Arrumação — Cena 4.5

Dia 28 de Outubro de 1969 — Capítulo 4 de A Rosa do Povo.

Câmara Obscura RPG
O Povo da Rosa
13 min readAug 12, 2021

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Entre um café e outro, um sorriso e um acorde, a luz do dia atravessa os basculantes altos e corta a sombra dentro do Galpão da Rosa do Povo.

Uma atmosfera de manhã campesina, dourada e brilhante, ilumina a poeira flutuante, até então invisível, e preenche o grande espaço. Misturada aos acordes leves e lindas melodias que terminaram a noite, tudo parece bem. Os problemas esquecidos, deixados para fora em um mundo paralelo onde um dia houve uma guerra morna pelo direito de ser. Essa sensação perdura até que Vladimir abre o portão da frente para subirem com o carro e os sons do Brás, com seus operários chegando para o trabalho e suas máquinas aquecendo ruidosamente, retorna a realidade como um elástico esticado que escapa, fazendo arder a pele.

Geraldo termina de estacionar o caramelo na parte da frente do grande Galpão, onde segundo, Gigi ficariam os carros para distribuir o jornal. Ao perceber que Vlad fecha o pesado portão de metal atrás de si, ele da uma leve relaxada no semblante

— o de casa! Mercado chegou! Me ajuda aqui Vlad…?

Geraldo da um sorriso displicente para o camarada enquanto observa em Vlad, o misto de menino perdido e soldado, que só esses tempos difíceis poderiam forjar. Depois de uns segundos balança discretamente a cabeça meio que para afastar um pensamento e vai pegando as sacolas de papel com os mais diversos víveres e materiais de limpeza.

Claro camarada. — Diz Vlad, enunciando a palavra que até pouco era proibida aos ouvidos de alheios. Ele Olha as sacolas procurando, pegar as mais pesadas.

Aproveitando a distância dos outros dois camaradas e o encobrimento dado pelo porta-malas aberto do Caramelo, ele fala em tom discreto.

— Me permite a indiscrição? … Você falou algo ainda em Santos que não me saiu da mente. Que papo foi aquele do Eduardo babando em algum hospital? Nunca soube nada dos meus documentos … Secundários … e acabei sendo contaminado pela curiosidade.

Geraldo,entendendo que Vlad já tinha feito a leitura dos camaradas distantes, responde em tom baixo e entristecido. — O verdadeiro Eduardo foi alguém que eu conheci no passado, ou melhor, alguém com que eu troquei dois dedos de prosa, por assim dizer. Era um jovem fugindo do trêm de doido. Ele me deu seus documentos e uma carta enquanto estava na estação, esperando uma locomotiva que para ele, nunca veio. Pouco depois foi pego, nunca mais o vi.

— A carta era endereçada a uma mulher. Pelo sobrenome, devia ser a mãe dele. Deixei a missiva numa caixa de correios na Princesa Isabel e guardei o documento. o semblante de Geraldo fica cabisbaixo e triste — Tentei encontrá-lo no colônia. Na época, menti para meus pais que era um amigo da USP. Não tivemos sucesso. Meu pai até tentou subornar alguns enfermeiros, mas nada. Foi isso que quebrou minha relação familiar de vez. Me fez ver o quanto eu estava mais próximo de um avô que só tinha trocado algumas palavras em uma mistura de francês e ídiche do que com o homem que me criou e estava no meu bar mitzvah.

— Eu nunca tive coragem de procurar a mãe dele, mas prometi a mim mesmo que manteria a lembrança dele viva de alguma forma, então sempre que preciso me disfarçar, gosto de usar Eduardo. Fico imaginando o cenários que ele poderia estar inserido. Imagino que pra você eu tenha soado como alguém que deveria estar no próximo trêm de doido, e peço desculpas por isso.

Geraldo respira fundo, como se cada uma daquelas palavras lhe doessem a alma. Ele ajeita seus óculos e respira novamente.

