Economia da experiência: como o trabalho remoto impulsiona essa nova era

Victoria Haidamus
Officeless
Published in
4 min readSep 13, 2018

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Trabalho remoto é sobre trabalhar home office, de coworkings ou de cafeterias? Sim, mas também possibilita muito mais. Aqui compartilho um pouco sobre a minha visão de como o trabalho remoto pode se conectar com a economia da experiência e a era do compartilhamento.

Quando me perguntam sobre local de trabalho, é comum ouvir: “Se você não trabalha no escritório, então, você está de casa ou de algum coworking né?”, e a resposta é: não necessariamente.

Meu local de trabalho varia muito, já fui até para outros países, mas também pode ser da sala de outras pessoas, de um espaço criativo, de frente para uma paisagem que me inspira ou de qualquer outro lugar que eu possa me concentrar, sentir produtiva, ah, claro, e que tenha Wi-fi. Mas, eu não sou a única.

O movimento do trabalho remoto vem se espalhando, possibilitando novas fontes de receita e ganhando força na economia da experiência, principalmente no Brasil.

Você já ouviu falar de pessoas que alugam espaços da sua casa para que outras possam trabalhar? Ou de plataformas digitais que transformam bares e restaurantes (fora do seu horário de pico) em ambientes de trabalho? Isso tudo existe e está aí para expandir as possibilidades do trabalho remoto e para ajudar a rodar a economia da experiência.

Se você for parar para pensar, nós deixamos de lado a economia 3.0, também conhecida como individual, onde valorizávamos apenas o serviço. Começamos a nos perceber mais e passamos também a "sentir" aquilo que consumimos. É um pouco subjetivo, eu sei. Mas, insisto em dizer: cada vez mais, você verá novos espaços de trabalho que, talvez, nem cogitava a existência.

E todas essas mudanças da economia que migram para a era da experiência tem tudo a ver com ser officeless, ou seja, passamos a explorar melhor o trabalho remoto com novas formas e locais para se trabalhar.

Antes de mais nada, acho que vale ressaltar esse ponto: ser officeless não é apenas aquele seu amigo que decidiu viajar o mundo e trabalhar remotamente. Serve para mim, para você e para qualquer outra pessoa que não queira mais depender uma base fixa de trabalho e que queira se aproveitar da tecnologia para executar os seus projetos com mais autonomia independente do local.

Economia brasileira, coworkings & trabalho remoto

Depois de dar uma olhada no Censo Coworking 2018, descobri que mais de 200 mil pessoas passam mensalmente por esses ambientes. Ou seja, é como se uma pequena cidade passasse, todos os meses, pelos 1196 espaços de coworkings brasileiros conhecidos.

E, assim como existem empresas que deixaram de lado o aluguel de uma sala comercial e migraram para estações fixas em coworkings, também existem os casos daqueles que preferiram continuar sendo itinerantes mesmo que na sua cidade.

Plataformas que ajudam você a trabalhar remotamente de lugares inusitados

Na economia da experiência, diversas plataformas podem ajudar você a decidir o melhor local de trabalho para hoje.

Remoters: Essa plataforma é para quem quer sair dos lugares agitados e comuns de se trabalhar. É como se fosse uma comunidade onde você pode se conectar com outras pessoas, economizar dinheiro e trabalhar da casa delas.

WorkFrom: Vai passar alguns dias fora da sua cidade ou resolveu trabalhar de algum lugar diferente? O WorkFrom é um site que permite que você faça uma busca por região e descubra bons locais para se trabalhar. Você encontra, além de coworkings, espaços comerciais, restaurantes e cafés onde você pode se concentrar e ser produtivo.

FlexDay: Essa é uma ferramenta que tive a chance de testar quando estava no Canadá, mas, infelizmente, ainda não está disponível no Brasil.

Ela funciona da seguinte forma: com uma assinatura fixa, você pode agendar o local onde quer trabalhar, pode convidar até três pessoas para estarem com você e tem acesso ao Wifi, café e chá ilimitado. Na lista de locais para se trabalhar, aparecem vários bares e restaurantes que estão disponíveis fora do horário de pico.

Beer or Coffee: Com mais de 400 espaços compartilhados disponíveis, essa é uma alternativa que permite que empresas façam planos flexíveis para que os membros do seu time possam trabalhar de diferentes cidades e coworkings. É mais uma forma de eliminar o custo fixo de um aluguel comercial, fazer um investimento mais acessível e praticar o trabalho remoto com o seu time.

Ser officeless é não depender de um escritório para fazer o seu trabalho. Não é sobre conhecer todos os cantos do planeta, se isso não funciona para você. É um estilo de vida, é uma forma de trabalhar que, na minha opinião, está conectada com ajudar a construir um novo modelo de economia.

E, você, quais são as suas experiências com o trabalho remoto na era da economia da experiência? Conta para a gente!

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Victoria Haidamus
Officeless

Digital product designer, overthinker and ocasional writer