Resiliência: Minha Jornada de Imigrante a Empreendedor: de Natal para o Vale do Silício

Vinicius Fachinetto
octanage
Published in
8 min readDec 7, 2020

Grande parte dos brasileiros sonham em viver em outro país, alguns veem somente o glamour ou idealizam uma vida perfeita. Não é tão simples assim, você passa por questões burocráticas, investe bastante dinheiro e precisa se adaptar a uma nova cultura.

Independente do seu objetivo, é preciso ter uma alma empreendedora. Estar disposto a passar por desafios, errar e perder. Ter ousadia para continuar levando o seu sonho em frente e não se iludir.

“Lute por aquilo que você acredita, e não esqueça de retribuir à origem da qual você veio”. Pedro Felipe Moura.

O Pedro Felipe Moura, em entrevista ao Octanage Podcast, nos contou como foi a sua experiência na mudança de país aos 15 anos e como ele desenvolveu um produto impactante para pessoas com poucos recursos, como ele no início.

Pedro — “Limpamos casas, entregamos jornais. Dei a sorte de cair perto do Vale do Silício e ter acesso à uma formação e uma visão de patamar bem jovem”

Acompanhe os principais trechos do episódio Resiliência: Minha Jornada de Imigrante a Empreendedor: de Natal para o Vale do Silício com Pedro Felipe Moura | Flourish (E025),

Qual é a sua maior competência?

Pedro — Resiliência por conta da minha história de vida. Compreender as dificuldades anteriores como aprendizado e não como algum fator limitante.

Vivi ilegal nos Estados Unidos com minha família por um bom tempo e isso reduzia algumas possibilidades, mas não nos demos por vencidos. Buscamos ferramentas, tudo o que poderia ajudar a nos aproximarmos mais dos nossos sonhos.

Muitas pessoas ficam presas às desculpas e se colocam como vítimas da própria história. O Pedro soube enxergar os aprendizados diante dos problemas e ser grato por tudo de bom que aconteceu. Temos duas escolhas: sermos vítimas ou protagonistas.

Os momentos desafiadores nos formam e não encontramos estes aprendizados em nenhuma fonte de informação disponível. Somente dentro de nós.

Pedro — Quando você entende que — independente de família, trabalho, classe social — todos passamos por dificuldades. Você se transforma em alguém mais empático e quebra paradigmas. Querer entender e ajudar às pessoas mais próximas se torna contagiante.

A empatia nos deixa com um mundo mais positivo e traz esperanças. Tudo se transforma: a vida pessoal, o trabalho, a sociedade e, de fato, contagia outros.

A Flourish

Pedro — A Flourish é um aplicativo financeiro que ajuda jovens a criar hábitos de poupança, usando jogos e recompensas.

Nos EUA, quase metade da população não chega a ter 400 dólares guardados para emergências pessoais. Esses milhões de pessoas se veem forçados a tomar empréstimos ou a vender propriedades diante deste cenário.

Uma excelente forma de se comunicar com esses jovens e ajudá-los. Saber cuidar das finanças é um aprendizado constante, algumas pessoas não têm este acesso por meio de familiares ou por fontes externas.

Pedro — Nosso objetivo é fazer com que pessoas interajam com as suas finanças pessoais de forma divertida, recebam recompensas por cada pequeno passo, e desenvolvam hábitos financeiros saudáveis.

Queremos dar tranquilidade a um nicho da população latinoamericana nos EUA, mal servida pela indústria bancária dos EUA, a fazer um “pé de meia” e evitar perdas por causa do aperto.

A maioria dos produtos financeiros são desenvolvidos para pessoas de classes médias e altas, o restante da população se torna irrelevante. Por isso, fizemos algo para um nicho bem específico como solução.

A empatia do nosso entrevistado o ajudou a enxergar esta oportunidade no mercado. Quanto mais nos desenvolvemos em termos técnicos, maior é a necessidade de sermos também mais humanos,de nos conectarmos para entender as dores do outro.