— Quem sabe, quando conseguirmos a revolução, possamos acabar com lugares nefastos como o Colônia e as escolas para jovens delinquentes? Gosto de pensar em uma sociedade mais justa, sabe?

Vladimir inspira lentamente e pensa consigo “É, segunda vez que dou dessas. Uma afirmação besta, uma curiosidade descabida… se seguir assim já já vou ter tocado nos traumas de todo mundo da Rosa. Deve ser a animação de ta falando minha língua que não me deixa segurar ela dentro da minha boca”.

Ele responde usando um tom um pouco mais alto mas apenas o bastante que sua voz chegue aos ouvidos dos outros dois camaradas. — Ne za chto! Por nada camarada! Sabe que pode contar comigo sempre que precisar de ajuda para carregar essas coisas mais pesadas, levar tudo sozinho desgasta o homem de jeitos que ele nem imagina.

Vladimir sorri enquanto levanta do porta-malas a caixa com a seleção de sacolas mais pesadas e segue na direção da bancada ao lado da cafeteira.

Geraldo observa Vlad se afastar e solta um leve suspiro. Parece ser do feitio de seu novo camarada dizer uma coisa enquanto fala de outra. O quanto aquele homem que tenta se mostrar uma rocha, a epítome da revolução socialista, pode estar quebrado e precisando de alguém que lhe sinalize o mínimo de afeto. Não somos todos apenas pessoas quebradas procurando afeto e um lugar melhor no mundo?

Geraldo apruma o passo até ficar próximo de Vlad e diz baixinho. — Não se culpe, meu caro. Eu amo conversar. Ter alguém para falar é ótimo. Faz bem para minha alma. Agora vamos porque um pudim não se faz sozinho e eu tento ser um camarada de palavra.

Geraldo dá uma piscadela para o amigo, sinalizando que está tudo bem.

Logo depois descarregarem caramelo de todas as compras, Silvino mostra seu dossiê. Todos discutem o conteúdo e o excelente trabalho que o jornalista/falsificador havia feito. Era como se aquele material tivesse sido reunido por semanas e fosse um apanhado de partes rasgadas ou roubadas as pressas; outras retiradas de lixos. O material seria de fato uma bomba, caso eles conseguissem posicioná-lo no local e momento certo.

Mas até lá, eles ainda tinha algum tempo e agora tinham tudo o que precisavam para transformar o galpão em algo habitável. Ao ouvirem Geraldo falar em pudim de leite, Silvino e Antônio imediatamente se prontificam para a limpeza inicial, delegando tacitamente a Geraldo e Vlad a função de preparar o almoço.

Os dois se vem diante da cozinha improvisada. Tinham trazido do mercado um fogão de duas bocas e todos os utensílios que conseguiram carregar. Lá já havia um forno para cerâmica, que teriam que dar um jeito de usar para o pudim.

Vlad se apoia na bancada e sorri, esperando alguma orientação de Geraldo.

— Bem, acho que quem dá as ordens aqui é você camarada! O maximo que faço são Blinis… panquecas. — Caçando em sua memoria a tradução demora um pouco em sua fala “caralho, preciso voltar a ter palavras direito”.

Geraldo da um sorriso. — Suponho que blinis com caviar Osietra?

— Normalmente puras, com sorte com algum peixe me conserva. — Vlad pensa em todas as coisas estranhas que acabou comendo longe de casa, melhor não expor a lista para não enojar seu camarada.

— Arenque? Anchovas ? Comíamos muita anchova em casa. — Geraldo fala com um certo pesar.

— Você pode descascar e picar a cebola para mim?

— Posso, não sou bom com cozinha mas sei uma coisa ou outra sobre facas. — Vlad ri enquanto pega as cebolas e a faca de cozinha pensando como é curioso o quão parecidas e diferentes são de suas contrapartes táticas.

Vou preparar a marinada do nosso frango e enquanto isso: cuisiner est une tâche plus facile avec du bon vin.

