Uma eSpiral de erros.

Comentando o novo filme dos Jogos Mortais.

Marcel Silva Gervásio
The Halo
3 min readJun 18, 2021

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O universo de Jigsaw está de volta, após quatro anos desde o último filme, Spiral estreou nos cinemas americanos no dia 13 maio nos Estados Unidos com a promessa de trazer de volta uma das franquias de terror mais populares dos anos 2000.

Estrelado por Chris Rock, Spiral: From the Book of Saw traz no centro da Trama Zeke, um policial que não é muito querido na delegacia onde trabalha, mas que após receber um pen drive suspeito passa a investigar um possível imitador do famoso serial killer Jigsaw.

Com direção de Darren Lynn Bousman, que também dirigiu o segundo filme da franquia e com Josh Stolberg e Pete Goldfinger, os roteiristas de Piranha 3D. Spiral é uma tentativa de resgatar a franquia, porém esse pontapé para a nova fase da franquia pode se mostrar mais infrutífero do que o esperado.

O filme se revela com menos conteúdo do que se propõe, cheio de pontas soltas que nem mesmo as famosas mortes mirabolantes da franquia foram capazes de segurar.

Spiral: From Book of Saw tenta se vender como uma versão mais sóbria da franquia que acabou se tornando bem trash com o passar dos anos. Com um roteiro fraco e uma série de flashbacks jogados, o filme é cheio de diálogos expositivos e tem uma necessidade de explicar cada mínimo detalhe dos acontecimentos, deixando pouco espaço para a imaginação da audiência, o que torna a experiência de acompanhar o filme bem maçante.

Fica evidente que a ideia original do roteiro seria transformar o embate de Zeke com o novo imitador de Saw numa trama de gato e rato, mas o filme falha em construir isso se perdendo em montagens confusas ao ponto de entregar o vilão muito antes do momento dele entrar em cena.

A direção até tenta criar momentos memoráveis com as mortes e na minha opinião elas são bem gravadas, mas mal tomam tempo em tela. Nós não temos tempo para temer pela vida dos personagens e nem mesmo tempo para nos chocarmos com as mortes mirabolantes porque tudo acontece rápido demais e até higienizado demais.

Eu não sou fã dessas produções que usam cenas sangrentas para gerar algum tipo de reação na audiência de forma gratuita, mas isso até faria sentido numa franquia que se tornou emblemática na sua forma criativa de apresentar as mortes dos seus personagens.

As atuações nesse filme são um problema à parte. Enquanto temos Max Minghella que brilha em The Handmaids Tale e Samuel L. Jackson que dispensa apresentações são subutilizados na trama, foi sofrível acompanhar o Chris Rock tentando vender um policial sério e problemático.

Durante todo filme tive a impressão de estar assistindo um esquete do SNL sempre que a câmera focava no rosto de Chris com os olhos semicerrados tentando parecer, bem eu nem sei o que ele estava tentando fazer, mas foi bem engraçado de assistir e algo me diz que não era essa reação que eles esperavam.

Mas justiça seja feita, Samuel e Max são os únicos que tentaram entregar algo ali enquanto todo o resto estava bem fraco e até o Max entrega um vilão meio canastrão no final do filme. Final esse que não teve impacto nenhum, o último ato é completamente anti climático e até mesmo previsível se você conseguir manter sua atenção no filme resistindo ao desejo de checar seu Twitter.

No geral, Spiral: From the book of Saw é um filme com um roteiro ruim, com uma direção que tenta compensar criando algumas imagens bem gravadas que ainda assim acabam sem nenhum impacto e uma atuação hilária de Chris Rock. E se você resolveu ler esse texto antes de assistir ao filme eu recomendo fortemente você a procurar por outro título no seu streaming de preferência.

Nota: 1,5/5.

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Marcel Silva Gervásio
The Halo

A Brazilian guy trying to be a good writer (Escritor em formação).