Caco Barcellos: o jornalismo ético na grande mídia
O Profissão Reporter é emitido as quartas feiras a noite e encabeçado pelo premiado jornalista
Caco Barcellos é um dos poucos jornalistas que faz eu repensar minha opinião sobre o jornalismo na grande mídia. Ele tem um dia e um horário na rede Globo nas quartas a noite — ainda que num horário e dia não tão acessíveis — , em que se discute politica, movimentos sociais, economia, sob um formato inovador na época em que foi lançado — no qual o reporter mostra a materia e os bastidores do seu dia-a-dia em busca do material ideial. O que surpreende é a visão progressista de Caco e sua equipe, transmitindo para a tv “aberta” um programa contundente com o fazer jornalístico ético.
Movimentos sociais na Globo
O programa da imagem acima mostra o cotidiano de uma ocupação em São Bernardo do Campo, em que familias dormem debaixo de tendas e se organizam em cuidar das refeições da comunidade, formam um lanço unido por uma luta em comum: a do direito a uma moradia digna. Caco mostra os dois lados da história: ele conversa com o advogado do proprietário do terreno ocupado que luta pela reintegração de posse e também com o advogado do MTST. Faz uma pesquisa entre os moradores da comunidade vizinha sobre a ocupação, procura fontes no lado “elitizado”, consulta o segurança do prédio vizinho de classe média alta, conversa com o líder do MTST — Guilherme Boulos — , entre diversas outras fontes. Além disso, ele traz outros exemplos de ocupações que possuem mais tempo e as conquistas até os dias de hoje — bem como as perdas. Ele parece exercer um jornalismo ético e aparentemente “imparcial” uma vez que busca fontes muito diversificadas que apontam os diversos pontos levantados pela reportagem.
Incoerência
Caco goza de boa reputação entre movimentos “progressistas”. Como a própria noticia do portal Pragmatismo Politico apela, “honesto e competente”. No entanto, o radicalismo, a falta de uma mentalidade de esquerda consolidada, centralizada e com estruturas reconstruidas acabam por cegar os manifestantes com ideias equivocadas e raivosas, confundindo o individuo Caco Barcellos com a emissora Globo, a qual possui um histórico de manipulação e corrupção desde a época da ditadura, em que apoiou o regime politico.
Nisso tudo, o porta-voz do jornalismo ético dentro da grande midia incoerentemente acaba por se ferir em uma manifestação que tambem diz respeito a sua ideologia politica: indiscutivalmente progressista, e da qual parte sua ambição de se fazer notícias com olhos livres.