Geraldo abre uma garrafa de vinho branco. Sabe que não é o ideal, mas pelo menos a temperatura está boa. Ele enche dois copos americanos e entrega um a Vlad. — Um brinde

— Za ná-shoo dróo-zhboo. — Vlad brinda com o camarada sorrindo. Fazia tempo que não bebia vinho. O fazia se sentir quase em família.

— Como estamos com as cebolas? Não vá chorar, camarada! — Geraldo sorri novamente enquanto tempera o frango, sal, pimenta, canela, paprika, cominho alecrim e orégano. — Me diga, o que você comia na Rússia? Goulash?

— Arenque, eles amam arenque! Mas confesso que nem sempre tinha o privilégio de saber o que tinha. Sabe como é, não tive exatamente muita opção quanto ao que ia comer. Infelizmente, soldado é soldado. Não é só aqui que colocam a galera para comer coisa estranha.— A memória de sua alimentação no leste lhe revira um pouco estômago. Vlad olha para suas cebolas, em seu julgamento leigo se atem a conclusão que consegue tirar: elas definitivamente pareciam cortadas. — Bem, acho contra quem está preparado para lidar com arma química essa cebola não vai ter muitas chances. Eles tão usando essas merdas por aqui?

Geraldo olha de solsaio para Vlad e observa a destreza que somente anos de treinamento dariam a alguém, até mesmo no trivial ato de cortar cebolas. Ele fica pensativo como se tivesse tentado lembrar de algo enquanto termina de rechear o frango com toucinho e cenoura, amarrar as coxas e asas do frango e colocar o frango na travessa pronto para ir ao forno.

— Por favor, temos tempo e eu tenho curiosidade! Me conte sobre esses sabores estranhos.

Vlad respira fundo. Nesse ponto já sabe que não vai ter para onde fugir da curiosidade do camarada. E, de certo modo, era reconfortante alguém parecer se importar tanto com algo tão trivial quando com o que ele já comeu. Ele inicia, rindo da própria desgraça.

— Bem, nesse caso acho que podemos começar pelo Aspic, que é basicamente uma gelatina com frutas inteiras dentro sabe? Só que em vez da fruta é com a carne desfiada e o resto de legumes ralados que sobraram do verão anterior. Não vou entrar nos capítulos de carne de urso enlatada. Seus ouvidos não merecem isso, camarada. E você, o que já comeu de diferente? Pelas poucas coisas que sei de semitas, imagino que deva estar acostumado a comer bem.

— Vou confiar no seu julgamento sobre a carne de urso — Geraldo solta uma risada. — Nossa culinária e bem interessante devo admitir, conhece falafel? São como croquetes, só que feitas de grão de bico e especiarias. Homus, também com grão de bico bem batido. Shakshuka, que são ovos cozidos em molho de tomate e gergelim e, meus favoritos, Varenikes, que é uma massa que comemos no Pessach, feita com batatas e cebolas fritas, lembra o Raviolli dos seus!

Vlad ouve o camarada pensando em como é curioso que alguém que cresceu na mesma cidade tenha comido tantas coisas que ele nunca ouviu falar. E e, como essas coisas só acontecem no Brasil mesmo.

— Não conheço absolutamente nada do que falou, mas provavelmente comeria todas se oferecesse, parecem bem boas pela tua animação. E não é como se eu tivesse parâmetros muito altos para o que comeria ou não. A carne de urso que o diga.

Geraldo dá um sorriso e ajeita seus óculos. Ele vai até o velho forno e o acende, sabe que vai demorar a aquecer. Nesse tempo ele começa a preparar o feijão e o arroz

— De certo que assim que conseguirmos nosso primeiro assalto faço varenikes para você, principalmente se puder contar com sua ajuda nas cebolas. Acredito que terei que me esforçar para atender os parâmetros do homem que comia carne urso enlatada no café da manhã.

