UX Além das telas
Ainda vemos por aí algumas pessoas utilizando aquela famosa imagem do ketchup como definição de UX vs. UI. Já sabemos que aquela definição apresentada é totalmente errada, mas você já parou pra pensar no exemplo dado? Nas embalagens de ketchup?
Pois bem, UX traduzindo para o Português significa Experiência do Usuário, e isso ultimamente tem se remetido somente à experiência com computador, sites, aplicativos.
Porém é uma meia verdade, afinal como o próprio Don Norman disse:
“User Experience é tudo! É a forma com que você sente o mundo, é a forma como você experiencia a sua vida, é a forma como você experiencia um serviço, um aplicativo, um sistema de computador. É tudo!”
— Don Norman, criador do termo “UX (User Experience)”
E pensando nisso vou levá-los a uma jornada de UX fora das telas!
Capítulo único: A compra do iPhone
— Segunda-feira, 7h (5 dias antes)
Olá caro leitor, tudo bem? Mais uma segunda-feira né? Mas força que essa semana vai ser perfeita, afinal, você vai receber o 13º e vai poder comprar teu iPhone 12 que tanto economizou no ano inteiro. Enfim, vai lá se arrumar que você já está atrasado e vai perder o ônibus.
— 7h35, Ônibus lotado. 😔
— 8h20, Chefe dando sermão (chegou atrasado). 😖
— 9h10, Cliente brigando no telefone. 😫
— 11h, Computador travando de novo. 😠
— 18h, saindo do trabalho. 🙂
— 19h45, Chega em casa. 😡
— Ciclo continua até sexta-feira. 🥱
Nossa, mais uma semana acabou hein? Essa foi punk. Mas sabe o que tem amanhã? Isso mesmo, a compra do seu iPhone o/
— Sábado, 8h 😎
— 8h20, Ônibus lotado 😎
— 10h, Chegada ao shopping 😎
— 10h20, Entra na loja da Apple. 🤯
E a partir daqui senhoras e senhores, toda tristeza passada no ano, sucumbi.
Você entra na loja da Apple, nenhum atendente na porta pra te agarrar com unhas e dentes, você anda livremente olhando os produtos espalhados pela loja. O cheiro da loja é agradável, lhe trás paz. A limpeza, te dá alegria.
E aí você avista o tão sonhado iPhone 12, ali na sua frente. Após alguns minutos apreciando seu futuro aparelho, um funcionário gentil e educado aproxima e lhe pergunta se pode ajudar, se gostou do aparelho.
Você diz que vai levar. 🤩
O vendedor então te leva ao caixa, você faz o pagamento e retira o pacote numa sacolinha branca com uma maçã mordida.
Você chega em casa, senta na cama e abre o plástico que envolve a caixa do iPhone 12. Sem rasgar, só puxando lentamente aquele plástico que passa por todos os lados da caixa e você acompanha com os olhos.
Ao abrir, percebe que a tampa desliza lentamente até sair, lhe dando mais euforia de ver seu produto.
E ao sair a tampa, percebe um cheiro agradável e da de cara com seu iPhone 12.
Ali, naquele momento você percebe que toda raiva, todos ônibus lotados, todo sermão do chefe, cada saída com os amigos negada pra juntar dinheiro, valeu a pena.
Essa história um pouco longa, mostra como a Apple subliminarmente atua no mercado. Sabemos que o produto vendido, no caso iPhone 12, não possui a melhor configuração, ou duração de bateria, resistência, etc. Mas possui uma coisa que as demais concorrentes não tem: o sentimento de Felicidade.
“Estamos mais interessados em saber como as pessoas se sentiram nas lojas e se tiveram alegria e boas sensações nominativas conosco”. É uma ruptura na medida em que a experiência não é mensurada pela satisfação ou pela percepção da transação bem-sucedida, mas pela capacidade da loja ser um espaço no qual as pessoas conseguem se expressar.
Uma experiência humana na loja da Apple
E claro, há diversas lojas que aplicam o mesmo conceito, como:
Mc Donalds
Acredito que a própria marca deixa bem claro o quanto se importa com o usuário, não é mesmo “Méqui”?
