Storytelling e Sustentabilidade — Contando Histórias

Vinicius Fachinetto
octanage
Published in
9 min readFeb 25, 2021

Uma das melhores formas de defender uma ideia e de comunicar o valor de uma marca é pela arte do Storytelling. Ela traz vida e significado para um cenário, faz conexões por meio de sentimentos e assim, ganha a apreciação do público por meio de uma história.

Os principais elementos de Storytelling são a mensagem, o ambiente, personagens e conflito.

Quando uma história é verdadeira ela é capaz de impactar vidas, de envolver e de mobilizar pessoas.

Um bom exemplo de Storytelling são os filmes da Pixar. Histórias como Procurando Nemo tocam as emoções do seu público e nos fazem mergulhar no mundo imaginário. As nossas percepções de realidade chegam a ser desafiadas.

As narrativas costumam seguir a mesma estrutura: apresentação, a jornada e a mudança. Sempre quando iniciamos algum filme, está tudo calmo e bem já esperamos algo de ruim acontecer, porque os conflitos fazem parte da jornada do personagem.

A Lara Ely, minha entrevistada no Octanage, sempre amou contar histórias e sustentabilidade. Por isso, ela teve coragem de deixar o seu emprego tradicional em um grande veículo para seguir a sua paixão. O resultado disso, você vai ver por aqui.

As melhores histórias conectam

Lara — A minha maior competência é a busca pela verdade de cada um. Estar atenta ao que é autêntico e de alguma maneira traduzir em palavras.

Aprendi com um grande amigo a me conectar com a verdade do outro para extrair o melhor de sua essência.

A primeira fala do entrevistado é a mais importante no jornalismo, pois vem do coração, traduz o que a pessoa pensa.

Ter acesso a esse universo, aos propósitos, aos sonhos e à verdade da pessoa. Traz uma possibilidade muito grande de transformação.

Também acredito que quando temos acessos a essas questões de todo ser humano, nos aproximamos mais dele e podemos fazer uma grande transformação.

As personas são perfeitas para representar essa ideia — são personagens fictícios os quais representam clientes ideais — elas não têm base somente em dados demográficos, mas nas suas características, problemas, sonhos, propósitos… Os personagens são fictícios, mas as informações são reais.

Quanto mais temos o detalhamento dessas informações, melhor se torna a comunicação e o produto. Dessa forma, podemos atender às aspirações da nossa audiência e nos conectarmos.

Lara — Quando as pessoas estão conectadas com o seu propósito e com os seus valores, elas dão o que têm de melhor. As histórias com verdade são as mais interessantes, porque conectam e transmitem emoção.

As pessoas identificam com facilidade algo forjado e preferem um marketing que não pareça marketing. Algo mais sutil e dentro da sua realidade.

Marcas fortes colocam o seu propósito como prioridade e o transformam em ação. Existe mais urgência em comprovar tudo o que uma marca atesta, ela precisa mostrar e comprovar.

Hoje as marcas sem conexão, seja por qualquer meio como o digital, pelo relacionamento com o consumidor, pela qualidade ou por uma série de esforços. Não conseguem ser lembradas e durar por muito tempo.

A distância entre empresa e o consumidor diminuiu muito, por isso todos buscam autenticidade e confiança.

Quando uma história está relacionada a uma marca precisa trazer verdade. Sempre tentamos chamar e prender a atenção do nosso público, o storytelling é a ferramenta perfeita para contar e transmitir alguma mensagem. Dificilmente ela se tornará esquecida.

Como tornar uma história interessante

Lara — Quando fiz a transição do jornalismo factual para contar histórias de transformação pessoal, eu entendi que a trajetória é o mais importante. Quando busco a verdade dos entrevistados, pergunto a eles o que é único na sua trajetória.

Busco este ponto relevante, porque as histórias costumam se repetir muito. Empreendedores, por exemplo, enfrentam dificuldades semelhantes, mas as soluções as diferem, isso é único. A criatividade e o empenho pessoal de superação fazem uma boa história.

