Sobre Acausalidade
Corrente 218, Templo da Luz Negra
A existĂȘncia âcĂłsmicaâ implica algo sujeito Ă lei e Ă ordem do espaço e do tempo. O que Ă© essencialmente ilusĂłrio e limitador. A existĂȘncia âacĂłsmicaâ transcende espaço-tempo, causa e efeito, dualidades, carma, lĂłgica e todas essas prisĂ”es subjetivas e objetivas impostas ao ser, pela ilusĂŁo da existĂȘncia cĂłsmica como sendo absoluta.
O caos Ă© um sĂmbolo adequado para o acausal, porque incorpora a essĂȘncia daquilo que desafia a ordem e a lei, mas do qual a lei e a ordem podem resultar.
Como os sĂmbolos de dualidade (realidade cĂłsmica) sĂŁo 1 e 0 (cuja uniĂŁo Ă© 10), o sĂmbolo escolhido para o acausal Ă© 11, implicando em algo existente fora do cĂłsmico. 11 (218, 2, âŠ) Ă© o sĂmbolo do acausal.
O verdadeiro eu, dentro de cada ser, Ă© acausal.
Eliminar o ego ilusĂłrio (o âeuâ visto ou conhecido dentro das restriçÔes do cĂłsmico) e, assim, expor o Eu Verdadeiro e acausal, Ă© o caminho do Satanismo Acausal. Ă um caminho para encontrar e conhecer os aspectos ocultos, transcendentes e caĂłticos do ser, e seu despertar e alavancagem (nĂŁo dominar, pois isso Ă© impossĂvel enquanto alguĂ©m ainda tem um ego ou existe no reino cĂłsmico) de modo a efetuar a vontade no reino cĂłsmico reino.
O paganismo acausal (do qual o satanismo acausal Ă© um) reconhece que nomes (como âSatanĂĄsâ ou âLĂșciferâ ou âJeovĂĄâ ou âTiamatâ âŠ) sĂŁo apenas maneiras do homem de tentar impor estrutura e ordem cĂłsmica Ă quele que os transcende. Os Verdadeiros Deuses sĂŁo essĂȘncias acausais que nĂŁo possuem nome, estrutura ou forma da maneira cĂłsmica a que estamos acostumados. Isso nĂŁo significa que os sĂmbolos sĂŁo necessariamente inertes, Ă© apenas importante que o pagĂŁo acausal os reconheça como tal (Ăștil, embora nĂŁo os aplique).
A este respeito, alguns pagĂŁos acausais reconhecem que LĂșcifer e SatanĂĄs sĂŁo a mesma essĂȘncia acausal.
âLĂșciferâ, o portador da luz, representa essencialmente aquela essĂȘncia que traz Ă consciĂȘncia, uma percepção da natureza acausal de um ser, a Verdadeira Natureza. Essa consciĂȘncia Ă© de fato uma luz no sentido de que possuĂ-la capacita um ser a ser capaz de se libertar de seu aprisionamento Ă s ilusĂ”es da existĂȘncia cĂłsmica (que Ă© ilusĂłria e limitante por natureza). Assim iluminado, um ser assume a posse de um poder que sempre esteve presente, mas que nĂŁo poderia exercer de outra forma, visto que tanto a consciĂȘncia quanto a alavancagem de seus aspectos acausais sĂŁo essencialmente negadas a qualquer ainda vinculado pelas leis ilusĂłrias e ordem da existĂȘncia cĂłsmica . LĂșcifer entĂŁo, Ă© a essĂȘncia daquilo que traz o poder âocultoâ; o que traz o fogo que derrete as ilusĂ”es; aquilo que nos separa das bandagens de luz falsa e outras analogias semelhantes.
âSatanĂĄsâ, em contraste, Ă© o princĂpio da rebeliĂŁo, adversĂĄrio ou arqui-inimigo da lei e da ordem. Ă especialmente a esse respeito que se pode ver como um sĂmbolo da essĂȘncia lutando contra a ilusĂŁo e as limitaçÔes da existĂȘncia cĂłsmica (lei e ordem, luz ilusĂłria), que se torna aparente que o princĂpio de LĂșcifer e o princĂpio de SatanĂĄs estĂŁo intimamente relacionados, se nĂŁo um e o mesmo.
Mais claramente, porĂ©m, poderia ser dito que SatanĂĄs se opĂ”e e rompe a liberdade das cadeias da existĂȘncia cĂłsmica ilusĂłria (com suas falsas leis e ordem), e entĂŁo o princĂpio de LĂșcifer, entrega a consciĂȘncia da acausalidade ao ser liberado. AlĂ©m disso, por essa alegoria, pode-se argumentar que, embora os dois princĂpios possam de fato ser os mesmos no nĂvel acausal, ainda pode fazer mais sentido aplicĂĄ-los como se fossem diferentes (para o pagĂŁo relacionando-se a eles simbolicamente). AlĂ©m disso, faria sentido para o progresso ao longo do caminho em direção Ă iluminação começar abraçando ou trabalhando com o princĂpio de SatanĂĄs/adversĂĄrio â necessĂĄrio para libertar o iniciado do dogma, das limitaçÔes da dualidade e da existĂȘncia cĂłsmica e, entĂŁo, quando livre, apresentĂĄ-los Ă Verdadeira Luz, ou o acausal, que LĂșcifer traz para aqueles que estĂŁo prontos para isso.
Normalmente, o PrincĂpio SatĂąnico se manifesta como rebeliĂŁo e adversidade contra coisas como:
- Mentalidade escrava e moralidade absoluta
- IgnorĂąncia (especialmente da verdade intransigente e incondicional)
- Fraqueza de espĂrito e mente
- ServidĂŁo
- Passividade
- DependĂȘncia
- Masoquismo
- Apatia
- Abnegação
- Conformidade
- Medo
- Desesperança
- Simplicidade como desculpa para fraqueza