Storytelling: a brilhante estrela da era dos Millennials

Gabriella Salame
OFluxo
Published in
3 min readAug 17, 2018

--

Um jovem órfão com 11 anos de idade descobre que é bruxo e começa a viver grandes aventuras no mundo mágico, bem diferente do mundo comum. Lá, ele faz grandes amigos e encontra desafios pela frente. Um professor de química do ensino médio leva uma vida simples com a esposa e o filho, até escutar que é portador de câncer terminal. O desespero e o medo de deixar a família sem nada o movem a usar todo o conhecimento em química para ganhar muito dinheiro no mundo do crime. Esses dois personagens te fizeram lembrar de duas histórias muito famosas? Sem dúvidas, os filmes de Harry Potter e a série Breaking Bad, com o inesquecível Walter White — o Heisenberg — , reúnem fãs espalhados pelo mundo. Mas lá vai um segredinho! Essas duas histórias têm algo muito importante em comum: o storytelling.

O storytelling é um processo ligado profundamente a construção de narrativas que levam a histórias envolventes e relevantes. Quando ele é presente, tem o poder de proporcionar felicidade, raiva, tristeza, desejo e reflexão, sem contar que vai além da jornada do herói, uma estrutura utilizada com frequência na Indústria do Cinema, por exemplo. O storyteller, nosso famoso contador de histórias, tem um forte ingrediente mágico em mãos ao entender e aplicar esse processo. E olha só, apesar do storytelling ser comum nas telas e livros, também é utilizado por grandes storytellers do mundo dos negócios, como o falecido magnata e CEO americano, Steve Jobs.

Dê play no discurso que Jobs faz na Universidade de Stanford em 2005. As histórias compartilhadas por ele carregam significados profundos que provocam sorrisos, aplausos e reflexões na plateia de alunos que estão se formando. O vídeo é visualizado todos os dias e ainda marca os que assistem. Hoje, a forma que o storytelling afeta o cérebro das pessoas é estudada e explicada por neurocientistas.

Segundo os cientistas, o ato de contar histórias faz parte sociedade desde o tempo das cavernas. Naturalmente vamos preferir que alguém conte uma história a alguém que apresenta um amontoado de números e gráficos de pizza. Sabe por que? É simples: histórias ativam partes do nosso cérebro que nos permitem modifica-las conforme nossas próprias experiências. Criamos fortes conexões emocionais que trazem impactos e podem influenciar a nossa forma de pensar e até mesmo agir. Quanto melhor a história, mais partes do nosso cérebro são ativadas e, consequentemente, mais impacto ela causa. É aí que o storytelling entra em ação!

Parece que nos tornamos esponjas gigantes que absorvem informação constantemente. A informação chega aos nossos olhos e aos nossos ouvidos sem ao menos pedir licença. Somos bombardeados de correntes no Whatsapp, posts nas redes sociais, notícias sobre política, esportes, tecnologia. Outdoors tentam nos convencer, no caminho para casa, de que precisamos do que é anunciado na direção do céu. Mas o que fica marcado na nossa memória é o que nos causa identificação, impacto e transformação. O storytelling faz parte não só da arte de contar histórias profundas e relevantes, mas também da arte de marcar corações com uma característica cada vez mais rara no mundo: a empatia.

--

--