A Breve Coisa que Acredito Ser Eu

Ruan Henrick
O Ouvido Entre As Paredes do Quarto
11 min readMay 21, 2020

Olá, bem vindo ao meu bloguinho! :)

Essa postagem é pra falar um pouco sobre mim, pras pessoas que querem saber quem está falando consigo e algumas coisas que este tal fulano fez/faz em sua vida.

Este sou eu, de saco cheio da Quarentena, porém respeitando-a

Pra começar, prazer, me chamo Ruan Henrick. No momento em que escrevo esta postagem, tenho 17 anos e trabalho com música a mais ou menos 3 anos.

Desde criança, sempre soube que nasci pra ser artista, pra fazer música. Eu nem realmente ouvia música até conseguir meus primeiros CDs, com uns 10 ou 9 anos, mas algo em mim me dizia e insistia que eu me tornaria quem eu sou hoje. Lembro que nessa idade, minha mãe tinha um aparelho que tocava 3 CDs em um aparelho só (era sensacional) e eu, tinha exatamente 3 CDs de grupos que eram populares naquela época, lembro que eram exatamente o EP do Restart (Self-Titled), o Rebeldes: Ao Vivo e o Take Me Home do One Direction. Muita gente não faz ideia que eu consumia isso, até porque uns 2 anos depois que essas modas passaram eu virei roqueirinho que nega seu passado (pois é mãe, era só fase mesmo, mas me fez bem). Hoje estou bem tanto com minha fase roqueira quanto esse inicio ouvindo músicas “da moda”, estes me ajudaram a desenvolver o gosto que tenho hoje, que eu considero até que bem amplo, apesar de ter um certo preconceito com o mainstream (o que é errado!!).

Aproximadamente em 2014, quando tive uma febre por System of a Down (eu ouvi SoAD de 2014 até 2018, sem parar), comecei a aprender a tocar violão. Fiz alguns workshops, tive umas dicas importantíssimas aqui e ali por pessoas que admiro muito, mas nunca tive realmente uma aula de violão. Tudo o que sei é puro auto-didatismo. Apesar de isso soar legal, não me orgulho tanto por isso, pois até hoje não sei ler partitura e sou bem preso no violão. No ano passado (2019) consegui um teclado, mas não avancei quase nada desde então, já que também nunca tive aulas.

Hoje em dia, ainda tenho uma coleção de CDs, que fui adquirindo desde o início da minha fase roqueira até agora (podemos medir como desde AC/DC até Cartola), mas ouvir música no Spotify acabou sendo tão mais prático, que nem os tiro da estante direito. Então, entrando mais na parte do que eu consumo atualmente, pelos novos meios de consumo, posso começar dizendo que sou um grande fã das produções da Selo Risco.

Sou extremamente apegado e apaixonado pelas músicas da Ana Frango Elétrico e da Luiza Lian, elas pra mim são ícones fortíssimos de arte, elas tem um “produto”* sensacional. O que sinto quando as ouço é algo que não tem nome, apenas sonoridade. Algo que me faz flutuar pra fora do meu corpo e viver a rica alma existente dentro da cultura que as duas oferecem em seus trabalhos musicais (e visuais). Eu até tenho uma cópia do álbum Little Electric Chicken Heart, da Ana Frango Elétrico.

Claro que também não ouço apenas as duas do selo, ouço também O Terno, Giovani Cidreira, Josyara, Maria Beraldo e bem pouco de Sessa. Ouço muito também Cícero (que é meu artista favorito), Tuyo, Lau e eu, Rubel, Ana Muller, Metá Metá e Filarmônica de Pasárgada, que não são do selo. Acho que esses artistas definem bem o que ouço de música nacional. Por sinal, se você não conhece algum desses artistas, você acaba de ganhar recomendações, viu?

Da parte internacional, gosto de ouvir músicas mais “chiclete” e lentinhas, eu na verdade fiz uma playlist com todas as músicas que aprecio quando me sinto singelo, onde a grande parte delas é internacional, ela se chama Low Fly e está no Spotify.

Continuando, eu aprecio muito o trabalho musical de Mellow Fellow, que divide meu posto pessoal de favoritos com a banda The Marías e o artista Noah Kittinger/Bedroom. Também ouço bastante Cuco, Skinshape, Good Morning, Yellow Days, Men I Trust, Crumb, Current Joys e beabadoobee. Novamente, acho que esses artistas definem bem meu gosto e caso você não conheça algum desses, mergulhe!

*não gosto de considerar música/arte um produto, já que a arte é (ou pelo menos deve ser) gratuita, mas sei que ela rende alguma grana pra algumas pessoas, então…

eu EXTREMAMENTE feliz por estar nos status da Ana Frango Elétrico com um LECH na mão

Saindo um pouco do que eu ouço, vamos para o que eu faço. Como disse, faço música há pelo menos três anos. Desde 2017, diria então? Talvez!

