Análise Guilty Gear -Strive- ★4.5 / 5

Nicole Concha
oitobits
Published in
4 min readJun 15, 2021

A franquia Guilty Gear está de volta! O 2D fighter japonês, que se tornou um jogo de culto para um certo nicho de jogadores mais veteranos, chegou numa versão um pouco mais simplificada e amigável para quem é novo nestas andanças.

Jogabilidade

A franquia Guilty Gear sempre foi conhecida pela sua complexidade e pelo quão difícil é aprender a jogar. Strive manteve apenas um pouco dessa linha de pensamento, sendo que fez várias alterações para tornar o jogo mais acessível a um público maior.
As mudanças são claras: o jogo é mais lento e ligeiramente menos focado em combos do que os antecessores, o que permite aos jogadores lutarem de forma mais defensiva e terem mais tempo para pensar entre ataques.
Os combos são muito mais curtos, mas cada ataque inflige muito mais dano comparando com os jogos anteriores.

Estas mudanças de facto decepcionaram alguns fãs da franquia, visto que o estilo de jogo se aproxima um pouco mais de um Street Fighter, por exemplo, do que os anteriores jogos da franquia.
Temos 15 personagens, cada uma com diferentes opções de cor para o seu outfit, o que parece pouco comparativamente a jogos anteriores. Strive trouxe de volta várias das personagens mais adoradas, mas tem também duas novas entradas: Nagoriyuki e Giovanna.

Modos de Jogo

A secção de jogo offline conta com um modo arcade, onde podemos lutar contra diversos inimigos até chegarmos ao derradeiro Boss, que neste caso é Nagoriyuki.
A dificuldade do próprio jogo vai-se adaptando conforme o nosso desempenho. Começamos com a Hard Route, ou seja, o arcade começa precisamente no modo difícil, se formos derrotados descemos para a Normal Route, mas se vencermos, subimos para o patamar Extreme Route.
Caso consigamos derrotar todos os inimigos sem seremos derrotados uma única vez, conseguimos desbloquear uma Boss fight extra, com uma versão bastante over powered de Nagoriyuki.

O clássico modo versus também está presente, onde podemos lutar contra CPU ou então contra outra pessoa que esteja na mesma consola com um segundo comando.
Por fim temos o modo survival, onde temos a vida limitada e temos de tentar derrotar o máximo de adversários possível, antes de sermos derrotados. Quanto mais sobrevivermos, mais difíceis ficam os adversários.

O Dojo é uma secção do jogo que conta com um tutorial inicial, onde podemos aprender o essencial, e tutoriais avançados em forma de missões, em que podemos aprender combos e ataques mais complexos, e ainda um modo de treino onde podemos praticar livremente tudo aquilo que aprendemos.
Todo o Dojo é uma grande ajuda para jogadores novatos, pois apesar de o jogo ser bastante mais simples, a sua essência de fighter veterano mantém-se.

O modo online trouxe uma sala de matchmaking completamente remodelada. Podemos criar o nosso próprio avatar em pixel art, e depois entrar num dos vários lobbies. Em cada sala podemos interagir com os avatares dos outros lutadores que estão à procura de alguém com quem jogar.
No que diz respeito aos jogos por ranking, o jogo tem um sistema de torre, em que vamos subindo ou descendo os andares conforme as nossas vitórias ou derrotas.

História

Ao contrário do que estamos habituados no que toca a modos de história de outros fighters, como Tekken, Mortal Kombat ou Street Fighter, no Guilty Gear Strive nós não jogamos durante todo o modo história.
A narrativa é-nos apresentada como se de um grande filme de anime se tratasse, tendo 9 capítulo com uma duração total de 4h30.
Podemos optar por fazer pausas entre capítulos, ou ver tudo de seguida, sendo que podemos gravar o progresso a qualquer altura.
A história pode parecer um pouco excêntrica, mas faz um excelente trabalho no que toca a apresentar os personagens e o seu background.

O glossário contém informações sobre toda a franquia Guilty Gear. Desde personagens, organizações, eventos históricos, as ligações entre as personagens, tudo aquilo que precisam de saber para compreender a lore da franquia.

Gráficos e Som

Os visuais do jogo estão muito bem trabalhados. O estilo de anime continua a assentar que nem uma luva na série, e o festival de cores proporcionado pelos ataques é incrível.
As animações são bastante fluidas, o que também ajuda ao espetáculo visual.

A banda sonora é um tanto variada, mas foca-se bastante nas guitarradas e num estilo mais rock, o que puxa pelo jogador para acompanhar o ritmo do jogo.

Opinião

O Guilty Gear -Strive- veio para renascer a franquia da melhor forma possível, tornando-se mais acessível a novos jogadores sem perder a sua essência.
Visualmente aprazível e com uma banda sonora digna de um bom sistema de som, Strive promete diversão para veteranos e novatos no mundo dos fighters.

4.5

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