Sarah Cordeiro
O Sétimo Blog
Published in
4 min readMay 16, 2017

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Sete Vidas: o preço pago pela culpa

“Em sete dias Deus criou o Mundo, e em sete segundos eu destruí o meu”

Sete vidas é um filme do Gênero Drama, dirigido por Gabrielle Muccino e estrelado e coproduzido por Will Smith, que estreou em 2008 nos Estados Unidos.

Ben Thomas (Will Smith) é um homem que passa a sofrer de depressão após um acidente automobilístico do qual ele se julga único culpado e que causa a morte de sete pessoas, incluindo sua noiva, Sarah Jenson (Robinne Lee). Para se redimir e retirar de si todo peso que esse fato lhe proporciona e que o persegue em constantes lembranças, ele toma a decisão de salvar sete pessoas, o mesmo número de pessoas mortas no acidente. Faz-se, então, passar por seu irmão, e usa suas credenciais de agente do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, no intuito de localizar as pessoas que serão alvo de sua cuidadosa e premeditada redenção. Seus planos mudam ao conhecer Emily (Rosario Dawson), uma linda mulher que sofre de um problema de coração, por quem se apaixona perdidamente. Ben, então, resolve que uma dessas sete vidas que ele irá salvar será a vida de Emily. Após uma noite de amor com a moça, ele resolve cumprir seus planos.

A história relatada mostra a dificuldade do personagem em superar a depressão, e o autojulgamento o leva a tomar uma decisão trágica em sua vida com o intuito de salvar outras vidas. No decorrer das cenas podemos ver que a procura por pessoas que valessem a sua vida era constante pelo personagem, ele procurava o melhor das pessoas, as testava e colocava a prova para saber se eram dignas de receber uma chance na vida.

O filme relata em todo tempo nas cenas a importância da doação de órgãos, e como um simples gesto pode ajudar a salvar a vida de outras pessoas, apesar de o método usado pelo personagem ser de uma atitude extrema e seu suicídio não justificar a sua boa intenção.

O Drama relata um doença que está cada vez mais atingindo a população mundial, a depressão e a não aceitação da realidade tem prejudicado a saúde mental de muitos indivíduos. Essa doença tem levado muitas pessoas a tomarem decisões em suas vidas muito complexas desde a fuga da realidade até o suicídio.

As causas possíveis dessa doença incluem uma combinação de fontes biológicas, psicológicas e sociais de angústia. Cada vez mais, as pesquisas sugerem que esses fatores podem causar problemas na função cerebral, incluindo a atividade anormal de certos circuitos neuronais no cérebro.

A sensação persistente de tristeza ou perda de interesse que caracteriza a depressão pode levar a uma variedade de sintomas físicos e comportamentais. Estes podem incluir alterações no sono, apetite, nível de energia, concentração, comportamento diário ou autoestima. A depressão também pode ser associada a pensamentos suicidas.

O ponto interessante do filme é que o personagem que é autocaracterizado depressivo, tenta ajudar pessoas que sofrem também com outros tipos de doenças ou dificuldades físicas, tais como doença de coração, rins e a cegueira. Porém, o estado mental do personagem o inibe de reagir contra sua doença, e a culpa de um acidente domina seus pensamentos, o que o leva a pensar que o preço a ser pago pela perda das outras setes vidas custaria a sua própria.

Um dos fatores que caracteriza a piora dessa doença na vida dos indivíduos que a possuem é a não procura por ajuda. O sentimento de culpa é um estado emocional que arrasa a pessoa e a acompanha sempre. Esse sentimento a impede de ver o bem que faz e o brilho de suas conquistas. Quem carrega esse sentimento não consegue se perdoar e pensa que não merece ser feliz.

Com enredo intrigante e misterioso, aliado a uma história de amor surpreendente, o filme Sete Vidas levanta questões perturbadoras acerca da vida e da morte, arrependimento e perdão, estranhos e amizades, amor e redenção, explora as relações que unem os destinos das pessoas de modo improvável.

Perdoar os outros é mais fácil do que perdoar a si mesmo.O gosto amargo do arrependimento dita destinos e o sentimento de culpa enterra a pessoa no submundo da tristeza, frustração e medo.

A mensagem deixada pelo filme é que a busca pelo auto perdão é fundamental, a procura por ajuda deve ser o primeiro ato de quem tem essa doença. Afinal, desistir é interromper o projeto da criação divina.

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