O casamento gay em Steven Universe e #5 animações pró-LGBTI incríveis!

Bruno Ferreira Botelho Lopes
oh, great! it’s bruno
6 min readJul 6, 2018

Que tempo bom para se crescer!

Os capítulos finais da quinta temporada de Steven Universe já são históricos: apresentaram, pela primeira vez, um casamento homoafetivo em um desenho animado — eu cogitei escrever desenho animado infantil, mas nós dois sabemos que isso não existe!

O episódio intitulado “The Question” terminou com o pedido de casamento feito por Ruby à Sapphire e o episódio seguinte “Made of honor” apresentou a cerimônia (para nosso delírio!)

Eu estive esperando para beijar o seu rostinho! ❤

Apesar de totalmente incrível, maravilhoso e inesquecível, o acontecimento não foi realmente surpreendente: além de toda a construção realizada ao redor das personagens durante a temporada, a série como um todo já figura no hall dos grandes shows de representatividade queer na televisão e na cultura pop!

O reconhecimento não é para menos. Em suas cinco temporadas, a animação tem tratado de questões ligadas à diversidade com uma abordagem delicada e empoderadora!

Como esquecer, por exemplo, de Steven salvando o dia usando vestido, salto alto e maquiagem? Ou ainda, o surgimento da personagem não-binária Stevonnie — resultado da Fusão de Steven com seu amigo/crush Connie Maheswaran?

E já que estamos falando de Fusão, como explicar o modo pelo qual as Crystal Gems — as “mães adotivas” do protagonista — se unem e se transformam em um indivíduo completamente novo? Lembrando que de acordo com o cânone da série, é necessário que a conexão emocional entre as Gems seja intensa e que a relação entre elas esteja harmoniosa e estável para a fusão ser bem sucedida!

Vamos lá, se há alguma coisa mais queer que isso eu desconheço!

Mas, felizmente, Steven Universe não é a única animação na vanguarda quando se trata de diversidade. Aqui temos outras cinco animações e seus personagens que enriquecem as histórias com um monte de representatividade queer!

#1 Adventure Time

Os episódios de Hora de Aventura, também do Cartoon Network, nos apresentaram mais que as histórias dos protagonistas, Finn e Jake.

Considerada um sucesso mundial, o fandom foi a loucura quando o criador da série confirmou as expectativas de dezenas de espectadores: as queridíssimas Princesa Jujuba e Marceline já foram um casal!

Além disso, na quarta temporada, um subtexto queer também foi evidenciado no episódio referente à Princesa Biscoito — quando um biscoito (e aqui a gente precisa aplaudir a criatividade dos roteiristas!) lido como pertencente ao gênero masculino revela a percepção de sua identidade como feminina (uma princesa!), trazendo — talvez pela primeira vez — um debate sobre disforia e identidade de gênero para as animações deste tipo. Incrível!

Eu quero ser uma princesa como você!

#2 Star vs. the forces of evil

Se estamos falando de animações, não poderíamos deixar de falar da Disney. O seriado “Star vs. as forças do mal” foi o primeiro da empresa a exibir uma cena de beijo gay — e o melhor: com toda a naturalidade, como se deve ser!

❤ ❤ ❤

A cena foi ao ar durante o episódio “Apenas amigos” — na segunda temporada do show — e apenas complementa a abordagem pró-diversidade e contra os esteriótipos de gênero e sexualidade que o programa cotidianamente aborda.

Outro grande momento da série foi quando o protagonista, Mario Diaz, tornou-se o primeiro garoto-princesa do mundo Disney — e ninguém viu problema nisso! Vai planeta!

“Garotos podem ser princesas também!”

#3 Gravity Falls

Gravity Falls foi um bem-sucedido seriado, também produzido pela Disney, que foi ao ar entre 2012 e 2016. O super episódio que encerrou a série, ao final de duas temporadas, confirmou uma teoria que vinha ganhando popularidade entre os fãs: o relacionamento romântico (e apaixonado!) entre os dois policiais coadjuvantes — Sheriff Blubs e Durland.

Na ocasião, os policiais declararam — para quem tivesse muitas perguntas: Nós estamos loucos com o poder — e com o amor!

Policiais também amam!

#4 Clarence

Chamada no Brasil de “Clarêncio, o Otimista”, a série do Cartoon Network foi uma das primeiras a trazer a polêmica da censura anti-diversidade nas animações ao retirar do corte final uma cena que apresentava um beijo entre dois homens, substituindo-a para um beijo na bochecha.

A cena censurada traria um selinho entre o casal. Shame on you!

Apesar da censura, a série continua apostando e apoiando a importância da diversidade ao presentear o personagem Jess — melhor amigo de Clarêncio — com duas mães!

“Minhas mães nunca me deixariam ter um cachorro.”

Cabe ressaltar, que não se trata de um subtexto oculto ou sugestionado, mas de um fato tratado como cotidiano e introduzido naturalmente na trama, não sendo negligenciada como parte da história — incluindo a forma de se vestir e os cortes de cabelo nada normativos (e completamente incríveis!) de uma das mães de Jess.

#5 The Loud House

“Loud em casa” é uma série do canal pago Nickelodeon, atualmente na terceira temporada e que deu origem ao spin-off “Los Casagrandes” — ainda não lançado.

A animação conta a história de Loud, filho do meio e único menino de uma família de dez irmãs — uma delas, particularmente queer e com um super crush em uma colega.

Luna, sorrindo após a entrega bem-sucedida de seu bilhete para a @ da escola! ❤

Além disso, a animação foi a primeira da Nickelodeon a apresentar um casal gay! Trata-se dos pais de Clyde, melhor amigo do protagonista. Conforme o próprio anuncia, antes da chegada da família para uma noite em sua casa:

“É isso! É hora de fazer história!”

Family GOALS!

Para encerrar, sobre a importância de narrativas pró-LGBTI nas animações e no conteúdo para crianças, faço das palavras de Rebecca Sugar, criadora de Steven Universe, as minhas próprias:

“O que você aprende quando criança, quando não vê nenhuma dessas histórias ou se relaciona com nenhuma dessas histórias, é que lhe é negado o sonho de amar. Não é sobre quem você vai acabar namorando, não é sobre relacionamentos em si, é apenas sobre seus próprios sentimentos. Você deve apreciar e amar e confiar em seus próprios sentimentos. E se você não pode fazer isso, torna-se impossível apreciar e amar e confiar em si mesmo.”

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