Vlad ri enquanto fala. É curioso como já sabe tanto e ao mesmo tempo sabe nada sobre seu camarada e fala sem querer, deixando seu pensamento sair em voz alta antes que percebesse ou pudesse evitar

— Quantos anos você tem?

Geraldo olha para o camarada admirando, de forma discreta, aquela figura que em um momento e a epítome do soldado soviético e em outro,A tem o calor e afeto típico dos brasileiros.

— Eu tenho 25 anos e você camarada?

“Merda, eu falei em voz alta”. Aquela informação desce de um modo curioso. Tinha a idade de Geraldo quando pegou o avião para o leste e, quando pensa naquela época, vê como era só um menino que não sabia de nada, despreparado e cheio de medos. Será que ele se sente assim também? Tenta varrer os pensamentos de sua mente e continuar a conversa que sem querer começara.

— Tenho 29 camarada, acho que vou ter o privilegio que muitos camaradas não tem e passar dos 30. — ele ri para disfarçar a verdade dura que acabou de dizer — Pode contar comigo sempre que precisar carregar sacolas, cortar cebolas ou roubar bancos, camarada! Acho que nem eu tinha ideia da saudades que estava do cheiro de cebola e alho refogados, já atende meus parâmetros só com isso.

Geraldo da uma gargalhada. — No que depender de mim, você passa dos 30, camarada! Você pode contar comigo também, sempre que precisar, nem que seja para simplesmente lhe ouvir, embora confesse que acho que, na verdade, eu que alugo mais teus ouvidos. Bem temos feijão e arroz no fogo, forno quase pronto, logo vamos colocar o frango e fazer uma farofa, porque Brasileiro não vive sem uma. Aceita mais vinho camarada?

Vlad se diverte com a fala de Geraldo, mesmo sabendo que deveria se preocupar. Sabe que está lá para dependerem dele, não o inverso.

— Vou ter que ficar esperto em você uns anos a mais para retribuir o favor. — diz enquanto da dois leves toques ao ombro do camarada — Aceito sim, há muito não bebia vinho! Ainda mais em boa companhia.

Geraldo instintivamente da um leve tapa na mão de Vladmir. Um misto de comprimento e confirmação, e sorri como há tempos não se permitia.

— Isso é uma promessa ou ameaça bom ter alguém como você por aqui camarada! Muito bom mesmo.

O cozinheiro continua sua parte do almoço enquanto cantarola uma música de Edith Piaf, uma das poucas coisas que compartilhava com seu pai.

— Vlad, pega a forma do pudim por favor. Se não começar isso logo posso ir para o paredão por falsa promessa. — Com um sorriso, pisca para o camarada tentando lhe arrancar um sorriso.

— Talvez uma ameaça? Ta na mão! — Ri Vlad, puxando um pouco um sotaque russo, fingido em sua pronuncia e, enquanto pega a forma que guardou em uma das prateleiras superiores que talvez Geraldo sofresse um pouco para alcançar, diz: — Sem paredão ou GULAG para você, pelo menos enquanto eu estiver por aqui.

— Assim vc me quebra, tovarishch!

Geraldo solta uma gargalhada e começa a preparar o pudim, misturando o leite condensado, ovos, leite, mexendo de forma precisa e ritimada, até a mistura estar homogênea e depois faz o caramelo na própria forma

— Bem, agora estamos com a nossa pièce de résistance pronta. Vamos deixá-la em banho maria por algumas horas. E, no que depender de mim, sem paredão ou Gulag para você também. Mas quem sabe quando a revolução vier, quero férias em Havana.

Geraldo ri do absurdo que acabara de falar

— Espero que possamos manter isso Vlad, mesmo em tempos de desespero.

Vlad, observa os processos de seu camarada atentamente, tantos passos e etapas para realizar algo que a principio parece tão simples. Curiosamente podemos dizer a mesma coisa de revoluções, olhando de fora parece simples.

