Parks and Recreation nos dá um exemplo de autoridade — Leitura em Romanos 13
A série americana demonstra como um líder está submetido ao seu cargo e à missão de ser um ‘ministro para o bem comum’
AVISO: Esse texto contém spoliers do epísódio 9 da quarta temporada de Parks and Recreation (The Trial of Leslie Knope).
O que você faria se, sendo um chefe, pegasse dois dos seus subordinados cometendo uma irregularidade? E se eles fossem dois dos seus maiores amigos? Você faria “vistas grossas”, tentaria amenizar uma possível punição ou simplesmente faria cumprir a regra, ainda que isso custasse os empregos dos seus amigos?
É nessa situação que se encontra o gestor municipal Chris Traeger, na quarta temporada de Parks and Recreation (sitcom americano da NBC, transmitido no Brasil pela Amazon Prime e Globoplay, no momento em que esse texto foi publicado). Ele descobre que seu melhor amigo, Ben, mantém um relacionamento amoroso escondido com Leslie, sua companheira de repartição, o que vai contra as leis municipais. E mais: descobre, também, que o casal subornou um funcionário público para que este se mantivesse calado diante da descoberta.
No episódio, Chris denuncia o casal e Leslie vai a julgamento, enquando Ben pede exoneração do cargo.
Isso é só uma peça de ficção, contada sob a camada de humor característica das séries da dupla Greg Daniels e Michael Schur. Mas, imagina na vida real, em quantas repartições públicas e privadas, situações de irregularidades acontecem e são incobertas em nome de amizades, influências e corrupções de todos os tipos?
No fim do julgamento, Chris pede perdão a Leslie pela dureza de suas atitudes, explicando que como gestor municipal, seu trabalho “é proteger o governo de fraudes e corrupção”. Ele estava apenas fazendo o seu trabalho.
E eu penso que Chris Traeger é o exemplo perfeito daquilo que estamos tentando entender durante essa semana em Romanos 13.
Chris parece entender muito bem que, apesar de ser autoridade, ele precisa prestar contas à uma autoridade maior que ele: a lei. Ele entende que está submetido ao cargo que ocupa, e se submetendo a isso, não tem outra opção que não seja denunciar seus amigos, por mais que isso doa, inclusive nele.
Se Chris entendesse que ele é a autoridade, logo ele poderia decidir, por si mesmo, em poupar Leslie e Ben ou até mesmo fazer de conta que não estava vendo irregularidades na sua repartição. Afinal, se ele é a autoridade, não precisa prestar contas à ninguém.
Quantos lideres políticos, judiciários, corporativos e religiosos não fazem o mesmo, calibrando o peso da lei para favorecer os seus queridos e desfavorecer os seus inimigos?
Quando Chris se declara o responsável por garantir que a lei seja cumprida, ele está — obviamente sem intenção — parafraseando Romanos 13:4, que diz que a autoridade é ministro de Deus para o bem comum.
Desta forma, o episódio demonstra como deveria ser um líder que entende Romanos 13, e o que cristãos que verdadeiramente entendem Romanos 13 deveriam esperar das suas lideranças.
Este é um dos textos da nossa semana de leitura bíblica em Romanos 13. Chame alguém pra ler a Bíblia com a gente! Isso nunca foi tão importante.
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