Melhorando um pouco mais a sensação de quem está sem razão para viver

Murillo Leal
Murillo, o Leal.
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6 min readFeb 6, 2020

Eu cruzo o tempo inteiro com pessoas que perderam de vista a razão pela qual fazem as coisas na vida. Não vêem mais sentido para trabalhar, em exercer uma atividade recorrente qualquer que seja, e por isso, não conseguem ter a motivação necessária para traçar seus objetivos. Apenas flutua na vida.

Basta olhar um pouco ao nosso redor e vemos gente que ainda não entendeu ao certo a sua missão na vida — ou melhor, as suas missões. Todo mundo sabe que não pode ser apenas um cumpridor de encargo e se contentar apenas com em finalizar diariamente algumas simples atribuições.

A vida acontece para além de uma função, é preciso saber que seu existência tem que estar para além do seu trabalho, muito acima do seu cargo e do seu ofício diário. É preciso ter vida para viver.

Aquela sensação de não estar tudo bem

Acordamos todos os dias com a sensação de que perdemos a paixão de vista ou não encontramos mais o mesmo amor pelas coisas da vida, seguimos sem a vontade de se apegar a coisa alguma.

Muitos podem viver por muito tempo sem sentir aquele arrebatamento instantâneo por determinados acontecimentos, não experimentar mais a a emoção e a atração por coisas habituais e deixar a chama da despretensão acender-se e depois apagar.

É crescente o numero de pessoas que não conseguem definir seus sonhos, entender certo os seus desejos e não conseguir reconhecer seus antigos entusiasmos com clareza. Perderam o fascínio pelo algo diferente daquilo que se acostumaram a viver. Por mais que goste de viver, estão perdidos em relação ao sabor do interesse e não degustam mais o gosto pela existência.

Seus talentos parecem não ser identificados com facilidade, suas aptidões parecem estar limitadas, as habilidades já não são mais evidentes e a vocação começa a ter jeito invisível de se apresentar.

Alimentam uma inclinação para a suspeita da falta de capacidade e competência. Não vemos mais a destreza nas nossas mãos e somos convencidos de que toda mestria tornou-se apenas uma grande arte da indisposição. Mas isso tudo é apenas um estado mental.

Aprendendo a encontrar o que realmente importa

Diante dessa confusão emocional, sentimental, mental e existencial, há alguns exames que podemos nos submeter para tentar recuperar um pouco daquelas coisas que valem a pena diante da vida e aprender a identificar como as encaixamos nesse contexto todo.

Puxe de lado ai um bloquinho de anotações ou abra um documento no seu computador para tentar encontrar um pouco mais como resgatar algumas coisas da sua vida.

Gaste um tempinho de verdade para anotar e responder essas próximas questões que levantarei para te ajudar:

Pensando sobre o que gosta de fazer:

  • Escreva o que você faria agora, se o dinheiro não fosse um problema?
  • Anote uma coisa que, se pudesse, queria aprender mais no tempo livre
  • Liste três tipo de cursos que você faria matricula agora se nada impedisse
  • Enumere o que costuma fazer no seu tempo livre e se isso está alinhado
  • Pense sobre como foi quando aprendeu algo novo pela última vez
  • Reflita sobre quando foi a última vez que passou horas fazendo algo e não viu a hora passar porque estava feliz
  • Imagine o que mais gosta de fazer e o que ainda falta para se desenvolver
  • Liste duas referências de pessoas que fazem o que você gostaria de fazer
  • Pesquise dez minutos tudo que conseguir saber sobre ela agora

Pensando sobre o que você é bom:

  • Escolha uma tarefa semanal que você tira de letra na hora de fazer
  • Relacione cinco habilidades claras que você lembra ter aprendido na vida
  • Lembre da última vez que recebeu um elogio por fazer algo
  • Reflita sobre o que as pessoas acham que você faz bem
  • Reflita sobre o que você acredita que faz bem. Se esforce
  • Recorde sobre o que fazia na última vez que sentiu-se produtivo
  • Analise elementos que te fazem perceber que teve sucesso numa tarefa
  • Pense sobre como saiu de um problema da última vez
  • Lembre de tudo que faz no seu trabalho diariamente

