ACHERON — Entrevista com Vincent Crowley
Realizada e postada originalmente em 2017 no antigo portal Occultus Ars Tenebrae
Saudações do inferno Vincent. É com grande prazer que o recebemos para esta entrevista no Occultus Ars Tenebrae.
OAT: Ao longo do tempo a cena de metal mudou de diversas maneiras, mas algumas coisas têm resistido desde o início. Qual é a sua visão sobre metal extremo hoje?
Vincent — Nada vai captar a forma como o Metal esteve nos dias de glória. Estamos passando esse ponto devido à tecnologia arruinar muitas coisas. Tudo o que posso fazer é continuar lançando a melhor música possível e mantê-la tão pura quanto possível.
OAT: O Acheron já tem um longo caminho na cena do metal extremo, por isso é reconhecido e respeitado em todo o mundo. Como você vê esses quase 30 anos de Acheron em sua vida? O que isso significa para você?
Vincent — ACHERON é uma parte de mim. Não tem existido um dia em minha vida desde sua concepção em que eu não pensei nisso. Houve muitos altos e baixos na banda. Mas eu não os trocaria por nada. Tem sido uma jornada interessante. E a banda evoluiu assim como eu também evolui. ACHERON é a minha parte satânica desencadeada!
OAT: O nome Acheron surgiu de alguma influência? O que esse nome significa para você?
Vincent — Na mitologia grega ACHERON foi o “Rio de Woe” que era o caminho para Hades. Eu pensei na banda como uma forma de levar nossos ouvintes para o mesmo lugar.
OAT: O ódio sempre esteve presente entre a humanidade, os seres humanos são cada vez mais ignorantes e cegos pelos dogmas impostos pela religião do Deus falso. Qual é a sua opinião sobre este fato?
Vincent — O único Deus que eu aceito é a mim mesmo! Eu não preciso acreditar em merda. São criações do homem feitas para controlar os fracos. Os deuses e suas religiões são a razão de tanta guerra e derramamento de sangue. Devemos nos livrar de todas como um câncer. E a minha opinião pessoal sobre o satanismo é que é uma filosofia de estilo de vida, não uma religião doentia!
OAT: Como você conheceu e conviveu com Anton Szandor LaVey e têm sido um membro ativo e sacerdote na Igreja de Satanás?
Vincent — Eu nunca convivi com Anton LaVey. Consegui conhecê-lo através de Peter H. Gilmore. O Dr. LaVey me fez sacerdote depois que viu meu trabalho na cena. Ele mais tarde me avançou para o posto de Magister. Mas depois que ele morreu as coisas mudaram na IGREJA DE SATANÁS, então eu renunciei em 2000. Eu já não acredito em QUALQUER grupo organizado declarando-se religioso.
OAT: A banda tem algum conselho para para quem está começando agora no metal extremo?
Vincent — É uma estrada difícil de viajar. E se você quer ser um astro do rock isto não é para você! Leva muito trabalho e amor por essa música. Você não se tornará rico e famoso como Ozzy. (Ha, Ha). Basta fazer o que você gosta e se funcionar, ótimo! Neste novo mundo da tecnologia, todos pensam que são estrela on-line. Eles não são!
OAT: Como foi a experiência de Acheron no Brasil em 2008 e 2012? Você espera para voltar?
Vincent — Surpreendente! Os fãs foram ótimos e as pessoas nos trataram muito bem. Nós realmente queremos voltar!
OAT: O que você acha sobre as más interpretações de suas letras e simbolismos usados pela banda?
Vincent — Eu não me preocupo com isso. Eu sou muito franco sobre minhas crenças e opiniões. Não estou escondendo nada. Então, quando as pessoas tentam dizer que somos algo que não são, tudo que eu posso dizer é “Calem-se!”. ACHERON é apenas uma banda 100% satânica/anti-religiosa! Nada político ou outras coisas.
OAT: Quais são os planos de Acheron para este ano de 2017 Há algum lançamento planejado?
Vincent — ACHERON não está mais gravando álbuns, então vamos apenas estar em turnê. Em 2017 estaremos em turnê pelo 20º aniversário do lançamento do ANTI-GOD, ANTI-CHRIST e em 2018 faremos a turnê do 30º Aniversário da nossa banda.
OAT: Temos visto vários ataques islâmicos no Ocidente nas últimas décadas. Qual é a sua visão do extremismo islâmico e suas consequências?
Vincent — O Islã não é o inimigo número 1 declarado! Os muçulmanos são ainda piores do que os cristãos hoje em dia. Minha nova banda INFIDEL REICH vai fazer algumas letras sobre eles em nossas canções.
OAT: Em relação a cena do metal extremo brasileiro, qual é a sua opinião?
Vincent — Muitas grandes bandas são do Brasil! O Brasil é muito mais Metal do que os EUA!
OAT: Você vê alguma relação entre o Nacional Socialismo e o Black Metal?
Vincent — Para algumas bandas que tomam essa rota, eu acho. Mas eu sou da velha escola e quando eu ouço de Black Metal eu penso mais em VENOM do que em BURZUM (Ha, Ha). Para mim Black Metal é apenas pura música satânica obscura.
OAT: Obrigado pelo seu tempo. Foi uma honra ter sua participação. Desejamos sucesso ao Acheron e podemos vê-los em breve aqui novamente. Deixo este espaço para considerações finais.
Vincent — Agradecemos muito pelo seu apoio! Esperamos ver muitos de seus leitores quando tocamos ao vivo com o ACHERON. Também fique atento aos meus próximos projetos: INFIEL REICH, DOMINARI, UM COM ESCURIDÃO e ao material solo de VINCENT CROWLEY. Saudações a todos e votos da besta!
