O que nós devemos às mulheres trans?

Bruno Ferreira Botelho Lopes
oh, great! it’s bruno
3 min readMar 10, 2019

Reveja seus privilégios, bicha!

O ano é 2019.

Muito se foi conquistado em termos de direitos e visibilidade para as minorias sexuais e de gênero ao redor do mundo — apesar da constante ameaça que ainda paira sobre nossas vitórias.

A pauta LGBT nunca foi tão popular quanto agora — na cultura pop, nas redes sociais, nas universidades, na política (para o bem ou para o mal) e até nos grupos de família no zap zap :)

Tudo isso foi alcançado graças ao trabalho de um montão de gente que reuniu suas forças ao redor da ideia de ORGULHO!

São diversas as conquistas da comunidade LGBT como:
- casamento igualitário em 27 países
- retificação do nome civil ou uso do nome social
- + países legalizando a homossexualidade
- eleição de candidatos homossexuais
- + visibilidade na mídia
- adoção por casais homoafetivos

Todas essas conquistas melhoram, direta ou indiretamente, a qualidade de vida de nossa comunidade ao redor do mundo. Mas será que esses avanços contemplam todas as pessoas da comunidade LGBT?

Falar sobre o Orgulho nos leva diretamente à Stonewall. Conhecido como o marco inicial da luta pelos direitos das minorias sexuais e de gênero, foi da revolta de Stonewall que surgiu a primeira Marcha do Orgulho — atualmente um evento mundial que movimenta milhares de dólares ao redor do mundo.

O que pouca gente sabe é que a revolta de Stonewall foi protagonizada por duas pessoas completamente diferentes do que aquelas que enxergamos quando pesquisamos “orgulho” no google.

Essa é a verdadeira cara de Stonewall:

Sim, nossa primeira marcha e a luta pelos nossos direitos civis começou liderada por duas mulheres trans não-brancas.

Então, Porque as pessoas trans são ainda a população mais vulnerável e alienada de direitos em nossa comunidade? Porque nossa comunidade é representada sobre uma perspectiva masculina, gay e cisgênera e nossas conquistas encontram dificuldades de contemplar as pessoas trans?

Afinal, o que devemos às mulheres trans?

  • O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, em sua maioria mulheres;
  • A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos;
  • O Brasil expulsa 82% das pessoas trans da educação formal básica;
  • 90% das pessoas trans no Brasil precisam recorrer à prostituição em algum momento de suas vidas por não ter acesso à empregos formais;
  • 40% das travestis e mulheres trans vivem com o vírus do HIV, sobretudo pela negligência dos sistemas de saúde e pela marginalização da sociedade.

Bicha, seja um aliado das mulheres trans!

  • reconheça sua importância em nossa história;
  • seja grato por sua força e resiliência;
  • amplifique suas vozes;
  • conheça suas pautas, lute por seus direitos;
  • reveja seus privilégios!
  • siga mulheres trans!

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Esse texto é um original de Bruno Ferreira Botelho Lopes.

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