É importante saber quais elementos usar em uma história para gerar conexão, para que o leitor se identifique e o que torna aquela história única. É interessante parar para pensar como achamos histórias clichês, sem algo muito instigante se a narrativa é comum. Mas como amamos personagens com os quais nos identificamos.

Quando se trata de algum personagem real, a verdade faz esse papel de identificação. Porque como seres humanos temos problemas muito parecidos, o que vai diferir será o caminho para a solução e as respostas.

A Ecohistorias

Lara — O objetivo da Ecohistorias é dar visibilidade às pessoas e empresas de sustentabilidade. Mostramos como esses negócios podem ganhar mais clientes e conexões.

Por se tratar de um público muito segmentado, essas marcas enfrentam problemas relacionados ao financiamento e à falta de interesse.

Um negócio de sustentabilidade é relevante para todo mundo, não só para quem tem interesse no assunto. Afinal, esse tipo de negócio colabora para o desenvolvimento do país, da nação, das famílias e de cada indivíduo.

Ser sustentável é aproveitar os recursos naturais sem comprometer o meio ambiente. É deixar o pensamento de usar até esgotar e olhar com uma perspectiva mais ampla. Nada justifica um grande prejuízo para a fauna e flora em razão de pensamentos egoístas.

A sustentabilidade não é só para um grupo restrito, todos precisamos viver de forma sustentável e cumprir o nosso papel desde coisas pequenas como reciclar corretamente até deixar de usar uma marca, por não ter responsabilidade socioambiental.

Lara — As startups sustentáveis geralmente não sabem como comunicar o seu grande valor, existe uma visão equivocada sobre o que é valor. Portanto, a nossa missão é entender qual é o seu valor e comunicar devidamente.

Nós usamos o conceito do Golden Circle (Círculo Dourado), do Simon Sinek que é realmente encontrar o porquê das coisas ou porque a sua empresa faz isso e a partir disso fica muito mais fácil contar as histórias e conectar não só com clientes, mas com a sociedade e de alguma forma contribuir para o seu crescimento.

Por meio do Círculo Dourado é possível criar e desenvolver o valor de uma campanha, negócio ou ideia. Segundo a teoria todas pessoas sabem o que elas fazem, algumas sabem como fazem e poucas sabem o porquê.

O jornalismo de “miçangas”

Lara — O momento mais difícil da minha trajetória como empreendedora, foi começar. Porque para isso, precisaria tomar uma grande decisão e assumir os riscos para seguir por este caminho.

Eu trabalhava em um grande veículo de comunicação, a reportagem sempre foi uma paixão e sua grande visibilidade é algo muito motivador. Mas a vontade de contar histórias era maior e nem sempre havia espaço para elas neste jornal. Queria contar histórias do cotidiano ligadas à ecologia.

Demorei bastante para dar o primeiro passo em direção a esse sonho. Porque não conseguia enxergar onde estava o meu ganho, não conseguia imaginar quem pagaria por essas histórias. Seria um jornalismo de “miçangas”, pensava o seguinte: quem se importaria com ecologia, natureza e biodiversidade?

Apesar dos meus questionamentos, fiz um estudo estratégico sobre o lançamento desse negócio e descobri alguns públicos interessados em sustentabilidade. Depois de mapear questões ambientais, eu consegui enxergar como esse tema também era relevante para outras pessoas.

Assumi esta nova missão e senti um impacto enorme sobre a minha carreira. Após a demissão deixei de ter salário, uma carteira assinada e passei a ser remunerada por vários financiadores. Administrar essa nova fonte de renda foi e ainda é o grande desafio da Ecohistorias.

Saber tomar riscos calculados faz parte da vida de todo empreendedor, mesmo assim, ainda é uma montanha russa. O começo é sempre uma incerteza, mas a nossa entrevistada acreditou não só que teria mercado, mas no seu potencial.

Empreender é provar todo dia que acreditamos em nós. Isso já não é fácil por conta das provas e inseguranças da vida, imagine quando empreendemos — tudo fica mais “interessante” e com mais emoção.

