Ao Florescer da Podridão
Por Vox Tenebris
Senhor do sangue que chora em Gûlgatâ
Abrace este pálido mundo com tuas pragas encouraçadas de dor e lamento
Infrinja na pele do mundo causal e profano
A corrosão milagrosa do Santo Diabo
E das veias cósmicas do véu demiúrgico
Faça verter a colheita de sangue aos fiéis filhos da Escuridão
Coronatus Rex Mortis
Que sustenta em Sua fronte a coroa de ossos
Cujo tridente imponente está cravado no vácuo sem tempo
Que o túmulo escuro seja o portal até Ti
Florescendo como a carnívora podridão de teus jardins de mutilações
No arquétipo que morre e renasce na Sinistra Ascensão
Ó condutor da violenta morte dos homens
Rei carniçal que da fim as existências
Tu degolastes a criatura aos pés da cruz negra
Abrindo eternamente a cova da criação
Vós sois o primeiro a semear e o primeiro a colher
No sanguinolento sonho de todas as tribulações
Rasgue com a foice infecciosa do incriado
As barreiras limitantes de minha ctônica deificação
Ó portador da marca incurável do exílio
Três vezes chamado na sombra do caixão
Minhas lágrimas forjam a arte sem lei
Que empunha sem medo a espada cega da fé
Para que o sangue dê o tom de minha Vontade a está vela
E os incensos carreguem o mantra inominável de minhas trevas
Pois as peles do Vazio como estrelas já se vão
Na ecdise assombrosa da sanguínea ignição
Pois nas asas da Serpente sinuosa está o Caos
Revelando sua Luz em total Escuridão
Qayin ben Samael!
Que teus chifres sejam o dorso da Gnose Sepulcral
Nos labirínticos espinhos ensanguentados da aversão
Ó Santíssimo Esqueleto em teu crime está o sinal
Que guiará-me a esquerda mão ao estrangular desta ilusão
Pois em teu nome o sangue jorra em total libertação
Eu saúdo o Senhor das catacumbas sem nome
Aquele que escrevi com o sangue celestial
Que foi semeado em adultério no ventre de Eva
E orou contra vida, abraçando a Escuridão
Eu rogo ao ceifeiro canhoto de mundos
Que me conceda a repulsiva e sinistra expiação.
Pois mortífero é o mistério de sua iluminação!