“man and woman kissing” by Randy Colas on Unsplash

O amor é divino, o sexo é animal

O amor é cristão… Mas por que o sexo tem que ser “pagão”?

Bruno A.
3 min readOct 9, 2018

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De fato, sexo é animal. É hormonal. É necessidade e reação física. É instinto de sobrevivência. É necessidade.

Sexo, a primeira vista, não é algo cultural, que tenha que ser aprendido; sim algo instintivo, como respirar, comer e beber. Mas, analisando profundamente, sexo é cultural sim: é ensinado e aprendido em sociedade. Não o intercurso em si, mas os valores culturais adicionados por cada sociedade. Então o sexo deixa de ser apenas sobrevivência, e passa a se tornar status.

“Quantas vezes você fez sexo nesta semana?”, “Quantas você dá em um noite?”, “Você fez sexo neste mês? Neste ano?”, “Aliás, você já fez sexo?”

A combinação de respostas das perguntas acima pode te fazer um macho alfa pegador ou um nerd “virjão” e bobo; uma moça “pra casar” ou uma ninfomaníaca. Até a forma como essas respostas serão recebidas, dependendo do seu sexo, é cultural, ensinada e aprendida.

E se o “sexo é animal”, como diria Rita Lee, o amor realmente é divino.

Amor não é “sentir borboletas no estômago”. Isso é paixão. Necessária, é verdade, mas incapaz de durar como o amor. Este exige doação. É impossível amar e não sofrer. Se a pessoa que você ama não está bem, é como se a enfermidade doesse no seu corpo. Se você pudesse substituí-la, nem que fosse por um dia, para que ela tivesse um dia de descanso, não pensaria duas vezes.

Se, no sexo cultural, o que importa é o seu prazer, e depois o seu status ao apresentar sua ficante “10/10” como um troféu, ou como uma presa morta, empalhada e exposta sobre a sua lareira, no amor não há qualquer orgulho. Que orgulho haveria, afinal, na seguinte cena: “O filho de Deus reduzido a simples humano, caluniado como criminoso, pendurado numa cruz como maldito”?

Mas, em algo, a Rita Lee errou: amor e sexo não são antônimos. Não precisam andar separados. Na verdade, ambos foram criados por Deus para andarem juntos. No amor, o sexo deixa de ser simplesmente animal e se torna ligação. O símbolo maior de conjunção íntima entre duas pessoas que já vivem numa intimidade de sentimentos e pensamentos, de alegrias e sofrimentos.

É por isso que não faz tanto sentido “sexo antes, amor depois”, pois o sexo é consequência. A ligação entre duas pessoas começa nos ideais, nos pensamentos, nas vontades, nos gostos, nos sentimentos, nas filosofias de vida, nas alegrias, nas dores, nos sofrimentos, na adoração, nos lamentos, no rumo de um mesmo caminho, no compromisso, no juramento — diante dos homens e de Deus — que esse laço jamais será rompido. Depois de tudo isso, o sexo vem, como uma consequência natural. E então descobrimos que na verdade, o sexo também é divino.

O sexo é sim divino. Fomos nós que o demonizamos.

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