Hábito que contribui para o sucesso

Lara: O que mais contribui para o meu sucesso é estar em movimento. Eu estava lendo um livro do Bruno Perin quando uma dica sobre as oportunidades aparecerem para quem está em movimento me chamou a atenção e desde então esse se tornou o meu foco.

Quando entramos no fluxo da vida as oportunidades aparecem. Às vezes acontece de não ser a melhor oportunidade, mas quando a acolhemos, ela pode nos levar a outras. Não importa o lugar onde você esteja, mas para onde caminha.

Já vi muitas pessoas estagnarem por esperar algo acontecer sem tomar nenhuma atitude. Não sabiam ver o valor do que as colocava em movimento e outras oportunidades não pareciam ser boas o suficiente. Boas coisas atraem outras, desistir de achar soluções e reclamar não vai mudar nada.

Anote essas dicas

Lara — Eu indico o livro: Sem Dinheiro — Como Construir Uma Startup Com Pouca Grana, Bruno Perin. O livro desmistifica a questão sobre precisar de investidores ou de capital inicial para criar um negócio.

O capital humano é o principal. O time, a rede e quem gera as ideias. O meu maior aprendizado foi a importância do time acima de uma boa ideia. O empreendedor sem dinheiro pode apostar na rede de conhecimentos e de apreciadores.

Existe a noção equivocada de atribuir valor somente ao dinheiro. O autor, em contrapartida, mostra como as competências, a rede, as ideias são valores muito apreciados pelo mercado.

A série Merlin do Netflix me trouxe muitos insights sobre relacionamentos com os clientes. A série aborda os grandes clássicos da filosofia para adolescentes. Ela transforma um conteúdo complexo em algo mais fácil de ser compreendido por um público leigo.

A série tem um professor incrível que mostra como os pensamentos clássicos da filosofia estão associados com o dia a dia das pessoas. Fazemos algo parecido na Ecohistorias, mostramos como os princípios do desenvolvimento sustentável estão atrelados às nossas vidas.

A dica de ouro sobre empreender

Lara — O empreendedor está muito ligado a um propósito pessoal. A maioria desiste por falta de estímulo, por dificuldades financeiras ou por precisar se esforçar muito em algo que tem mais dificuldade. Mas a realização profissional e a satisfação de fazer o que ama, não tem preço.

Eleja entre todos os seus sonhos aquele que está mais conectado com as suas competências e o desenvolva. Se qualifique para estar apto no dia em que encontrar uma oportunidade.

Complementando: Esteja pronto para quando a oportunidade aparecer, até lá dê o seu melhor, faça todo o possível e se arrependa somente de nunca ter tentado.

O que você está esperando para começar?

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É um Podcast com entrevistas e dicas práticas para todo empreendedor.

O Octanage nasceu para deixar o empreendedorismo mais perto das pessoas. Nosso objetivo é inspirar uma multidão ao redor do mundo a empreender melhor e a não desistir.

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VINX Digital

VINX é uma agência de marketing digital com o foco em ajudar pequenas e médias empresas a expandirem sua presença digital e a atingirem os seus objetivos.

Eu lidero a agência a partir de experiências anteriores em ter administrado e construído as minhas próprias empresas desde o início. Atrelado ao sucesso de ajudar outros empreendedores a atingir o sucesso no Brasil e depois no Reino Unido.

Acredito que para ter sucesso em levar as principais técnicas para outros negócios, é preciso entendê-los com profundidade. Construir e manter o relacionamento, celebrando as conquistas, aprendendo com as falhas. Adaptando e melhorando o que fazemos. JUNTOS!

Algumas agências costumam oferecer soluções prontas, sem se preocupar com a distinção de cada negócio. Fazem apenas pequenos ajustes no que já foi feito para outros. Presumem que os seus clientes tenham o completo domínio das mídias digitais e disponibilidade de tempo para a criação do seu próprio conteúdo.

Mas isso não é verdade. Dessa forma, criei o VINX para ser diferente.

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Vinicius Fachinetto
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I was just 14, when I sold my first digital project, I have dedicated my life to helping other businesses exploit every aspect and new development of digital