A PANSEXUALIDADE NÃO EXISTE!!!

Bruno Ferreira Botelho Lopes
oh, great! it’s bruno
2 min readJul 23, 2019

É o que dizem. Apesar disso, nós continuamos aqui, não é?

A Pansexualidade é definida pela atração romântica e/ou sexual por indivíduos de qualquer gênero. Assim, é uma orientação não-monossexual, já que não se orienta para apenas um gênero em específico.

As orientações não-monossexuais se agrupam sobre o termo guarda-chuva “bissexualidade” quando tratamos da comunidade LGBTI. Além disso, o termo bissexualidade também corresponde à uma orientação sexual específica.

Tanto a bissexualidade quanto a pansexualidade:

  • Incluem pessoas transgêneras
  • Incluem gêneros não-binários
  • Não possuem um número específico de gêneros de atração

Sendo assim, se a pansexualidade é tão parecida com a bissexualidade, não seria certo dizer que são a mesma coisa? Quer dizer, isso não significa dizer que a pansexualidade não existe de verdade?

NÃO!

Caso contrário, não teríamos toda uma comunidade e um movimento pelo reconhecimento das pessoas pansexuais.

A pansexualidade existe! Nós estamos aqui!

A pansexualidade, enquanto comunidade, nasce do momento em que indivíduos não-monossexuais deixam de se reconhecer dentro dos discursos da comunidade bissexual. Se funda em uma afirmação política e identitária que reconhece uma maior fluidez sexual e de gênero em suas relações.

Assim, pessoas não-monossexuais que se identificavam cada vez menos com as discussões (algumas já superadas, outras não) dentro da comunidade bissexual, passaram a se reunir ao redor do termo “pansexual” para afirmar: nosso desejo e afeto transcende toda e qualquer fronteira de gênero!

Isto não significa que essas fronteiras sejam rígidas ou intransponíveis dentro da comunidade bissexual. Apenas que, em dado momento histórico, foi importante para algumas pessoas se afirmarem desta forma — e é igualmente importante e válido que pessoas pansexuais continuem se afirmando e se reivindicando deste modo, se é isso que os contempla e os define.

Pessoas pansexuais, seus desejos, suas pautas e suas afirmações políticas são completamente legítimas — assim como pessoas que se identificam como bissexuais ou como qualquer outra orientação sexual.

O que é realmente importante, é que se respeite, dê visibilidade e não se tente deslegitimar qualquer orientação não-monossexual. Pessoas são livres para se reivindicar sob qualquer identidade sexual e é nosso dever acolher todas elas.

Da mesma forma, pessoas pansexuais também não devem utilizar de esteriótipos, bifobia ou transfobia para se distinguir ou atacar a comunidade bissexual.

A existência de diferentes orientações sexuais não fragiliza a pauta LGBTI, mas a enriquece e a torna ainda mais diversa.

Todas as orientações não-monossexuais são válidas!

A pansexualidade existe! A bifobia é um problema real!

(e nenhuma dessas afirmações é contraditória ou possui mais relevância que outra)

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Esse é um texto original de Bruno Ferreira, publicado anteriormente em minha conta do instagram @ohgreatitsbruno.

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