornar público. Confesso que por conhecer o caso real, o filme não me surpreendeu tanto, talvez por conta do trailer que promete algo mais tenso do que o filme realmente é ou talvez por eu ser apenas um chato mesmo.

O fato é que mesmo com Sarah Paulson entregando uma Sarah Paulson Assustadora e Kiera arrasando como Chloe, Run até convence como thriller, mas eu senti que senti que faltava algo no filme e resolvi escrever esse texto para compartilhar com vocês um pouco da minha visão sobre esse filme.

Mesmo com as minhas expectativas meio frustradas com esse filme eu não posso negar que Run tem uma boa direção e um roteiro que mesmo conveniente às vezes não se perde pelo caminho e entrega um suspense instigante, pelo menos enquanto ele mantém as personagens dentro da casa.

Aneesh Chaganty conhece as limitações do próprio filme por ter uma protagonista cadeirante e sabe usá-las ao seu favor usando elas para criar os momentos de tensão no decorrer do filme. Kiera que também é cadeirante sabe muito bem como entregar esses momentos de tensão que em outros contextos nem teriam tanto impacto, mas que nesse filme chegam ser de perder o fôlego.

Porém, enquanto num primeiro instante a personagem muitas vezes precisa se esforçar não apenas fisicamente para compreender o que realmente acontecia com ela, da segunda metade do filme por diante, algumas coisas chegam de forma fácil demais até ela, apenas para que o roteiro possa continuar a avançar.

Uma das coisas que me incomodam no filme é o fato da Chloe ser isolada demais, ela nem tem amigos online e isso eu achei estranho, mesmo que a cena do telefone seja muito boa. Outra coisa que me incomoda é o fato da Diane esconder provas contra ela mesmo no porão, que tipo de sequestrador faz isso? Mesmo que o porão teoricamente fosse um lugar inacessível a personagem da Kiara por conta das escadas, a mulher não se deu o trabalho de tirar a caixa do alcance da filha quando trancou ela lá.

Fora que a adolescente é extremamente inteligente, mas só que começou a fazer perguntas depois de encontrar a medicação, ela nunca pesquisou sobre a própria condição na internet? Ou melhor, como alguém que construiu uma impressora 3D do zero não consegue juntar fios de elevador e prefere se jogar pela escada com o risco de quebrar o pescoço?

Essas perguntas até chegam a incomodar, mas o filme sabe manejar muito bem a tensão criada em sua trama que elas nem surgem durante o filme.

Essas perguntas até surgem durante o filme, mas Aneesh consegue manejar bem a tensão criada e é tipo de coisa que você só se pergunta quando os créditos sobem. A parte final ambientada no hospital quase perde o ritmo e seria um péssimo final se o filme terminasse ali.

Com boas atuações, Run é um thriller com potencial que entrega bons momentos, mas tem um Hype maior que a obra e nem sempre entrega o que acaba prometendo.

Nota: 3/5.

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Marcel Silva Gervásio
The Halo

A Brazilian guy trying to be a good writer (Escritor em formação).