Lembro que nesse tempo eu escrevia algumas coisas (bem bobinhas, era um adolescente bobinho), mas não chegava a REALMENTE musicar, lembro que a primeira coisa que musiquei e levei adiante foi uma música antiga chamada Ilhados, mas aí já era 2018 e tive o apoio de muuuitas pessoas pra transformar isso no que foi um dia. A partir dessa música, tive também minha primeira bandinha, chamada Subúrbio da Lua, qual acabou depois de um desentendimento bobo que tive com o escaletista da banda (como disse, sempre fui um adolescente bobinho). Algumas músicas desse tempo estão disponíveis ainda no SoundCloud e por enquanto não vejo motivo em deletá-las. Apesar de serem bem abaixo do meu nível atual, sei que devo respeitá-las. Além dessas 12 músicas que produzi com um amigo (o escaletista), fazia algumas mini-músicas com 10 segundos ou menos. Você pode encontrá-las aqui.

Atualmente, eu acredito ter aprimorado bastante meu trabalho artístico, e acredito que tenha desenvolvido e carregado comigo desde essa época uma certa essência. Eu não sei bem definir a música que faço, então apenas digo que faço músicas pra chorar. No momento, tenho dois singles, três EPs e um álbum. Todos feitos em casa, todos estão no meu Spotify. Além desses 6 materiais, tenho um álbum em produção, qual acredito ser a minha nova essência, uma “repaginada” no meu visual sonoro. Não que o antigo seja ruim, mas sim que eu não sou mais quem eu fui um dia.

Gostaria de aproveitar, pra falar um pouco mais profundamente sobre esses releases. Lembrando que esse é o meu ponto de vista em relação a estes, caso você ouça e sinta de forma diferente, isto não te torna “errado” de forma alguma, até porque é assim que a arte funciona, ela tem vida própria e se resignifica durante todos os dias de sua vida.

1.Dust (2019): Esse foi meu debut como artista solo, como Ruan Henrick apenas. Eu reuni algumas músicas antigas que tinha e simplesmente postei. Apenas para me reinventar em um espaço como um individuo e não um conjunto. Dentro desse material, me descobri na área experimental, com o remix que fiz da faixa Dust.

Capa de Dust

2. Resquícios (2019): Resquícios foi meu primeiro (e até agora único) álbum. Ele foi planejado enquanto sentia a sensação massante de ser abandonado. Não que eu tenha sido abandonado de forma literal, mas me senti excluído por amigos que considerava irmãos. Resquícios é o que restou. O que restou da banda, o que restou da relação que tinha com alguns amigos importantes que se foram, da relação que tive com paixões, da relação que tinha com o mundo do passado. Resquícios são os resquícios de uma fase longa, triste e solitária. E ao fim disso tudo, uivos de suspiro e continuação.

Capa de Resquícios

3. O Décimo Soneto Semporcento do Love (livre) (Faixa Bônus) (2019): A faixa bônus de Resquícios. É meu single menos ouvido. Não mencionei anteriormente, mas apesar de ter ficado meses planejando Resquícios, eu o produzi em aproximadamente dois dias. No terceiro dia, quando o álbum já estava em análise pela distribuidora, me inspirei ao ver uma moça qual tinha um crush e simplesmente fiz uma faixa bônus, por sentir que os Resquícios haviam passado, que eu estava me restabelecendo dentro de mim e conhecendo pessoas novas. Foi meu reconhecimento próprio, meu saber de que eu estava seguindo apesar de tudo.

Nome longo pakas!

4. Barking Pitilho (2020): Meu trabalho favorito! Eu amo esse EP. Barking Pitilho foi feito inspirado nos meus amigos, na minha despedida da escola. Eu terminei o ensino médio em 2019, e o EP foi lançado em primeiro de janeiro de 2020, exatamente na meia noite. Foi o primeiro EP da década. Tudo no EP é sobre amizade e sobre se entender e se reconhecer em outras pessoas, se reconhecer dentro e fora de si. Nesse álbum, explorei ainda mais o lado experimental, mas agora com uma presença maior de instrumentos de corda que toco, como a guitarra e o violão. Além disso, meu melhor amigo produziu uma das faixas, que é a faixa favorita entre meus poucos ouvintes. E além de mais isso, todos os meus amigos de escola (com exceção de alguns pouquíssimos) estão presentes dentro do EP em pequenos áudios posicionados com muito cuidado por dentro do EP. É um trabalho coletivo, mesmo sendo um trabalho solo, pois é feito pelo amor que essas pessoas me causaram. A última faixa desse EP ainda é uma composição que fiz em 2018, junto com o meu penúltimo dia de aula, quando estava reunido com todos os meus amigos, como se fosse um encontro entre dois tempos completamente diferentes, o começo e o final se abraçando. Eu amo esse EP, porque ele me é nostálgico. Eu amo esse EP, porque ele me faz lembrar dos meus amigos, dos tempos bons que foram a escola, do tanto que chorei quando aquilo tudo acabou e do quão feliz fiquei quando vi que a vida continuava. Porém, amo esse EP principalmente porque minha cadelinha está na capa, ela se chama Amora e eu a amo muito!