Pensando sobre o que você rentável:

  • Avalie como você realmente ganha dinheiro hoje
  • Volte a lista que fez anteriormente marcando quais alguém consegue ganhar dinheiro com elas
  • Some o quanto custa a sua vida hoje por mês
  • Pense em pessoas que ganham dinheiro com o que você ama
  • Você pode ganhar dinheiro ensinando algo?
  • Você pode ganhar dinheiro vendendo algo que faz?
  • Seus colegas e amigos precisam de algo que você possa ajudar?
  • Como você pode investir um pedaço da sua renda hoje para viabilizar uma atividade que quer treinar?

Pensando sobre como contribuir para o mundo:

  • Pense sobre quanto a sua atividade atual ajuda pessoas
  • Pense agora sobre o quanto ela pode ajudar mais pessoas
  • Foque em entender quais problemas você é capaz de resolver sempre
  • Escreva quais atividade do seu dia-dia ajuda realmente alguém
  • Reflita sobre sua disposição para demonstrar empatia no dia-dia
  • Liste como exatamente você e suas habilidades podem ser úteis
  • Faça uma lista das causas você consegue apoiar hoje
  • Pense exatamente como você pode ser útil no mundo
  • Entenda que tipos de pessoas você mais tem condições de ajudar
  • Pense as situações que já enfrentou e que podem instruir outros sobre ela

O grande match existencial

Depois de ter feito todo esse exercício, pegue todo esse material que você compilou e tente encontrar uma combinação perfeita entre eles, sempre buscando alguma atividade que te faça sentir ao menos a maioria dessas sensações.

Isso vale não somente para avaliar em que lugar da sua vida está frente ao propósito, bem como, para onde você pode apontar seu leme caso não faça ideia para onde está indo a sua vida.

Faça questão de responder com sinceridade cada uma das questões que foram apontadas. Pode ser que não saia de lá com a certeza de um norte ideal, mas tenho certeza que vai te ajudar pelo menos a ter um diagnóstico importante sobre como está sua vida e um vai conseguir lançar um pouco de luz para o caminho que precisa construir.

Como foi quando eu fiz esse exercício?

Você talvez esteja com preguiça de fazer tudo isso. Então, vou contar como eu fiz isso para você ter uma pequena base.

Eu descobri que eu gostava de muitas coisas. Eu gosto muito de música, de futebol, de cinema, de ler, escrever e tantas outras atividades. Mas, apesar disso, essas atividades não respeitam as outras áreas importantes. Por isso, a ideia de fazer apenas o que você gosta é mito.

Por exemplo, eu amo jogar futebol. Mas não sou tão bom, ninguém pagaria para me ver jogando e não tenho escala para ajudar o mundo nisso. A mesma coisa com a música. Gosto de tocar, julgo tocar razoavelmente, mas não sei se conseguiria me sustentar com isso e nem acho que minha música pode contribuir para o mundo.

Agora, vou direto para meu exemplo de ofício. Eu descobri muito cedo que adorava escrever, mas este nem sempre foi meu ganha-pão. Com o tempo, e depois de estudar muito sobre o assunto, ler muita coisa e consumir muito conteúdo de bons escritores, bem como praticar por muitos anos, cheguei num nível que consigo ter pessoas que acompanham. Perceba. Hoje eu consigo viver apenas de escrita.

Portanto, escrever para mim só é viável porque eu gosto realmente do que faço, tem bastante gente que me acha bom nisso, eu realmente consegui rentabilizar financeiramente este projeto e tenho milhares de cases de pessoas que ajudei apenas elucidando suas cabeças.

Pronto. Resumidamente, assim que entendi. Agora é sua vez de tirar esse tempo para se analisar e avaliar aquilo que realmente é o sentido para tudo que faz.

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Murillo Leal
Murillo, o Leal.

#Jornalista e #escritor • TOP VOICE #linkedin 390 mil seguidores • Especialista em #storytelling • Colunista @rockcontent | murilloleal.com.br