Por que eu sou a favor de drogas e esteróides.

Martin Mayer
Ofensas Gratuitas
Published in
3 min readFeb 11, 2015

Nos esportes, pelo menos. Eu não tenho muitos argumentos, mas eu tenho um bem forte: seria muitíssimo mais divertido. A imprevisibilidade dos eventos colocaria muito mais emoção a cada segundo. Inicialmente, você pode até não concordar. Pode até achar uma ofensa um cara como eu defender o uso de drogas nos esportes. Eu te digo: você não está errado. Mas eu vou defender o meu direito a diversão enquanto eu puder.

Até as minhas últimas palavras. Deste texto, pelo menos.

Quero deixar claro que eu não tô dizendo pras crianças desse país começarem a injetarem dianabol nas veias. Inclusive, se você é uma criança, por favor pare de ler. Não gostaria de ter que explicar pra pais e mães porque o filho voltou noiado do joguinho de futebol na rua. Então, vai lá jogar bola. NÃO. Vai ler um livro. Isso. Vai ler um livro.

Então, adultos, vamos falar de anabolizantes. Tá na hora de começar esse diálogo.

Vou pegar como exemplo o futebol, inicialmente. Nos dois lados teríamos jogadores anabolizados. Dispostos a correr 30km por jogo. Capazes de marcar um gol de lateral e o Fantástico fazer um tira-teima pra saber a velocidade da bola.

Claro, teriam problemas. Um zagueiro dá um carrinho e mata o atacante adversário. Ao cabecear uma bola cruzada muito forte, o volante sofre um traumatismo craniano. Tudo isso pode acontecer, SIM. Não estou escondendo nada. Mas acho que esses problemas seriam deixados bem de lado já no primeiro jogo que acabar 117 a 221.

O jogo começa e logo aos 4s uma falta a favor do time vermelho. Um pouco depois do meio-campo. Hoje, todo mundo iria pra área tentar o cabeceio. No meu mundo, o cobrador vai bater direto. Gol. Bola a 466km/h. Nenhum surpresa, tirando o goleiro que tentou parar a bola, e acabou quebrando a mão.

Depois de um breve atendimento ao goleiro, a bola rola de novo. Gol do time azul. 12s e o jogo já está 1 a 1. Até para a nova era de esportes, esse jogo está bastante movimentado.

Enquanto isso, no banco de reservas, os atletas fazem supino, rosca cruzada, voadora e bench press (talvez esses exercícios não existam. Eu peço desculpas pela falta de conhecimento na área). Tudo isso para manter a forma robótica que eles construíram.

No fim do primeiro tempo, muita briga e alucinações. Uma verdadeira rave de 15min. Mas tudo isso era esperado. O anabolizante faz dessas.

O segundo tempo é mais calmo e os 112 gols acontecem em decorrências das muitas falhas. A demência começa a bater e também por causa do braço quebrado do goleiro que se recusou a sair.

Essa ideia da liberação também ajudaria muito no sexismo nos esportes. Os homens criariam seios. As mulheres falariam grosso. Tudo isso para unir e quebrar as paredes do preconceito entre sexos.

Em outros esportes, também haveria mudanças drásticas. Acredito que as pessoas pagariam muito mais pra ver um tenista, com uns 65cm de bíceps (eu imagino que isso seja um bíceps grande), sacar uma bola a 500km/h. A gente deixaria a técnica um pouco de lado e partiria pra uma pegada mais corajosa nos esportes. Sem mais jogadas plásticas. Muito mais plásticas de reconstrução facial (porque né, vai que pega em alguém).

Mas a gente também teria a liberação das drogas nos esportes, que ocasionaria uma grande revolução.

No mundo das lutas, a gente começaria a apostar nas drogas e não nos lutadores. Um LSD contra um crack. O crackento achando que é o super-homem, correndo atrás do psy enquanto ele, por sua vez, corre ao redor do octógono.

O único jeito que eu olharia um jogo de vôlei seria se a rede tivesse uns 5m de altura. Sim. Eu tô exagerando. Obviamente droga nenhuma faria um ser humano pular 3m. Mas se pode se drogar, por que não colocar asas? Tá. Não sei. Talvez no vôlei ficaria a mesma coisa e eu continuaria não olhando.

Isso tudo também implicaria nos video games. Novos setores de personalização dos jogadores. Tendência a usar maconha, cocaína, doce, lança… A gente ia pensar que o jogo bugou, mas é só o lateral-direito que tá tendo um ataque do coração por excesso de cocaína.

A torcida teria que se adaptar também. Telas de proteção, máscaras… A tela do octógono teria mais uns 2m de altura, pra não deixar aqueles malucos saírem lá de dentro.

Bom, melhor eu parar de falar de drogas. Meus pais já devem estar preocupados. Não quero problemas pra mim depois.

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