Capa de Barking Pitilho

5. A Bonus Track for Barking Pitilho (2020): Esse mini EP é literalmente uma continuação de Barking Pitilho. Foi lançado 15 dias após o EP original. As duas faixas bônus não estão acopladas com o EP original (Barking Pitilho), pois isso transformaria Barking Pitilho em um álbum, coisa que não queria, além de que, apesar de ABTFBP ser uma continuação de Barking Pitilho, com o mesmo tema, ela é uma continuação mais futurista. Explicando melhor: enquanto Barking Pitilho fala dos tempos de escola e da felicidade que senti nos momentos com meus amigos, A Bonus Track for Barking Pitilho fala de saudades, fala sobre a falta que aqueles momentos fazem no dia a dia, fala do tempo que achávamos ser infinito dentro da escola, mas que acabou bem rápido e fala da felicidade que tivemos juntos, de como isso ás vezes pesa, a ponto de querer esquecer, mas nem se esforçar pra tentar. Eu decidi gravar essa faixa logo após acordar, pois assim minha voz estaria mais singela e expressiva nesse sentido. Eu sinceramente amo tocar essas faixas, tanto em casa sozinho como ao vivo. Elas me fazem sentir que todos aqueles momentos ainda estão presentes e vivos dentro de mim. Além de tudo isso, esse mini EP é a minha transição pra minha nova fase musical, que é mais puxada pro MPB (sem descartar o experimental).

Capa de A Bonus Track for Barking Pitilho (este sou eu!)

6. o Caos! (2020): Esse foi meu último lançamento até o momento. Foi uma faixa que trabalhei junto com meu melhor amigo (que também é músico) elesbinho, onde ele me doou faixas de seu EP Não-Música. Dentro disso, peguei trechos que adoro e juntei com alguns scraps e demos que gravei apenas por gravar de músicas que já lancei ou que gravei apenas por estudo de mim mesmo e por cima de tuuudo isso, me senti no conforto de falar sobre o caos (de forma breve e subjetiva). Não é como se fosse algo pobre em significado, mas em questão a escrita… são poucas linhas. Eu gosto de pensar que é como uma caminhada pelo centro da cidade (não especificamente a minha, digamos que qualquer cidade), onde você sai do silêncio confortável da sua casa pra se deparar com pessoas andando, tropeçando, gritando, xingando e de repente é você quem está tropeçando, gritando e xingando (talvez internamente) e as coisas tendem a piorar com a rotina, seu stress aumenta, detalhes mais simples passam a te incomodar até que…! Ou você explode em alguma coisa ou alguém, ou você aprende a conviver com o caos e reconhece que ele faz parte de nossas vidas, que ele vai nos causar algo sempre. Outra coisa que vale ressaltar, é que o meu nome está um espaço distante do nome do elesbinho na capa. Isso é uma crítica escondida. Pelo elesbinho ser LGBT, ele se encontra mais distante da acessibilidade que tenho dentro do meio musical. Isso era uma piada no começo em relação a um erro de design, mas achei bacanuda, então a concretizei agora.

capa de o Caos!

Estes são meus releases, pedaços de mim que não cabem dentro apenas do meu ser, partes de mim que foram libertas. E, assim que a sociedade se instabilizar novamente, irei procurar um estúdio para gravar meu próximo álbum, minha próxima nova face/fase: metamorfose.

Essa não é a completa, até porque ela ainda não acabou, mas é praticamente toda a minha história como músico, desde influências, que você pode encontrar dentro da minha discografia e dentro dos músicos que mencionei. Eu ainda tenho diversos outros hobbies e habilidades, como a da fotografia (essas fotos todas dos álbuns foram tiradas e editadas por mim), mas não acho relevante para essa postagem. Para encerrar, gostaria de falar sobre planos que possuo pro futuro, que é este blog do Medium. E eu só tenho a agradecer pelo apoio que obtive dos meus amigos. Essa foi uma das ideias que tenho antes de dormir todas as noites, mas que meus amigos me fizeram manter viva, não deixaram ser só uma ideia, está se concretizando agora.

Obrigado, amigos eu lhes amo profundamente.

Eu nunca tive um projeto que tenha crescido de forma eficaz, mas acho que esse projeto é um que vale muito a pena investir, levando em consideração que pode ser uma atividade até mesmo terapêutica pra mim, e que pode ajudar diversos outros artistas. Agora…

Artistas, me ajudem!

A arte tem tudo a ver com o coletivo, com se ajudar. E eu só vou conseguir por esse blog pra frente, se obter a ajuda de vocês. Eu realmente espero que consiga chegar onde quero chegar com ele, que consiga alcançar um número bacana de pessoas interessadas em arte e principalmente em música. E que isso possa ajudar também artistas que querem e precisam ser alcançados por pessoas.

Não só pelo dinheiro que vão receber pela stream, mas pela sua voz, seu som, sendo ouvido, sua alma sendo ressoada em diversas outras. Seus sons atravessando as paredes de seus quartos.

Que dê tudo certo e viva a arte!

Seja e seja Sentido.

-Ar,Tristo

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