Coluna Setembro Amarelo | Suicídio: é possível prevenir!

O Setembro Amarelo é uma campanha que tem como objetivo sensibilizar o público em relação ao suicídio, ato que vem crescendo notoriamente no Brasil e no mundo nos últimos anos. E que ainda é tratado como tabu em nossa sociedade.

O suicídio é um fenômeno multifatorial, e isso o torna tão complexo fatores tanto biológicos, quanto genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais influenciam diretamente em seu acontecimento.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano no mundo, e estima-se que a cada 40 segundos uma pessoa põe fim a sua vida. Pensando nos jovens, pessoas idade entre 15 e 29 anos, o suicídio é a segunda causa de morte mais recorrente, ficando atrás somente de acidentes de carro.

Olhando para essas estatísticas assustadoras, é possível perceber que falar sobre o tema é fundamental para que políticas públicas possam ser pensadas no sentido de prevenção do suicídio e para que possamos reconhecer possíveis sinais de alerta em nós ou em pessoas próximas.

Nesse sentido, entende-se que o suicídio pode ser prevenido e é importante estarmos atentos a alguns sinais como:

• Isolamento;
• Desinteresse em atividades que antes eram prazerosas;
• Mudança no sono;
• Agressividade;
• Falas como: “ estou cansado da vida”, “não quero mais viver”, “quero morrer”, entre outras.

De acordo com a Cartilha Suicídio, Saber, Agir e Prevenir, elaborada pelo Ministério da Saúde, existem algumas atitudes que podemos tomar diante de uma pessoa sob o risco de suicídio, são elas:

• Encontre um momento apropriado para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir;
• Incentivar a pessoa a procurar ajuda de um profissional;
• Se você acha que essa pessoa está em risco imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de uma emergência médica e informe algum familiar da pessoa;
• Se a pessoa com quem você está preocupado mora com você, assegure-se de que ela não tenha acesso a meios que podem provocar a própria morte, como pesticidas, armas de fogo ou medicamentos.

Vale ressaltar que a pessoa que pensa em suicídio não quer morrer, ela quer acabar com a dor que está sentindo e que não consegue dar conta por si só. Logo, ter apoio nesse momento é fundamental. A escuta é muito importante nesse processo: a pessoa que está em sofrimento precisa ser acolhida e ser ouvida sem julgamentos. “Quando você escuta o outro, está dizendo para ele: Eu tenho um lugar para você em mim” (trecho do livro O Palhaço e o Psicanalista). Nesse sentido, ela precisa perceber que não está sozinha e que existe saída para o seu sofrimento. Ter um olhar empático frente à dor do outro pode sim ser uma medida de proteção às pessoas que pensam em suicídio!

Nesse contexto de escuta, o Centro de Valorização da Vida (CVV), é um serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e de prevenção de suicídio para todas as pessoas que precisam conversar. O serviço é sigiloso e anônimo, o contato com o CVV pode ser feito através do telefone 188, 24 horas por dia e sem custo na ligação. Quando o assunto é prevenção do suicídio, falar é a melhor solução!

Empenhados em contribuir com o desenvolvimento socioemocional dos nossos universitários, o Núcleo de Apoio Pedagógico ao Ensino da Fundação Getúlio Vargas (NAP FGV), procura fazer um trabalho de acolhimento, escuta ativa e acompanhamento pedagógico e psicopedagógico aos estudantes, trazendo, entre outras ações para a pauta de debates, temas e especialistas que possam contribuir com relevância para o aprimoramento da saúde mental dos nossos jovens.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Suicídio. Saber agir e saber prevenir. Brasília, DF, 2017,

BRASIL. OPAS/OMS. Organização Pan-americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde. Folha informativa — Suicídio. 2018. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folha-informativa-suicidio&Itemid=839>. Acesso em: 09 set. 2020