Escrever é profissão sim!

Felipe Soares
marmita
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3 min readMar 7, 2018
Eu criança sonhava que ser escritor era assim. Tadinho, tão inocente.

Minha primeira memória de resposta a famosa pergunta “O que você quer ser quando crescer?” é “Ser escritor”. É engraçado lembrar a cara de surpresa e falta de palavras de algumas pessoas.

Convenhamos não é o padrão esperado de uma criança com 7–8 anos nascida e criada na Pavuna. Eu não entendia qual era a surpresa, na escola tinha tantos livros, então muita gente fazia isso. Então porque aquelas caras sem graça, sem saber o que falar ou fazer?

O motivo eu aprendi quando soube o valor do dinheiro. Escritor no Brasil é (não consegui achar palavra melhor) pobre. Quem escreve tem mais de uma profissão. São raros o que conseguem escrever e bem, só escrever. Óbvio que aquilo mudou meus planos, pelo visto eu precisava ter dinheiro para escrever.

Ao mesmo tempo uma coisa nova surgiu: a ciência.

Eu já era curioso, já pensava em coisas diferentes (desde os 6 eu crio histórias), então porque não ser louco que nem Mendeleev? Eu olhava a tabela periódica e só via perfeição, então decidi: vou ser cientista, descobrir algo incrível e escrever.

Eu queria fazer algo tão importante quanto a tabela periódica. Risos.

Claro que minha segunda profissão também ia deixar pobre, ou pelo menos não rico o bastante para criar minhas histórias. E agora o que eu ia fazer?

(Vou contar sobre o meu lado cientista depois)

Eis que surge um terceiro lado, que já tinha aparecido na minha mente, mas nunca explorado: “publicitários também criam coisas né?” eu pensei.

Antes de entrar no técnico em biotecnologia eu já pensava nisso, mas só ganhou certa força com o ENEM. Eu era curioso, eu amava ciência, mas eu queria criar e escrever. Não é preciso ir muito longe para se ter uma lista de autores que são publicitários, e nessa profissão também se conta histórias, fora que eu ia me formar em comunicação e um escritor se comunica não é mesmo? Parecia perfeito.

E é.

Atualmente eu sou cientista, publicitário e finalmente escritor. Curioso o bastante para todas as profissões e comunicador que sabe o seu papel na sociedade. Ok, vocês nunca viram nada meu publicado, ninguém nunca chorou ou riu com meus personagens, mas eu sei o que sou.

Por isso esse blog é o primeiro passo para o meu EU começar a SER para o MUNDO. Marmita surgiu da minha vontade de mostrar minha visão particular do mundo. O mundo que eu vejo para criar minhas personagens, para criar as futuras campanhas e para tentar resolver os problemas dentro do laboratório.

Minha visão é tão particular quanto a marmita que fazemos em casa e levamos para o trabalho. Cada dia algo diferente ou a mesma comida todos os dias só porque sobrou. Aquela comida que sobrou da festa ou aquela que sua mãe fez com todo o carinho. Tantos jeitos de se fazer uma marmita, ao mesmo tempo que temos tantas visões do mundo.

Um exemplo de como imagino o primeiro encontro de quem vai ler isso aqui. Provável que eu esteja sozinho.

Não importa o tipo de marmita, o que importa é se alimentar. Minha proposta é que além das minhas marmitas outras se juntem a mim e outras comentem. Até porque o amigo do lado pode ter uma lasanha fenomenal e pelo menos um pedacinho você precisa provar.

Se sintam como na hora do almoço, onde cada um com sua comida, divide suas experiências e saberes. Fique à vontade para dividir sua comida e para pegar um pouco da minha.

Bem-vindo ao #marmita!

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Felipe Soares
marmita
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Cientista, publicitário e escritor. Curioso até demais.