Diário de Campanha Caves & Hexes — Sessão I

Carlos Silva
Old is Cool
Published in
7 min readFeb 3, 2021

Acho que vem ao caso manter publico um diário de uma das minhas mesas de Caves & Hexes, como comecei uma ontem vou tentar seguir escrevendo o log dela aqui.

O jogo se passa em cenário próprio que vem sendo trabalhado pro Caves & Hexes e se inicia numa cidade grande chamada Vilar do Rio, centro econômico de uma região pantaneira com um grupo de aventureiros de nível 1 que haviam se conhecido, segundo eles, a duas semanas atrás em uma cidade próxima denominada Pau N’Água.

Foto de Vilar do Rio, a maior e mais desenvolvida cidade da região pantaneira da restinga.

Sessão do dia 02/02/2020

O grupo acorda encharcado, com a sensação incômoda de baldes de água fria sendo jogados por Seu Onório e sua família que possuem uma simples estalagem onde o grupo esteve hospedado nos últimos 14 dias.

Seu Onório puto da vida come a galera no esporro, cobrando sua grana. Os aventureiros começam a discutir possíveis golpes que podem aplicar para conseguir dinheiro na frente de Onório e família e este novamente os repreende alertando para que não fiquem de papo torto na frente de seus filhos.

Quando sua família se afasta, seu Onório diz que conhece uma pessoa chamada Xau Xababi que está precisando de gente para trabalhar, um dos aventureiros chamado Vatan com seu físico ameaçador passa sua mão por cima do ombro de Onório e o velho se sente intimidado, assediado.

Escaldado, o velho puto por tentar ajudar e sofrer intimidações diz que a coisa não vai ficar barata ao passo que todos os outros aventureiros tentam contornar a situação e acalmar Onório que entende que o problema ali é Vatan e não o restante das pessoas que entenderam sua situação.

O grupo se dirige para a Boca do Rio onde fica o comércio geral da região, parte do grupo decide desenrolar com Xau Xababi (Golfar e Ari) e enquanto (Hendric e Vatan) procuram atentos por vítimas para um possível furto.

E aqui o grupo se separa.

Hendric e Vatan:

Entre diversos grupos, Hendric e Vatan avistam uma senhora indefesa que portava um grande cetro com uma pérola do tamanho de um punho em seu topo. Os meninos com intenções nefastas tentam levar a senhora para uma parte mais vazia da cidade. Como grande maga que é, Dona Vitina encanta Hendric e Vatan e logo os pede em casamento. Hendric aceita de pronto e Vatan acaba concordando em atuar como pajem.

A caminho de sua propriedade rural, ao norte da cidade, já é vista sua extensa plantação, de tudo tinha ali, assim como diversos animais e estábulos. Cerca de 40 homens trabalhavam por ali no campo. Todos estavam igualmente enfeitiçados por Vitina.

Quando todos os maridos de Vitina (os 40 homens) terminaram o dia de labor e despiram suas roupas para relaxar, Hendric surtou e alegou que seria o único marido da senhora, ele não pretendia compartilhar sua amada com tantos homens, sendo sujeito possuidor de tendência monogâmica. Num surto de ciúmes Hendric engrossa com Vitina e esta perde a paciência e acaba por dar-lhe um tapa na cara, quebrando assim a magia encantar pessoas que estava em efeito. É de importante menção que foi percebido por Hendric que uma região do assoalho da residência de Vitina era oca devido ao barulho emitido ao caminhar por cima daquele determinado trecho da casa.

Hendric e Vatan são expulsos da propriedade rural, no meio do caminho de volta para a cidade, em meio a uma discussão acalorada entre eles mesmos, decidem voltar para que Vatan possa dar um abraço na senhora. Ainda sentindo-se mal pelo stress ocorrido e sob efeito de encantar pessoas ele gostaria de se reconciliar com Vitina.

Vatan entra na casa de Vitina com tudo e assusta a seus 40 maridos que se encontram nus na sala ceando. Vitina imediatamente pede por ajuda e seus maridos atuam contra Vatan de modo a imobiliza-lo e expulsa-lo, como isso caracteriza agressão sobre Vatan, a magia encantar pessoas perde seu efeito.

Vatan arremessa sua adaga contra Vitina e erra. Desesperada, Vitina ergue seu cetro morta de medo de ser assassinada por Vatan e também de perder a autoridade que possui com seu harém. A situação ali saíra de controle e com medo da exposição Vitina evoca uma nuvem verde de gás tóxico que em uma só tacada mata 23 de seus amantes e acomete os 13 restantes juntamente com Vatan (passou na salvaguarda contra morte) de uma forte dificuldade de respiração.