Qual foi o seu pior momento como empreendedor?

Pedro — Primeiro na minha vida pessoal quando eu me mudei para os EUA aos 15 anos. Não falava a língua e ainda tinham as gírias.

Os seis primeiros meses aqui, com dificuldades para navegar nessa transição da adolescência, foram bem marcantes na minha história.

Não deixa de ser empreendedora, assumi riscos, me adaptei, me reinventei em um mundo novo.

Começos sempre são assim, somos desestabilizados, saímos da zona de conforto. Rimos depois das situações constrangedoras, mas no momento nos questionamos se fizemos a escolha certa.

A questão não é tentar estar preparado, mas aprender como lidar com as adversidades. Ser resiliente e acreditar.

Pedro — O pior momento na minha vida profissional foi quando a empresa na qual trabalhei por 6 anos começou a ir mal de repente, e foi preciso deixar quase 40% dos colaboradores. Foi difícil demitir pessoas que estavam na mesma luta, acreditavam na missão e ajudaram a construir a empresa.

Como você resolveu assumir o risco de ter o próprio negócio?

Pedro — Não é só a ideia, a ideia é parte disso. Costumo fazer a seguinte colocação: qual problema você resolve?

Minha experiência profissional anterior mostrou o impacto positivo que se pode dar às pessoas com produtos financeiros bem desenhados para uma população com poucos recursos.

Pessoalmente estava numa posição privilegiada, na qual tive sorte, trabalhei duro tinha certa experiência e tinha visto o impacto de certos produtos desenhados para uma população mais necessitada.

Também podia tomar riscos e investir em mim mesmo. Eu queria parar e pensar um pouco, em quais outros produtos essa população ainda não tinha ainda. Queria fazer parte da inovação.

O empreendedor é incomodado, sabe que existe um caminho para mudanças positivas e impactantes. Não para enquanto não começar e dar continuidade ao projeto.

Um propósito

Pedro — Pensando nisso, comecei a contar a história do meu propósito, conheci pessoas que se alinhavam a ele.

Começamos a incubar a ideia dentro da universidade. Nesse momento me dedicava 100% ao meu trabalho atual, mesmo assim, comecei a entender melhor o ecossistema, como as partes se conectavam.

Sai na rua para falar com as pessoas, entender o seu dia a dia, e como eles estavam resolvendo o problema. Eu mesmo me lembrava das situações que eu vivia.

Existem muitos processos envolvendo uma ideia, o nosso entrevistado buscou pessoas com o mesmo propósito, se deparou com algumas que tinham talento, mas não se importavam. Conheceu bem o seu público e fez acontecer.

Passou por pessoas céticas, entrou em conflito, mas continuou acreditando. Olhou para as dificuldades da sua história e fez algo surpreendente com isso.

O que lhe inspirou a empreender?

“Essa superação de querer ser hoje melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje e trabalhar naquilo que você já acredita”.

Pedro — A história da minha família como empreendedora, mesmo que não usássemos essa palavra. Os meus avós, vieram do interior para a Capital para dar uma educação melhor para os 10 filhos no final dos anos 60; e a minha mãe, Dona Eva, saindo de Natal para empreender na Califórnia. Sou motivado por essa superação de querer ser hoje melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje e trabalhar naquilo que você já acredita.

Hoje, inspirado pela história da minha família, quero ajudar as comunidades de onde vim: a princípio, a população imigrante nos EUA; e no futuro, pensando em voltar ao Brasil, poder contribuir dessa maneira com minha vivência de tecnologia.

Algumas pessoas alimentam um ódio pelo o que não tiveram, outras alimentam a esperança e continuam seguindo em frente. Não esquecem da sua origem, e assim, têm um dos principais fatores para o sucesso.

Ter um propósito torna a sua ideia mais forte e autêntica, já pensou no seu?