O Mc sempre se mantém atualizado no mercado, seja com marketing engraçado, com as “brigas” com o Burguer King, ou seja, renovando a identidade visual das suas lojas e atualizando seu cardápio para aderir à necessidade dos consumidores mais exigentes (Club House).
Além do mais o Mc Donalds transformou uma necessidade fisiológica em emoção. Com rapidez na entrega do lanche, promoções personalizadas, diversidade de alimentos por região (na índia se usa carne de peixe e frango), e claro, sem dizer do Mc Lanche Feliz.
“Acompanhar a jornada do consumidor é o maior desafio do McDonald’s”, afirma Roberto Gnypek.
Nespresso
A Nespresso nunca vendeu café, ela vende uma experiência única, vende um estilo de vida e arte em forma de café ao consumidor.
— “Nespresso é uma experiência única que alia perfeição, prazer, simplicidade e estética.”
Como a Nespresso se tornou um ícone sem nunca ter vendido café
Mas ao mesmo que vimos essas ótimas experiências, existe o lado sombrio da força no UX fora das telas.
Aqui cabe o principal exemplo do lado mais sombrio e agonizante do Bad UX, os SUPERMERCADOS.
Pra que você vai ao supermercado? Pra comprar alimentos essenciais como arroz, feijão, açúcar, carne. E onde esses alimentos estão dispostos no supermercado?
Exatamente, lááááááá no fundo.
Isso justamente para te fazer passar por todos os produtos supérfluos, que não há necessidade nenhuma de você comprar.
Você passa pela sessão de eletrônicos, de eletrodomésticos, de carrinhos de bebês, de roupas, de utensílios domésticos, de rodas e calotas, produtos de limpeza, até chegar na sessão do arroz.
E sim, você provavelmente já pegou alguma coisa dessas sessões mesmo sem ter ido ao mercado pra comprar isso.
E o que dizer da fila do "caixa-rápido"? Aquele corredorzinho de 50km que nunca acaba até o caixa. Aquele corredorzinho onde pais ganham 15 fios de cabelos brancos com suas crianças chorando implorando por um Kinder Ovo, ou por qualquer porcaria que ali está.
É meus amigos, o supermercado reúne tudo que há de errado em UX.
Quer um exemplo prático de como o UX pode ajudar sua vida?
Você provavelmente toma água todo dia, certo? (Aliás, vá já tomar água e arruma essa postura!).
Então com certeza você já precisou encher sua garrafinha num bebedouro com um bico totalmente vertical e por conta disso tinha que fazer um malabarismo absurdo pra conseguir enche-la, estou mentindo?
E pensando nisso que os designers Hsu Hsiang-Min, Liu Nai-Wen & Chen Yu-Hsin criaram a Easy Drink.
Esse design além de te ajudar a encher sua garrafinha mais facilmente, sem derramar tudo no chão, ajuda na hora de beber a água.
Quando vamos beber água, geralmente inclinamos a cabeça para trás num ângulo de 45 graus.
E como a Easy Drink já possui esse bocal inclinado em exatamente 45 graus, não precisamos mais "quebrar o pescoço" pra nos hidratarmos.
Ou seja, uma simples mudança realizada à partir da observação, análise, pesquisa de anatomia humana, e principalmente da necessidade dos usuários, podemos criar qualquer produto que facilite nossa vida.
Será que tua empresa seja digital ou física está no lado sombrio da força?
Acompanhar a evolução digital tem exigido das empresas a capacidade de mudança e reinvenção com velocidade e agilidade. Produtos centrados em promover a melhor experiência através do estudo comportamental de seus consumidores é a chave para manter-se inovador e competitivo no mercado.
A Objective Solutions conta com uma equipe de designers apaixonados por desafios e novidades tecnológicas e através de metodologias colaborativas, ajudamos empresas e times de design a criar soluções sob a ótica do cliente final para produtos que proporcionem uma boa usabilidade, consistência nas interações e acessibilidade.
Não perca tempo e entre em contato com um de nossos especialistas agora mesmo e proporcione uma experiência digna aos seus usuários.