Vatan se afasta da nuvem tóxica e se encontra com Hendric que o esperava do lado de fora da casa. Vatan segue em ataque e fuga junto com Hendric e os 13 maridos remanescentes de Vitina agora livres da magia de encantar pessoas. Vitina desesperada com as consequências e repercussões que a fuga traria, com seu esquema desmantelado e sua identidade desmascarada e conjura uma bola de fogo para acabar de vez com quaisquer testemunhas, matando assim Vatan, Hendric e os 13.

Ari e Golfar:

Seguem o Senhor Xau Xababi até uma casa de chá em uma região não turística da cidade. Sobem no andar superior da casa e lhes é oferecido um contrato para assinatura. O conteúdo indica que caso deem com a língua nos dentes a respeito do que foi conversado na reunião o preço seria serem tatuados na testa e auditados pelo padre do Deus Ótico da congregação de Vilar do Rio.

É válido lembrar que a garçonete somente se refere a Xau Xababi através do termo Rabino.

Os meninos assinam o contrato e Xau Xababi oferece o emprego que vou explanar a seguir.

Xau Xababi possui uma rede de passarinhos(comerciantes, estivadores e seguranças) que avistam pessoas querendo identificar itens mágicos em Boca do Rio, ao descobrir um potencial cliente, os passarinhos farão a indicação de nossos aventureiros como pessoas aptas a realizador o serviço de identificação do item. Cabe a Ari e Golfar atenderem essa clientela, convence-la de que o item precisa de um tempo para ser estudado (procedimento normal) e entregar o item a Xau Xababi que irá realizar uma cópia perfeita do mesmo e entregar a cópia para nossos aventureiros que então seriam encarregados de ludibriar seus clientes a ficarem com o item falso. Cada item atravessado seria recompensado com 1000 peças de ouro, 500 para Ari e 500 para Golfar.

Xau Xababi acerta que os rapazes estejam na casa de chá no dia seguinte às 4 da madrugada para receberem seu treinamento de como proceder no negócio para que tudo saia nos conformes. São adiantadas 10 peças de ouro para cada um deles como voto de confiança e para mostrar suas sérias intenções.

Ari e Golfar satisfeitos retornam para a estalagem e já acerta o dinheiro devido pelos dois para seu Onório que satisfeito os serve de uma refeição.

Após a comida, nossos dois camaradas seguem para o Quarto de Lua, uma pequena praia de rio próxima ao bairro de Boca do Rio onde grupos de aventureiros costumam se reunir para buscar trabalhadores que os acompanhem em suas empreitadas. Geralmente a busca-se por tocheiros, carregadores e lutadores no local é intensa.

Ao serem abordados por um grande e imponente guerreiro buscando carregadores para suas incursões, nossos heróis se inteiram de que a paga está muito abaixo daquilo oferecido por Xau Xababi e não se interessam pelas 5 moedas de ouro por dia que ganhariam em uma expedição pelo perigoso pântano carregando caixas e pertences do grupo expedicionário.

Curioso a respeito do Deus Ótico, Ari pede que Golfar lhe acompanhe a noite onde a atividade é mais intensa até a igreja local.

Dentro da igreja, na saleta que antecede sua nave, os aventureiros veem uma cena um tanto curiosa. Um encarregado com uma balança recebe uma fila de pessoas que transmitem pedidos a deidade e entregam um determinado quinhão de tesouro, este tesouro é pesado contra um determinado peso e estando a balança estável recebem a promessa de que o Deus Ótico atenderá sua súplica.

Uma das balanças do equilíbrio de favores do Deus Ótico.

Ao pedir informações ao encarregado, este toca uma sineta e avisa que um sacerdote logo lhes irá atender.

O sacerdote Xininho recebe os aventureiros e logo entende que estes são novos na região, pois não sabem que Vilar do Rio é uma cidade teocrática onde é aplicada a lei do Deus Ótico. Xininho explica os pormenores do culto, principalmente a característica chave que rege o modo de vida de todos os fieis que é o constante senso de insatisfação.

Dentro da doutrina do Deus Ótico estar com todas as necessidades básicas satisfeitas é mal visto, pois acomoda o homem. O homem precisa sempre estar mal atendido em uma necessidade chave da sua vida, seja ela a alimentação, a moradia, a higiene, algo tem que faltar na vida da pessoa para ela ter disposição de se superar, de correr atrás com afinco.

É dito que aqueles que tem tudo, casa, comida e família vivem encostados em uma vida de pecado, um homem com fome é capaz de movimentar mares para poder comer, é um homem disposto a tudo e com gana de trabalhar e é isso que o povo que segue o Deus Ótico busca, esta sede pela vida, a necessidade que é a causa de nossa inquietação, que nos faz evoluir e estarmos em plena harmonia com o astral que espera que levemos uma vida produtiva ainda que em constante necessidade.

Nossa primeira sessão se encerrou por aqui.

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