#abrates17

Thiago Hilger
O Jogo da Tradução
3 min readJul 2, 2017

Meus 2 cents a respeito do Congresso da Abrates de 2017

Agora que já deu tempo de refletir e digerir um pouco, preciso contar: não amei o 8º Congresso da Abrates. Não foi inútil, claro, não estou aqui querendo apenas criticar de graça, nem jogar pedra em ninguém, do fundo do coração. Então vou explicar por que não amei: custo-benefício.

Vamos começar pelo custo, então. Como não sou associado Abrates, a inscrição me custou 600 dinheiros, isso no early bird. Conheço quem tenha pagado mais. Não é lá muito barato. Ok, há quem diga que congressos de medicina custam na faixa de uns dois mil dinheiros e tal, mas não vamos esquecer as realidades diferentes da área médica e do área tradutória, acho que essa analogia não vale muito aqui. Eu juro que ficaria feliz tendo acesso a uma planilha de custos do evento, que deixasse bem claro para onde foi todo o dinheiro (e sim, dei esse feedback à organização, então não tem nada de segredo aqui).

Também fiz as contas do que gastei com transporte, alimentação e hospedagem para o final de semana do congresso, e lá se foram mais 800 dinheiros, totalizando R$1.400. É um tanto salgado para um evento, então a gente fica esperando um retorno doce para compensar, não é?

Então vamos aos benefícios, começando pelas palestras. Quando a lista de palestras foi divulgada, duas coisas me chamaram atenção. A primeira: muitos, muitos palestrantes novos, ótimo! Fiquei feliz em ver que um monte de gente nova teve espaço para falar sobre várias coisas novas, parabéns à organização. A segunda coisa que pensei foi: pouquíssimos temas me interessavam, ao menos para a minha realidade atual de carreira, considerando área de atuação, experiência, mercado alvo. Claro que havia temas legais, lógico, mas num geral, não visualizei muito proveito nas palestras para mim. Repito: para mim.

Mas eu não queria deixar de participar do evento, então meu objetivo principal se tornou fazer contatos, ver e ser visto, trocar cartões e bater papo com os pares. O problema foi que não fiz tantos contatos assim quanto gostaria, eu esperava mais. Um tanto foi minha culpa mesmo, por não ter saído muito da asa do grupo com quem eu estava circulando pelo congresso, mesmo tendo escolhido não ver nenhuma palestra em vários horários para justamente “corredorar”.

Então, num geral, o benefício não foi lá aquelas coisas, para mim, portanto o evento não valeu muito a pena. Repito: para mim.

O que achei mais interessante do congresso foi que cada um participou de um evento diferente e único, já que tínhamos várias salas simultâneas. Isso não é novidade, nos anos anteriores foi assim também. Por um lado, dificulta, já que ninguém consegue estar em sete salas ao mesmo tempo. Por outro lado, aumenta a possibilidade de troca de informações depois, e cada pessoa pode contar para os pares como foi o congresso único que viu. E várias pessoas com quem conversei adoraram o congresso.

No fim das contas, minha opinião aqui não torna o congresso um sucesso ou fracasso. Acredito que num geral o congresso foi bom para a maior parte dos participantes, mas não para todos. E como ninguém nem nada consegue agradar a todos, é esperável que isso aconteça.

Acho importante a gente ser honesto nesses casos, não ficar elogiando o evento se não tiver conseguido aproveitar, porque soa falso sim. Eu já organizei um curso antes e nem todos os participantes adoraram. Cabe a quem não curtiu dar sua opinião e fazer suas críticas construtivas para a organização. Eu fiz isso.

No feedback oficial sobre o evento, sugeri que a planilha de custos fosse aberta e que houvesse algum tipo de votação de interesse de palestras, ou algum outro sistema para que os próprios participantes pudessem ter um pouco mais de voz sobre os temas. Isso talvez pudesse ajudar a casos como o meu não acontecerem com frequência no futuro.

(E, por favor, organização, não coloquem mais esses nomes de sala, não deu certo, sinto muito…)

E para você, que foi ao congresso também, qual são os seus 2 cents?

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Thiago Hilger
O Jogo da Tradução

Freelance translator, mainly on game localization. Teacher of gameloc and subtitling. And a very nice person. :)