Após caso de jornal banido, Disney é boicotada como forma de apoio
No dia 24 de Setembro desse ano, o jornal americano Los Angeles Times publicou uma reportagem em que denunciava acordos entre a Disney e a cidade de Anaheim, California. A cidade de pouco mais de 350 mil habitantes é sede do Disneyland Park, primeiro parque temático construído pela The Walt Disney Company, que no ano passado recebeu cerca de 16,540 milhões de visitantes, segundo TEA/AECOM.
A reportagem que revela que a cidade gastou US $ 108,2 milhões na construção de uma garagem para uso do parque e que cobra apenas à empresa US $ 1 por ano para a locação e expõe acordos entre os membros do Conselho da Cidade de Anaheim e a Disney que beneficiam a companhia chamaram a atenção da multinacional que foi a público anunciar o banimento do jornal de todas as suas cabines de imprensa, justificando que o jornal assumiu uma versão parcial dos fatos, “deixando de lado os padrões jornalísticos básicos”.
No dia 3 de Novembro, o L.A.Times publica um comunicado explicando aos seus leitores o porquê da ausência de cobertura dos filmes dos estúdios Disney, esclarecendo que tinham sido banidos como forma de retaliação por expor negócios entre a Disney e Anaheim.
Em solidariedade ao jornal pela represália, o jornal The Washington Post, por meio da jornalista Alyssa Rosenberg, anuncia a decisão de parar de cobrir estréias da Disney até que o banimento chegue ao fim. Seguindo a mesma decisão, foi a vez do Flavorwire, por meio de seu editor, Jason Bailey, anunciar o apoio aos jornais americanos no boicote. logo em seguida, jornais como The A.V Club, The Boston Globe e The New York Times manifestaram a mesma decisão. No dia 7 de Novembro, a Disney resolveu reatar parceria com o veículo, visto que sairia perdendo em meio a tantos boicotes feitos para apoiar o LA Times.
Esse caso dá segurança à jornalistas e jornais que, com medo de boicotes e retaliações como o feito pela Disney, os impeçam de fazer seu trabalho da forma mais legítima possível. Ter o apoio de outros jornais foi essencial que o LA Times tivesse novamente o direito de cobrir estreias que são de interesse para seu público e mostrar para grandes empresas que qualquer forma de censura não será aceita.