O que você como empreendedor não pode viver sem?

Pedro — Sem o sistema de apoio que está ao meu redor: família, colaboradores, sócios; e o sistema de apoio que você monta: investidores, pessoas que acreditam em você como empreendedor.

Pessoas são essenciais para o Pedro, elas fazem tudo acontecer e dão um impulso quando você pensa já não conseguir dar mais nenhum passo. Tudo muda muito rápido, mas os laços permanecem.

Qual hábito pessoal e diário que mais contribui para o seu sucesso?

Pedro — Café conta? (risos). Trate a todos como seres humanos, como você gostaria de ser tratado, e os seus relacionamentos serão mais calorosos.

Você tem feito assim? Ou se esquece da sua própria humanidade? Progresso é avançar sem derrubar ninguém pelo caminho, é ser grato por tudo e aberto às surpresas da vida.

Dicas do Pedro

  • Ferramenta online para empreendedores

aplicativo de meditação Head Space.

  • Livros

Propósito — A Coragem de Ser Quem Somos” do Sri Prem Baba. Tive a oportunidade de ler recentemente já que foi um presente do meu irmão, André. Me deixou bem pensativo e reflexivo sobre a maneira em que decido me envolver com novas atividades.

A dica de ouro

Pedro — Muitos vão dizer não; mas vá em frente: acredite no seu propósito, no que o seu coração e seu estômago estão dizendo; tudo começa com você mesmo! Acredite no que você está fazendo e as pessoas também o farão.

A dica mais valiosa recebida

Pedro — Lute por aquilo que você acredita, e não se esqueça de retribuir às suas origens.

Alguém pode ter feito sacrifícios por você, pode ter ajudado na construção do seu caráter e você se arriscou para melhorar a sua vida.

Sabemos como a nossa memória é importante, ela serve para lembrarmos coisas boas ou ressignificarmos as ruins.

As nossas origens deixam as nossas conquistas ainda mais marcantes. Simples ou não, não é preciso ter vergonha. São as nossas raízes que não nos deixam esquecer de quem nós somos e em não importa quão longe chegamos, sempre vai ter um lugar dentro de nós, chamado lar.

ACREDITAR, PERSISTIR, RECOMEÇAR E LEMBRAR.

Você gostou dessa entrevista? Agora você pode ouvir na íntegra no nosso Podcast Octanage. Venha aprender e se inspirar com a trajetória do Pedro Felipe Moura.

Sobre o Octanage

É um Podcast com entrevistas e dicas práticas para todo empreendedor.

O Octanage nasceu para deixar o empreendedorismo mais perto das pessoas. Nosso objetivo é inspirar uma multidão ao redor do mundo a empreender melhor e a não desistir.

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VINX Digital

VINX é uma agência de marketing digital com o foco em ajudar pequenas e médias empresas a expandirem sua presença digital e a atingirem os seus objetivos.

Eu lidero a agência a partir de experiências anteriores em ter administrado e construído as minhas próprias empresas desde o início. Atrelado ao sucesso de ajudar outros empreendedores a atingir o sucesso no Brasil e depois no Reino Unido.

Acredito que para ter sucesso em levar as principais técnicas para outros negócios, é preciso entendê-los com profundidade. Construir e manter o relacionamento, celebrando as conquistas, aprendendo com as falhas. Adaptando e melhorando o que fazemos. JUNTOS!

Algumas agências costumam oferecer soluções prontas, sem se preocupar com a distinção de cada negócio. Fazem apenas pequenos ajustes no que já foi feito para outros. Presumem que os seus clientes tenham o completo domínio das mídias digitais e disponibilidade de tempo para a criação do seu próprio conteúdo.

Mas isso não é verdade. Dessa forma, criei o VINX para ser diferente.

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Vinicius Fachinetto
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I was just 14, when I sold my first digital project, I have dedicated my life to helping other businesses exploit every aspect and new development of digital