O sigilo da fonte: caso Eduardo Baptista
Em abril deste ano, o até então técnico do Palmeiras Eduardo Baptista se irritou com uma nota publicada pelo jornalista Juca Kfouri na coluna deste no site UOL. Na publicação, Kfouri não identifica a fonte mantendo o sigilo dela, porém acusa Eduardo Batista de ser submisso.
A nota foi publicada no dia do jogo entre Palmeiras e Peñarol pela Libertadores e dizia que Eduardo Baptista era “maleável” ao escalar Roger Guedes como titular, já que o jogador ficaria no banco. Mas o técnico palmeirense teria sido convencido pelo diretor de futebol alviverde Alexandre Mattos a escalar Guedes. Confira a nota na íntegra.
A polêmica veio à tona na coletiva de imprensa após o jogo vencido pelo clube brasileiro por 3 a 2. O técnico do palmeiras se irritou e desabafou, ainda que indiretamente, sobre a publicação de Juca Kfouri. Segundo Eduardo Baptista, o jornalista faltou com respeito com ele e, afirmou que o Kfouri não revelou a fonte, inferindo falta de responsabilidade.
Porém, de acordo com o artigo 8° do Código de Ética do jornalistas brasileiros “sempre que considerar correto e necessário, o jornalista resguardará a origem e identidade das suas fontes de informação”. Além disso, trata-se de um direito constitucional o sigilo da fonte conforme o artigo 5°, inciso XIV, que diz: “assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.
Por esse lado sabemos que Juca Kfouri agiu conforme a norma jornalística, entretanto, por mais que a nota seja de sua coluna, ele foi desrespeitoso com Eduardo Baptista. E segundo nosso Código de Ética, “o jornalista deve […] tratar com respeito a todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar”.
Ademais outra reflexão que pode ser mencionada é o fato da linha tênue entre o jornalismo esportivo e a opinião, já que muitos programas esportivos são debates de mesa redonda e algumas vezes ultrapassam os limites éticos e a opinião sobrepõe à informação. Exemplo disso é a figura do ex-jogador do corinthians o “craque” Neto, como já discutido aqui no Observatório de Mídia.