— Os tempos de desespero são agora camarada, mas não se preocupe, nos manteremos nos de paz.

Geraldo oha para seu amigo e, calado, pensa por alguns segundos que tempos sombrios, onde dois jovens estão a fazer planos para tentar passar dos 30.

Todos almoçam e a limpeza toma a o resto do dia. Transformar um galpão abandonado, antes ocupado por algum tipo de tecelagem, não era uma tarefa simples.

Ao fundo do salão, à direita, há um vestiário com alguns sanitários, dois chuveiros e armários de madeira e ferro, no mesmo estilo usado em escolas e clubes, com portas que vão do chão ao alto e onde uma pessoa poderia muito bem entrar e se esconder. Como todo o resto do prédio, o local estava em péssimo estado e só havia sido limpo o suficiente para que eles não se enojassem ao usar as instalações.

O Problema era o setor gêmeo, que estava à esquerda.

Um amontoado de entulhos pesados, como restos de maquinário, rolos de tecidos abandonados à podridão e restos de alguma reforma, bloqueavam completamente tode esse lado. Pela arquitetura do local, fazia-se ideia que aquela deveria ser a contraparte do vestiário que eles usavam, mas até mesmo isso ficava difícil de determinar, dada a quantidade de objetos bloqueando o local.

Antes que tudo estivesse pronto, Vladimir, vendo os olhares de soslaio que Geraldo soltava para o entulho, como se fitasse uma patrulha policial que o observava, dá um tapa no ombro do camarada, pega a primeira viga de metal e, para desespero de Geraldo, que já imaginava que esse momento chegaria, inaugura aquela temida parte da limpeza.

Silvino e Antônio se juntaram ao mutirão e horas se passaram até que pudessem confirmar que sim, aquele canto era de fato um vestiário, um bem menor. Mas a retirada do entulho também revelou que havia uma outra sala, que ocupava o restante do que seria o vestiário do lado oposto, e uma larga porta de metal que se ligava a uma parede erigida entre as áreas sanitárias.

A porta, com 1,20 metros de largura e altura comum, estava “escondida” por trás de uma parede 2 metros a sua frente, como aquelas divisórias de alvenaria que dão privacidade a banheiros, e não podia ser vista da frente do galpão ou através dos entulhos, mas, agora que boa parte já tinha sido retirada, ela era visível justamente para quem, no fundo do salão a esquerda, olhasse para o lado direito.

O tranco da porta era pesado como a mesma — daqueles mecanismos que trancam portas de carretas — e estava seado com um pesado cadeado antigo. Vladimir, não esperando nenhum tipo de discussão a cerca do que fazer, pega um pé de cabra que estava entre os materials de construção abandonados e estoura a velha peça de segurança.

A porta se abre para dentro com um rangido digno de um dos filmes de José Mojica Marins. O vão a frente dos quatro curiosos seguia com um corredor por pouco mais de 2 metros e acabava em uma escada feita de madeira. Um trabalho de carpintaria à moda antiga que já deveria estar ali há muito tempo e que, se não fosse destruído, ficaria ali por muito mais. O cheiro do ar estagnado era pesado, e, tirando a vibração e ruído baixo de um trem de carga que no momento passava ao lado do local, o silêncio era sepulcral.

Fim de cenas do Capítulo 4. Para continuar, assista o Capítulo 5 de A Rosa do Povo no YouTube. Em Breve link.

Vladimir, Geraldo (acima), Silvino e Antônio (abaixo) em Outubro de 1969

Jogadores:

Vladimir — interpretado por Lys Limon
Geraldo — interpretado por Diogo Mariano
Silvino — interpretado por Jáder Tófoli
Antônio — interpretado por Gustavo Prado

A Rosa do Povo é um jogo de RPG que se passa em torno da redação de um jornal revolucionário, A Rosa do Povo, durante os Anos de Chumbo da ditadura brasileira e é exclusivo para os apoiadores da Câmara Obscura RPG.

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