O Inefável Voo das Bruxas

E prostraram-se todos diante a Besta
E viram-se nus em suas profundezas
Indizível era o nome marcado em suas testas
Quando o elixir do bruxedo se erguera

E sob a lua verteram luxúrias de sangue
Regojizando pra si a eterna beleza
E embebidos de trevas cederam-se a noite
Do inefável voo das Bruxas!

Sete caixões repousam no inferno
Exalando a miasma de mil criações
Sete chamas negras queimam sobre o altar
Incendiando a alma da pútrida infância

E os olhos dos anjos queimaram-se ao ver
A divina beleza da Mãe Meretriz
E os que ousaram do fruto da morte provar
Penetraram o véu de sua Babilônia!

E diante a cabeça do ídolo morto
Jubilaram todos em tremendo mistério:

Nós somos os filhos do vetusto Assassino
Que caminha na vasta alma do peregrino
Subjugue-se à nós os herdeiros do exílio
E curve-se a nossa perversa ascensão!

Pois somos os corvos sobre a cova de Abel
Embebidos no sangue que chora sem paz
Nós olhamos pra dentro e vimos a Morte
E nos criamos à sua imagem e semelhança!

Por Vox Tenebris