A metáfora do “Kingmaker”: Bolsonarismo e o partido Novo

Tiago Moreira
O Plano das Ideias
Published in
2 min readSep 19, 2018

Bolsonaristas “decepcionados” com o Novo. Mas eu pensei que o Novo era globalista, pró-pedofilia, PSDB laranja… Ninguém atacou mais o Novo do que o bolsonarismo. Não queriam um aliado, mas um vassalo submisso.

Estão surpresos pq? Esperavam que o Novo caísse no colo deles agora?

Tem um conceito legal para explicar essa eleição: “kingmaker”. Deve ter tradução , mas só conheço o termo em inglês. Significa algo como “coroador” ou “gerador de reis”.

Em essência: imagine três Senhores feudais. Dois deles são muito fortes e equilibrados entre si. O terceiro é bem menor e mais fraco. Todos os três querem dominar a região e se coroar rei.

Qualquer um dos dois lordes maiores poderia facilmente conquistar o mais fraco. Mas a conquista o enfraqueceria, deixando-o vulnerável ao rival.

Da mesma maneira, o lorde menor jamais ganharia dos outros, mas pode escolher aliar-se a um deles, criando uma força capaz de vencer.

Esse lorde menor é o kingmaker. Ele não tem condições de se tornar rei, mas ele define quem será o rei.

E, por isso, ele é cortejado pelos demais. E tem a vantagem de fazer altas exigências, afinal não quer ser traído e destruído quando a guerra terminar.

Nosso conflito é um pouco mais complicado. Álvaro, Alckmin, Amoêdo e Marina são todos potenciais “kingmakers”.

Entenderam agora porque foi um péssimo negócio antagonizar os eleitores dessas figuras nos últimos anos?

O bolsonarismo se acha o suprassumo da política, mas não aprendeu o básico de diplomacia.

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Aproveito para deixar aqui uma tirinha do Pingolo Zone, do Twitter, que é uma perfeita reprodução da realidade.

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Tiago Moreira
O Plano das Ideias

Contador de histórias. Cientista da computação. Liberal. Agnóstico. Também conhecido como “Deicide” por aí. Autor do livro “Zé Calabros na Terra dos Cornos”.