A sutileza grosseria do desfalque
Falta em nós alguma coisa. Um pedaço da vida sempre será incompleto. São pessoas? São coisas? São triunfos? São momentos? Seja lá o que for, se escafedeu. Ou nunca apareceu. Pegou seu chapéu, bateu a porta e sumiu do mapa.
Todo mundo carrega consigo uma orfandade de algo ou alguém. Um trecho da vida que ainda não ficou visível. E nesse regime apertado de liberdade e de afeto, fica ainda mais notória esta lacuna. Impreenchível. Insaciável. Desfigurada.
E por mais que corramos o mundo inteiro atrás de um lugar que nós satisfaça, dobramos todas as esquinas atrás de uma pessoa que nos corresponda, procure todo dia um trabalho que nos motive, que nos traga um sinal qualquer de contentamento, ainda sim, não há pessoas blindadas da falta.
A ausência nos deixa sem recheio. Embora a gente sustente-se nas arestas da aparência e nos disfarces sociais, mesmo assim, a falta está ali. Intocável, debochada e sem qualquer desejo de misericórdia.
Ficam-se todos os pertences marcantes, as memórias entaladas na mente, a incerteza do que poderia ter sido, as mensagens cheios de letras e memes e as fotos perdidas na memória lotada do celular.
Vão-se embora, birrentos e cheios de razão, aqueles que não puderam mais dar conta de insistir na paciência de entender nossa historia. A falta continua ali. Sentada, de pernas cruzadas, esperando um vacilo de instabilidade pra atacar novamente o “tudo que poderia ter sido se…”
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