Manifesto de um “outsider”

Carlos Silva
Old is Cool
Published in
2 min readJul 7, 2017

Cada vez mais vejo que por hábito a imposição de um grau de dificuldade instigante tem ficado para trás nas mesas de jogo. É muito fácil impor aos jogadores uma linda e maravilhosa história onde eles realizam dezenas de feitos heroicos sem qualquer risco, sem nada a perder, sem nenhum impacto negativo em relação as vidas de seus personagens. Em casos mais extremos o mestre conhece de antemão como a história vai iniciar e terminar.

Qual é o papel do jogador nesse mundo? Fazer rolagens de perícias e atributos em uma sequencia de cenas específica desencadeada pelo mestre onde não importando o resultado de suas rolagens ou das jogadas realizadas o grupo é conduzido de uma cena a outra até chegar ao final da história?

Se o RPG se resumisse a isso, então meu amigo, FODEU. Compra um ingresso pro cinema, leia um livro, jogue um boardgame com seus amigos, mas não perca seu tempo com RPG.

Como jogador exija poder de ação, tenha você o controle da aventura, não se esqueça que você é o personagem nesse mundo.

Como mestre estresse o jogador, proponha desafios que não subestimem a inteligencia dos seus colegas, instigue, dê a todos real poder de ação e sempre tenha em mente que o jogo é difícil para caralho, mas totalmente solucionável com os elementos apresentados na aventura.

Empodere seus jogadores, faça com que eles se sintam heróis ao desafiar a morte e ao superar o insuperável, se para isso forem necessárias algumas ou muitas mortes, não tenha pena, um feito onde a falha não é quase garantida jamais será um feito heroico e ao menos nesse blog o nosso objetivo é falar sobre heróis e sobre um jogo onde o ser humano jamais é nivelado por baixo.

Aqui o papo é reto e o jogo é letal.

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