GUGU LIBERATO

Karina Rofato
Observatório de Mídia
3 min readJan 5, 2018

E A SUPOSTA ENTREVISTA COM INTEGRANTES DO PCC

Em 7 de setembro de 2003 (feriado da Independência do Brasil), o programa, que então era apresentado por Gugu Liberato, exibiu no início da noite a entrevista gravada com dois supostos integrantes do PCC, dentro de um ônibus, e foi realizada por um repórter do Programa do Ratinho, Wagner Maffezoli.

Os dois supostos bandidos faziam ameaças ao vice-prefeito da cidade de São Paulo, Hélio Bicudo; três apresentadores de programas policiais: José Luiz Datena (do Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes), Marcelo Rezende (do Repórter Cidadão, da RedeTV!), o comentarista de futebol e policial Oscar Roberto Godói (do Cidade Alerta, da Rede Record).

Os indivíduos também assumiram a tentativa de sequestro do padre Marcelo Rossi, fato ocorrido menos de uma semana antes.

No dia seguinte da reportagem, o apresentador Gugu Liberato, foi duramente criticado pelos apresentadores citados na falsa entrevista.

Marcelo Rezende afirmou no Repórter Cidadão, que a entrevista com os dois integrantes do PCC era “mentirosa e encenada”. Um dos líderes do PCC falou por telefone com o apresentador, e disse que Gugu armou tudo.

José Luíz Datena disse no programa que não foi procurado por Gugu e que a entrevista deixou sua família em pânico, ele abriu o programa dizendo que foi tudo uma tremenda palhaçada e que ia processar o apresentador e Silvio Santos, dono do SBT.

Nos dias seguintes, a mídia intensificou a impressão de que tudo teria sido uma farsa, até que um comunicado do PCC, divulgado pela imprensa na mesma semana, nega ter ameaçado apresentadores e o vice-prefeito, dizendo que os dois homens não eram do grupo.

Gugu foi entrevistado no programa de Hebe Camargo, no qual reafirmou a veracidade da entrevista. Três dias depois, foi concluído que se tratava de uma mentira e, o Domingo legal foi retirado do ar provisoriamente. Ele pediu desculpas aos ameaçados pela dupla durante entrevistas na televisão e afirmou que não conhecia o conteúdo da reportagem e que confiou no repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista.

Diante desses fatos e acontecimentos, podemos concluir que a jornalista descumpriu algumas normas do código de ética do jornalismo. Como:

Art. 3º O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, estando sempre subordinado ao presente Código de Ética.

Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.

Art. 7º O jornalista não pode:

V — usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;

Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações:

I — visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;

II- de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes;

III — obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;

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Karina Rofato
Observatório de Mídia

*Administradora de Empresas* — *Estudante de Jornalismo* — *Taurina* — *Sonhadora* — * Feliz*