Os robôs invadiram o jornalismo

Michele Custódio
Observatório de Mídia
2 min readJan 4, 2018
FOTO: Pixabay

Se há 30 anos alguém dissesse para os seus professores de jornalismo que máquinas se acomodariam nas redações e replicariam notícias de todas as ordens pela rede mundial de computadores, provavelmente, eles diriam que tratava-se de uma distopia pessimista sobre a profissão.

Infelizmente, um cenário não muito diferente se faz presente hoje nos jornais. Antes, é bom esclarecer que quando digo máquinas não estou me referindo àquelas geringonças cheias de peças e que vão dominar o mundo. Mas sim, de pessoas despreparadas que fazem um trabalho mecânico de copiar e colar matérias desenfreadamente, em especial, os casos onde reproduz-se na íntegra matérias do impresso para o meio digital.

Esse processo pode ser observado em veículos de diversos portes, como os jornalões tradicionais e os menores, interioranos. Isso implica na degradação da profissão nos mais variados setores. No econômico, onde o profissional recebe apenas uma vez, mas sua publicação está sendo copiada e distribuída por muitos lugares, além do jornal ou da revista.

No campo ético, já que ao não adaptar o conteúdo para outro meio, a qualidade da publicação é perdida. É notável a preocupação das mídias em manter o seu veículo principal, impresso, televisivo ou radiofônico, e assim, esquecem-se do meio digital. Hoje, expoente quando se trata em atingir público.

Muitos apocalípticos diriam que a internet matou o jornalismo. Mas diferente disso, acredito que a internet mudou o fazer jornalístico. Facilitou em diversos quesitos como contatos com as fontes, pesquisas documentais e etc. Porém, dificultou em diversos outros: ligo ou mando um e-mail? Faço uma matéria nova para o portal ou reaproveito uma do impresso e só mudo as regras de SEO?

Ao chegar no mercado de trabalho, muitos focas sofrem uma quebra de expectativa, já que a rotina empresarial e a falta de recursos, faz com que todo o ideal de jornalismo aprendido na faculdade vá por água abaixo. Os novos métodos digitais foram responsáveis por uma geração de jornalistas preguiçosos. Mas, capazes de inovar quando o assunto é novas formas de se ganhar a vida.

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